P.S. Eu Te Amo, de Cecelia Ahern

P.S. Eu Te Amo, de Cecelia Ahern
Novo Conceito - 365 páginas
Continuar a vida depois de perder quem mais se ama é difícil, mas necessário.

Título: P.S. Eu Te Amo
Título Original: P.S. I Love You
Autora: Cecelia Ahern
Tradutora: Carolina Caires Coelho
Editora: Novo Conceito
ISBN: 978-85-8163-062-5
Ano da Edição: 2012
Ano Original de Lançamento: 2004
Nº de Páginas: 365
Comprar Online: Saraiva / Submarino

Sinopse:

Holly sempre foi apaixonada por Gerry.

Começou a namorá-lo ainda no Ensino Médio, passaram juntos toda a sua juventude e o início da vida adulta.

Não foi surpresa para ninguém o casamento dos dois.

A surpresa veio alguns anos depois, quando uma dor de cabeça se revelou um tumor maligno e Gerry morreu ainda muito jovem.

E agora? Holly ainda ama o Gerry, não sabe viver sem ele. Ela sempre pensou que os dois teriam muito tempo juntos - sempre se amaram, eram saudáveis e tinham muitos anos pela frente. Era o que ela pensava. Mas agora Gerry se foi, ela está sozinha e completamente perdida. Como vai fazer para continuar vivendo sem o marido?

E é aí que Gerry volta. Não do mundo dos mortos, porque isso é algo que não acontece. Mas ele deixou cartas - 8 cartas, cada uma para ser aberta em um mês do ano. E essas cartas, recheadas de amor, irão ajudar Holly a seguir em frente com sua vida.

O que eu achei do livro:

O livro é uma graça!

Confesso, eu demorei um pouco para começar a ler o livro porque estava com medo de que a leitura fosse arrastada. De onde tirei isso?! Bom, foi um longo telefone sem fio que eu não faço a menor ideia de onde começou... mas alguém me disse que outra pessoa tinha falado que o livro era lento. E eu temi que isso fosse verdade e, por isso, acabei deixando-o de lado por um tempo.

Felizmente, entretanto, não é. A leitura do livro é uma delícia e bastante ágil.

Ok, não tem muita ação - mas também já era de se esperar, uma vez que é um romance dramático! Você acompanha Holly enquanto ela tenta continuar sua vida após a morte de seu amado companheiro. Portanto, não tem muita ação, mas tem muito amor. E um pouco de superação.

A escrita de Cecelia Ahern é simples e muito gostosa. Como eu já mencionei, é bastante dinâmica e as páginas vão passando rapidamente. Eu adorei acompanhar a história de Holly.

Os personagens são bastante bacanas! Divertidos, bem caracterizados, muito bem utilizados na trama.

Há um enfoque maior em Holly - afinal de contas, ela é a protagonista -, mas a autora soube aproveitar muito bem as outras pessoas.

Algumas coisas, porém, me incomodaram um bocado durante a leitura e fizeram com que esse livro fosse muito bom, mas não perfeito.

A primeira delas é que Holly é extremamente dependente do marido e muito, mas muito mesmo, infantil. Ela está fazendo trinta anos e eu esperava que ela agisse um pouco mais como uma mulher de trinta (não apenas ela, mas as amigas dela também) do que como uma garotinha.

Toda a falta que ela sente do marido faz muito sentido - afinal de contas, ela o amava muito, eles passaram muito tempo juntos e ela acaba de perdê-lo. Mas o tempo todo parece que ela não pode existir sem ele - que ele era a razão de viver dela. Sempre que encontro isso, me sinto extremamente incomodada - porque acredito fortemente que todo ser humano deve ser completo e deve se bastar. Isso é algo muito pessoal e sei que muitas pessoas podem, inclusive, achar bacana ela ter uma relação tão estreita com o marido. Alguns vão justificar tudo com o amor, outros irão usar argumentos distintos. Não importa. Eu não gosto quando encontro pessoas tão dependentes quanto Holly.

Consigo entender completamente a dor dela - inclusive sentir a dificuldade dela de seguir em frente. Só queria que ela conseguisse se enxergar um pouco mais.

Quando digo que Holly é infantil isso se estende também às amigas dela. Somente quando terminei a leitura é que li a minibiografia da autora que se encontra na orelha do livro e descobri que ela escreveu essa história quando tinha 21 anos. As coisas passaram a fazer mais sentido - porque Holly e suas amigas agem bem mais como garotas de vinte e poucos do que como mulheres adultas. Ok, talvez algumas mulheres adultas ainda ajam daquele jeito - mas ainda assim é agir como adolescente.

Não que isso seja verdadeiramente um problema, porque, na verdade, é até divertido acompanhar as doideiras que essas mulheres aprontam. Entretanto, teria sido mais bacana se ela tivesse vinte e cinco anos ao invés de trinta - eu teria comprado melhor a ideia.

Acho que nesse ponto já deu para perceber que eu gostei demais da história, mas que não gostei da Holly, né?! Pois é... a autora foi extremamente competente em criar a sua personagem - a Holly é muito bem caracterizada. Ela é infantil, grudada no marido morto, preguiçosa, indecisa e, o que eu menos gosto nela, egoísta. Sim, ela é muito egoísta. Ela está sofrendo com a perda do marido, mas não consegue, nem por um minuto, entender que outras pessoas também sofreram com a morte de Gerry. E não apenas sofreram com isso, mas também têm seus próprios problemas, que não somem apenas porque ela está sofrendo.

Em vários momentos eu tive vontade de dar uma sacudida em Holly para ver se ela acordava e agia feito gente.

Apenas me repetindo, portanto, algumas coisas durante a leitura me incomodaram bastante e fizeram com que esse livro fosse bom, mas não perfeito. Entretanto, por mais incoerente que possa parecer essa é justamente a mágica do livro. Ele não é perfeito, mas é maravilhoso! Uma leitura leve e super deliciosa - capaz de arrancar suspiros dos leitores.

P.S. Eu Te Amo é uma história bem bacana, que vale a pena ser lida!

P.S.: Por que esse nome para o livro? Porque ao final de cada um dos bilhetes, o Gerry não esquecia de dizer para a esposa - através de um P.S. - que a amava. Lindo isso, né?!

P.S.S.: O livro foi adaptado para o cinema em 2007 com direção de Richard LaGravenese e Gerard Butler e Hilary Swank nos papéis principais.

Eu ainda não tive a oportunidade de assistir ao filme, mas pretendo vê-lo em breve. Será que é tão bom quanto o livro? Espero que sim.

Nota: