A Guerra dos Tronos, de George R.R. Martin

A Guerra dos Tronos, de George R.R. Martin
LeYa - 567 páginas
Na guerra dos tronos, você vence ou morre. Não há meio termo, não há perdão.

Título: A Guerra dos Tronos
Título Original: A Game of Thrones
Autor: George R.R. Martin
Tradutor: Jorge Candeias
Editora: LeYa
ISBN: 978-85-62936-52-4
Ano da Edição: 2010
Ano Original de Lançamento: 1996
Nº de Páginas: 567
Série: As Crônicas de Gelo e Fogo - Livro 1
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Sinopse:
Eddard Stark é um homem do norte e governa feliz as terras ao redor de Winterfell, onde desejaria passar o resto de sua vida, se possível.
Mas o rei dos Sete Reinos, Robert Baratheon, grande amigo de Stark, o convida para ser sua Mão e governar ao seu lado. O primeiro desejo de Stark é dizer não, mas negar uma vontade do rei é perigoso, ainda mais sabendo que sua segunda opção é um Lanister.
Quando chega uma carta de sua cunhada colocando em dúvida os acontecimentos que cercaram a morte da Mão anterior, Eddard Stark descobre que não tem como fugir d'A Guerra dos Tronos que, novamente, começa a se formar.


O que eu achei do livro:
Excelente!

Não consigo escrever essa resenha... Tenho tanta coisa para dizer e não consigo falar nada. As palavras me faltam, não saem, ficam presas. Acho que esse é um dos efeitos que esse livro pode causar e isso já diz muito sobre ele.

Para começar, devo dizer que fiquei com o primeiro volume da série parado na minha estante por mais de um ano... aliás, acho que foram quase dois anos com esse livro me olhando, implorando para ser lido.
E por que eu não li antes? Porque tinha medo. Medo de que a leitura fosse chata, arrastada, que o livro não fosse tudo isso que se dizia por aí.
Então, de antemão, saiba que não é necessário temer! Leia e não se arrependerá, o livro é simplesmente incrível!

Para começar, George R.R. Martin é muito comprado a J. R.R. Tolkien, mas tirando o R.R. realmente acho que a comparação é injusta, para os dois autores.
Os dois escrevem fantasia, é verdade, mas de formas tão diferentes que acho totalmente possível alguém amar um e odiar o outro. Portanto, qualquer comparação entre os dois é, na minha opinião, injusta.

Um dos pontos que eu mais temia era quanto ao estilo narrativo do autor. O livro é longo, tem mais de seiscentas páginas, e eu temia que além de grande fosse arrastado. O temor foi completamente em vão.
O autor é bastante descritivo, mas faz isso de forma leve, de maneira que a leitura é bastante rápida e muito agradável. Sou grande amante de descrições, mas confesso que quando me sinto enrolada não gosto muito. Isso não acontece com a narrativa nesse livro - as descrições são bem feitas, no momento certo, e são muito bacanas, me fizeram entrar no universo da história e me sentir cavalgando ao lado dos protagonistas.
Além disso, apesar de caprichar em suas descrições, George R.R. Martin abusa de cenas de ação! A história é bastante dinâmica, recheada de acontecimentos, reviravoltas, lutas... O leitor não irá se sentir entediado em momento algum.

Me encantei pelo mundo criado n'As Crônicas de Gelo e Fogo. Os Sete Reinos são muito interessantes, com todas as suas diferenças e também gostei de conhecer um pouco das terras além-mar. O autor, aos poucos, vai mostrando ao leitor as peculiaridades das terras por ele criadas e também contando a história desse mundo tão intrigante.
Uma das coisas que mais me chamou atenção foi o sobrenome dos bastardos de cada terra - muito bacana! Constantemente, os senhores não são fiéis às suas esposas e têm pencas de filhos bastardos, que não podem carregar seu sobrenome. Em cada lugar, o sobrenome comum aos bastardos é diferente e está, de alguma forma, ligados às características predominantes do local - achei realmente muito legal!

O que realmente dá vida ao livro, entretanto, não é a narrativa incrível do autor ou o universo envolvente que ele criou, mas seus personagens. São muitos personagens (o suficiente para deixar o leitor um tanto perdido durante os primeiros capítulos), mas todos muito bem construídos: complexos, encantadores e, acima de tudo muito, humanos!
Há personagens que primam pela honra acima de tudo, outros que desejam o poder, uma menina que se porta como garoto e outra que deseja ser princesa. Há mulheres fortes e frágeis e até mesmo um anão piadista. É interessante ver o quanto são corajosos, o quanto o medo corrói seus corações em muitos momentos, mas principalmente é intrigante acompanhar os seus erros.

Cada capítulo é narrado do ponto de vista de um dos personagens principais, mas sempre em terceira pessoa e mantendo a mesma voz narrativa, o que faz com que o leitor compreenda a história como um todo e ainda consiga captar os acontecimentos de vários prismas.

A edição da LeYa ficou bacana, mas não tão boa quanto o livro merecia.
Gosto da capa da edição nacional e também fiquei muito feliz por encontrar mapas (no início e no final do livro!) e também os apêndices com os personagens de cada casa.
Fiquei bastante satisfeita por encontrar também uma explicação do tradutor, explicando algumas de suas escolhas. De maneira geral, a tradução ficou agradável.
O que não me convenceu foi o tamanho das letras! As letras são muito pequenas, o que atrapalha um pouco a leitura. As margens também são bem estreitas. Entendo que a intenção foi que o livro não ficasse ainda maior, mas, na minha opinião, diminuíram demais a letra, de forma que a leitura pode ser um pouco cansativa para quem tem problema de vista.

Não consigo expressar em palavras o quanto me encantei por essa história, o quanto me envolvi com os desdobramentos inesperados, o quanto odeio o autor por ser tão bom e tão cruel ao mesmo tempo.
George R.R. Martin não escreveu um conto de fadas. A tradução de "game" (que literalmente é jogo) para "guerra" foi bastante acertada, pois este é um livro de guerra e, portanto, ninguém está a salvo. O autor não poupa personagens, adultos ou crianças.
Aliás, uma das coisas que me impressionou nesse livro foi ver o quanto era exigido das crianças, que já deveriam se portar como adultos logo cedo. Um garoto de quatro anos, por exemplo, já fala como se fosse muito grande. Um jovem de quinze já é considerado homem feito.
Em um mundo onde o perigo está à toda volta, crescer é imperativo e isso assustou essa leitora que vive em um mundo onde homens de vinte e cinco agem como adolescentes.

Essa resenha não é digna de um livro como esse, eu sei.
Não consigo dizer o quanto gostei dessa história e o quanto estou ansiosa pelo próximo volume (e vou gastar um dinheiro que não poderia só para poder comprá-lo assim que o mês virar! Oi, cartão de crédito!).
George R.R. Martin e sua Guerra dos Tronos são brilhantes e você definitivamente não pode perder!


P.S.: Esse livro foi escolhido pelos leitores no Escolha para a Nanie e serve para riscar um dos itens do Desafio Realmente Desafiante.


Nota: