O Duque e Eu, de Julia Quinn

O Duque e Eu, de Julia Quinn
Arqueiro - 281 páginas
Um romance histórico para arrebatar todas as românticas de plantão.

Título: O Duque e Eu
Titulo Original: The Duke and I
Autora: Julia Quinn
Tradutora: Cássia Zanon
Editora: Arqueiro
ISBN: 978-85-8041-146-1
Ano da Edição: 2013
Ano Original de Lançamento: 2000
Nº de Páginas: 281
Série: Os Bridgertons - Vol. 1
Comprar Online:
     Inglês: Amazon / Book Depository
     Português: Amazon / Cultura / Saraiva / Submarino

Sinopse:
Os Bridgertons são uma família bem grande, com quatro meninos e quatro meninas. E quando a mais velha das moças finalmente chega à idade de se casar, Violet Bridgerton, a mãe, não consegue pensar em outra coisa que não seja arrumar um bom marido para sua filha.

Daphne já não aguenta mais as loucuras da mãe. Violet sempre foi uma mãe maravilhosa e uma mulher espetacular, mas quando o assunto é o casamento de sua filha mais velha, parece que alguma coisa muda e ela fica simplesmente insuportável, ao menos é isso o que pensam todos os seus filhos em idade matrimonial.
Quando o recém-chegado duque de Hastings, Simon Basset, propõe um acordo - onde ele fingirá cortejar a menina - para que ele consiga afastar as jovens obcecadas por um marido dele e ainda por cima atrair pretendentes para Daphne, de forma que ela possa escolher logo um bom marido, a garota não se recusa.

A relação dos dois, entretanto, progride de forma melhor do que o esperado. Daphne terá que se esforçar para não cair de amores pelo duque conquistador, e ele também terá que se esforçar para não ser arrebatado pela mais velha Bridgerton, já que pretende se manter fiel à sua ideia de não casar e não ter filhos.


O que eu achei do livro:
Muito bom!
O livro é realmente muito bacana.

O primeiro volume da aclamada série Os Bridgertons, de Julia Quinn, conta a história da filha mais velha da família, Daphne. Essa série conta com oito livros, cada um focado em um dos filhos de Violet Bridgerton: Anthony, Benedict, Colin, Daphne, Eloise, Francesca, Gregory e Hyacinth (Hyacinth, para quem como eu não conseguiu captar de primeira, é nome de uma menina).
Sim, você está lendo corretamente! Os Bridgertons foram nomeados em ordem alfabética e o fato é motivo de piada até mesmo durante a história, mas não deixa de ser bastante divertido.

O Duque e Eu é um romance histórico que se passa na Inglaterra do início do século XIX. Entretanto (e eis aqui um ponto que me desagradou um pouco), nem todos os personagens se portam conforme os costumes dessa época.
É uma delícia que Daphne não seja uma mocinha insossa... mas sim uma personagem cativante, de gênio forte, com boas tiradas! Em alguns momentos, eu quase chegava a duvidar que estivesse lendo sobre uma jovem da época narrada, porque ela realmente é um tanto adiantada, por assim dizer. Em outros, todavia, a autora deixava claro que a protagonista apenas tinha um jeito mais "moleque" pela proximidade que sempre teve com os irmãos mais velhos, mas que era uma mocinha ingênua tanto quanto tantas outras de sua época.

O Duque de Hastings também é um personagem bastante encantador. Não apenas pelos seus atributos físicos (obviamente o duque é um partido de dar inveja em qualquer um, já que além de uma beleza ímpar, ainda é dono de uma admirável fortuna e de uma inteligência aguçada), mas também pelo seu passado obscuro.
O leitor conhece os detalhes do passado do duque, já que logo no prólogo a autora conta a infância de seu protagonista e faz com que aqueles que leem o livro odeiem o pai de Simon tanto quanto ele mesmo. Dessa forma, fica um tanto mais fácil compreender as atitudes do homem, embora isso não seja o suficiente para que eu tivesse concordado com elas. O que também foi bom, já que pude torcer bastante pela mocinha.

A escrita de Julia Quinn é deliciosa! A autora consegue narrar sua história de forma suave e bastante dinâmica. Com capítulos curtos, ela envolve o leitor na trama e o delicia com os acontecimentos que vão se sucedendo ao passar das páginas.
Não é um livro que emana originalidade, entretanto.

A verdade é que o livro me lembrou bastante da série Os Sullivans, de Bella Andre.
Sim, Os Bridgertons é um romance histórico, e Os Sullivans é um romance contemporâneo, mas essa é basicamente a única diferença gritante entre as duas séries. Em ambos os casos, temos uma família repleta de irmãos e cada um terá o seu livro. Nas duas histórias, temos uma tonelada de clichês, cenas de sexo, uma tórrida paixão...
A evolução das histórias é bem diferente em cada uma das séries (até porque retratam épocas e costumes totalmente diversos), assim como a maneira de narrar os acontecimentos (Julia Quinn tem um toque mais adocicado em sua narrativa, mas que ao mesmo tempo é também mais ácido, pois a autora utiliza de sutis ironias que abrilhantam a trama). Sim, há bastante coisas diferentes entre uma história e outra, mas quem não gosta de uma dificilmente irá curtir a outra, ao menos é o que eu acho. Eu adoro romances simples, leves e divertidos e, portanto, essas duas séries me encantaram bastante!

Uma coisa que adorei no livro foi a "Lady Whistledown", cujas crônicas, em pequenos fragmentos, abrem todos os capítulos nesse primeiro volume (e, espero eu, também nos próximos).
A personagem é retratada apenas através de seus textos e é uma grande fofoqueira da alta sociedade londrina. Seu humor aguçado, seus conhecimentos profundos sobre os segredos das mais distintas famílias e suas confissões que dão nomes aos bois incomodam, mas também maravilham. Não há quem não anseie pelas "Crônicas da Sociedade" escritas pela desconhecida personagem. Isso mesmo, desconhecida. Lady Whistledown é provavelmente um pseudônimo, mas ninguém sabe de quem. E pelo jeito que a autora termina o seu livro, provavelmente é algum dos personagens que participam ativamente da trama - talvez não extensamente nesse primeiro livro, mas que certamente apareceu em algum momento.
Acho que esse será um dos mistérios mais gostosos de se desvendar ao longo da trama. E mal posso aguardar pelo próximo volume que, espero eu, trará mais algumas dicas de quem é tão ilustre personagem.
A tal escritora me arrebatou mesmo, todavia, quando utilizou na crônica que dá início ao epílogo do livro uma versão mais acurada da tão famosa frase de Jane Austen. Do que estou falando?! Leia e descubra! Acho que não há um único fã da famosa autora inglesa que leia o livro de Julia Quinn sem se apaixonar pelo trecho dessa última crônica!
Vale dizer que o livro de Jane Austen ao qual me refiro foi publicado exatamente no ano em que se passa a trama desse primeiro volume da saga Os Bridgertons (mas, vale também ressaltar, a última crônica do livro foi escrita quatro anos depois).

A edição da Arqueiro ficou bastante primorosa!
Primeiramente, devo dizer que gostei demais dessa identidade visual que eles deram à série: um tom bastante inglês e romântico, o que combina muito com o livro.
Eu só desejaria que os capítulos tivessem sua abertura em páginas separadas, como é comum em livros de outras editoras. Infelizmente, a Arqueiro tem por praxe iniciar um capítulo logo após o outro, na mesma página mesmo, o que é excelente na economia de papel (e, por fim, certamente um dos motivos para que os livros da editora tenham um preço tão bom), mas esteticamente menos atrativo.

De maneira geral, O Duque e Eu é uma leitura super leve e extremamente agradável, que irá arrebatar o coração das românticas de plantão e deixá-las suspirando enquanto aguardam os demais volumes da série, exatamente como eu estou agora.


Nota: