quinta-feira, 25 de abril de 2013

O Teorema Katherine, de John Green

O Teorema Katherine, de John Green
Intrínseca - 285 páginas
Porque depois de levar um pé na bunda de 19 Katherines, o prodígio Colin acha que a matemática é uma excelente maneira de se prevenir em próximos relacionamentos. Mas achar um teorema que consiga descrever com perfeição os dezenove namoros (e os dezenove foras que o garoto levou) não é tarefa fácil.




Título: O Teorema Katherine
Título Original: An Abudance of Katherines
Autor: John Green
Tradutora: Renata Pettengill
Editora: Intrínseca
ISBN: 978-85-8057-315-2
Ano da Edição: 2013
Ano Original de Lançamento: 2006
Nº de Páginas: 285
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Sinopse:
Colin é um menino prodígio.
Mas apesar de parecer grande coisa, isso não é, agora que ele se formou no Ensino Médio. Porque meninos prodígios só aprendem mais rápido do que outras pessoas e isso não é uma habilidade muito útil depois que se entra no mundo adulto.

Após a sua 19ª Katherine (isso mesmo, ele não apenas já teve dezenove namoradas - o que é um número extremamente elevado para quem ainda não tem nem vinte anos de idade - como cada uma delas chamava-se Katherine, grafado exatamente assim), por quem ele estava perdidamente apaixonado, terminar o namoro de forma abrupta e bastante inesperada (embora isso tivesse acontecido em todos os dezoito relacionamentos anteriores), Colin fica sem rumo.
Sem Katherine, ele se perde. Não sabe mais quem é, o que vai fazer, como reagir. Agora que ele não pode mais ser considerado um garoto prodígio tem muito medo de que não consiga se tornar um gênio e, no final das contas, ser um grande ninguém.

Hassam, seu grande amigo - na verdade o único -, convida-o para uma viagem. Sem destino.
Os dois saem por aí e acabam arrumando um emprego em uma cidade do interior do Tennessee - Gutshot. Enquanto entrevista as pessoas da cidade, Colin começa a desenvolver um teorema matemático que será capaz de prever o relacionamento de qualquer pessoa. Antes, entretanto, ele precisa fazê-lo funcionar para os seus dezenove relacionamentos prévios.


O que eu achei do livro:
Bom.

Só bom?!
Sim, só bom.

Eu confesso que esperava mais do John Green. O cara é muito bom, como autor é realmente excelente!
A história de Colin é muito original e completamente envolvente. Contada em terceira pessoa, a leitura é deliciosa e muito fluida. O autor é muito habilidoso e insere vários fatos interessantes no meio da narrativa, o que torna a leitura ainda mais agradável.

O enredo, entretanto, foi meio bobo, na minha opinião e totalmente previsível. Desculpe, John Green, mas começar um livro já sabendo exatamente como ele vai terminar nem sempre é legal. Além de ser um tanto não plausível.
O adolescente vai parar numa cidade no meio do nada e lá consegue um emprego que paga $ 500 por semana! O menino já teve dezenove namoradas, embora ainda não tenha vinte anos, e todas elas chamadas Katherine (e como se não bastasse o mesmo nome, também a mesma grafia)! Ele resolve desenvolver um teorema matemático capaz de explicar o seu relacionamento, mesmo que não seja bom em matemática (ok, eu entendi que ele é um prodígio e o "não-bom" em matemática dele é muito mais do que "excelente" em matemática de qualquer um)! Encontra uma garota cujo namorado tem o mesmo nome dele!

Ok, melhor parar por aí.
Não me entenda mal, foi legal ler essa história, acompanhar as maluquices (e chatices) de Colin, mas foi um pouco de forçação de barra demais para mim.
E por falar na chatice do Colin, eu preciso falar desse protagonista. Muitas vezes eu realmente gosto de protagonistas chatos. Acho que isso é uma patologia ainda a ser identificada (e nomeada) pela psicologia moderna, mas o fato é que personagens com defeitos e chatos normalmente me agradam. Mesmo que eu diga que os detestei, no fundo eles me divertem. Foi assim com Colin, porque ele é realmente um pé no saco, não me admira que cada uma das Katherine's tenham terminado tudo com ele.
Para começar, ele é pedante. Ok, ele é muito inteligente, mas sair por aí distribuindo seus conhecimentos (inúteis, em muitos casos) é um saco. Ainda bem que Hassam está ali para ajudá-lo a perceber o que é ou não interessante. Mas isso não é tudo, Colin é extremamente inseguro, egocêntrico e grudento (e ainda assim eu gostei dele!).

O pior de tudo é que essas características de Colin acabam passando para o livro, embora ele não seja o narrador (e foi isso que eu não gostei).
Durante toda a leitura, eu senti como se o livro quisesse se provar a melhor leitura que eu já fiz na vida (não me achem maluca por isso, por favor). É realmente complicado explicar, mas o livro em si é pedante, metido e arrogante. Acho que foi, na verdade, isso que me deixou com certa birra e me fez diminuir a nota que dei a leitura. Tenho certeza que toda vez que pensar em O Teorema Katherine, vou pensar naquele-livro-que-queria-se-tornar-o-meu-favorito-e-o-mais-legal-do-mundo-mas-eu-percebi-a-sua-intenção-e-por-isso-ele-falhou-embora-a-leitura-tenha-sido-muito-legal.

Não são apenas coisas ruins, entretanto!
As notas de rodapé que permeiam toda a história são extremamente divertidas. E a diversão não fica restrita ao rodapé do livro, a trama inteira é bastante engraçada.
Apesar de Colin ser um chato, ele é muito interessante (aquela tal síndrome ainda não nomeada pela psicologia moderna explica). E Hassam e Lindsey também dão show! A narrativa do autor é um presente para o leitor - porque realmente é delicioso ler a história que John Green está contando (como eu falei lá no início da resenha, o cara é realmente talentoso).

A edição da Intrínseca ficou o máximo!
A tradução/revisão está simplesmente maravilhosa - aliás, adoro o trabalho da Renata Pettengill (é o terceiro livro que leio com tradução dela - sabendo que a tradução é dela, pelo menos - e é sempre um trabalho muito bem feito). O livro é cheio de anagramas (uma das paixões do protagonista) e a versão traduzida ficou bem bacana (acho que uma das coisas que eu mais gostei, entretanto, foi que a dedicatória não foi traduzida - o poema-anagrama do nome da esposa do autor ficou excelente).
A capa é linda demais e o livro foi impresso no mesmo formato de A Culpa é das Estrelas - menorzinho. Isso pode parecer não importante, mas é um detalhe que demonstra carinho com o leitor.

No final das contas, O Teorema Katherine é bastante divertido, uma leitura realmente muito agradável. Entretanto, é previsível, pedante e normal.
Eu indico a leitura desse livro, que vale muito a pena, só não vá com muita sede ao pote ou você pode acabar se decepcionando um pouco, como aconteceu comigo.


Nota: 

19 comentários:

  1. Eu estava curiosa para ler uma resenha desse livro e eis que você me presenteia com ela Nanie! Adorei cada mínimo detalhe dela, o que me fez sentir ainda mais vontade de ler "O Teorema de Katherine". Mas confesso que estou com medo porque o último livro que eu depositei todas as minhas expectativas não foi tuuuuudoo aquilo que eu esperava (O Livro do Amanhã). Mas como eu li A Culpa é das Estrelas e amei, fica difícil me desviar desse livro e de John Green. Também adoro o trabalho da Intrínseca. É uma das minhas editoras preferidas, com toda a certeza.


    Devo dizer, também, que eu gosto do jeito como você escreve as resenhas. Esse modo particular, como se você realmente conversasse com o leitor, é que me faz preferir as suas resenhas:)


    Beeijo

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  2. Jéssica, o John Green é um excelente escritor! Certamente você vai gostar do livro, porque ele é bem bacana :D Mas realmente é uma boa ideia baixar as expectativas ou você pode acabar se decepcionando um pouco.
    Eu gosto demais da Intrínseca também - certamente figura entre as minhas editoras favoritas ^^


    Ah, muito obrigada :D Fico super feliz que goste das minhas resenhas - faço-as com bastante carinho.

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  3. Eu já li esse livro há pouco tempo, achei o livro-que-queria-se-tornar-o-meu-favorito-e-o-mais-legal-do-mundo-mas-eu-percebi-a-sua-intenção-e-por-isso-ele-falhou-embora-a-leitura-tenha-sido-muito-legal assim como vc kkk
    é meio chato, esperava mais vindo de john green

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  4. Lucas, achei seu comentário muito engraçado :D
    Eu não cheguei a achar o livro meio chato, gostei demais da leitura, só o achei um tanto pretensioso ><

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  5. Olha, desanimei com esse livro (não só por causa da sua resenha). Não sei por que mas estou com a impressão de que ACEDE está para Teorema assim como Um Dia está para Resposta Certa.



    Odeio pedantismo.

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  6. Felipe, não é que ele seja ruim, porque o livro é bacana realmente! Mas a sua comparação está ótima: ACEDE está para Teorema assim como Um Dia está para Resposta Certa.
    É bom, mas não tão bom quanto.

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  7. Bom eu só li um livro do John Green, e faz poucos dias, gostei bastante. Mas sabe que eu já li por aí algo do tipo: as histórias dele nem sempre são tão boas, mas o que atrai é a forma como ele faz sua narrativa....bem, foi o que li rsrsrs....preciso conhecer um pouco mais dele e chegar a minha conclusão.
    Mas quando eu chegar ao Teorema Katherine será sem muitas expectativas. Adorei sua opinião.
    Beijos

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  8. Inês Gabriela A.domingo, 28 abril, 2013

    Nanie você é impossível. Kkkk, parece que John Green mecheu mesmo com você hã?? A única que perceber que o livro é um daqueles que livro-que-queria-se-tornar-o-meu-favorito-e-o-mais-legal-do-mundo-mas-eu-percebi-a-sua-intenção-e-por-isso-ele-falhou-embora-a-leitura-tenha-sido-muito-legal. Acho que eu posso entender o que você quer dizer, digo que apenas acho. Parece ser um livro mega divertido, percebi que tem vezes que você tem problemas em aceitar fatos meio "impossíveis" nas histórias. Devo concordar q 500 reais por semana é um valor muito alto a se pagar, de qualquer maneira continuo querendo ler o livro e adorei a sua resenha.

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  9. Inês, adorei o seu comentário!
    Você tem toda razão - eu sou mesmo muito chato quanto a aceitar fatos pouco improváveis em histórias... mas depende da história. Por exemplo, nas Desventuras em Série acontecem zilhões de coisas que são totalmente impossíveis - mas isso está de acordo com o livro. Dá para entender esse argumento?! Alguns livros têm coisas absurdas que são tratadas como normais, mas faz parte da história. Esse não é tanto o caso com O Teorema Katherine, pelo menos o autor não conseguiu me convencer disso.
    Apesar de tudo, o livro é superdivertido e uma leitura que vale muito a pena :)

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  10. Inês Gabriela A.domingo, 28 abril, 2013

    Eu estava pensando nisso, estou lendo os livros dessa série (Desventuras em Série), parei no Espetáculo Carnívoro (inclusive estou mega curiosa pra saber o que é C.S.C. e todo esse segredo do dossiê) e acontecem várias coisas impossíveis, mas lendo suas resenhas eu vejo que vc não se importou com nenhuma delas. É meio complicado de entender, mas eu acho q entendo. A atmosfera que o Daniel criou torna muito mais fácil acreditar que coisas assim podem acontecer, eu mesmo não duvidei >.<

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  11. O enredo pode nem ser tão lega, mas o que o autor escreveu o faz ser bom. Acho que foi isso que aconteceu, não é?
    Ai eu leio um comentário anterior e percebo que já tiraram a mesma conclusão. kkkk
    Depois de ACEDE com certeza se cria uma certa expectativa em relação a esse livro, quer dizer eu nem criei porque pela sinopse já não tinha me atraído tanto, mas continuo querendo ler pra conhecer mais do John e ver esse trabalho da Pettengill com os anagramas.
    O que mais gostei até então foi a capa, simples mais tão cute. rsrsrs

    Bjs
    Garotas de Papel,

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  12. Inês, mas é um universo onde as maluquices são facilmente aceitáveis, né?! ADORO essa série *-*

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  13. Thiana, o livro é super legal, mas não é o melhor livro do autor. hahahahaha Gosto do John Green, mas ainda prefiro ACEDE :)

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  14. Eu já fui com muita sede ao pote com "A culpa é das estrelas" e me decepcionei.
    Medo de ler esse livro tb... Pq acho que vai acontecer a mesma coisa.
    N me leve a mal... ACEDE é lindo. Mas depois de tanto bafafá esperava chorar litros e sei lá. Só que não aconteceu...

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  15. Acreditas que essa é a primeira resenha desse livro que leio e que não é extremamente positiva?!?!
    Logo que soube sobre essa quantidade de ex-namoradas chamadas Katherines, já imaginei algo surreal, mas relevei esse negócio, pois tirando essa questão, até que achei que seria uma leitura divertida. E pelo jeito é. Uma pena que não tenha te conquistado tanto assim.

    @_Dom_Dom

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  16. Ariana, é mesmo?! Eu adorei ACEDE :D
    Eu entendo o seu problema, porque também sou assim >< hahahahaha Sempre que espero demais de um livro costumo me decepcionar por encontrar só "algo muito bacana" e não "a coisa mais bacana", o que é essencialmente completamente diferente.


    Não vá com muita sede ao pote ao ler O Teorema Katherine e você terá uma leitura agradável. O livro é legalzinho, mas não vai além disso.

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  17. Nardonio, o caso é realmente esse - o livro é legal, só não é o mais legal que já li, nem tampouco chega perto disso.
    É uma leitura divertida e gostosa, se você pegar o livro para ler sem grandes pretensões, irá curtir ^^


    Sério que foi a primeira resenha não extremamente positiva?! Nossa...

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  18. Pois é!!! Todas que li só mostravam as qualidades. Muitas até chegaram a favoritar.


    @_Dom_Dom

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  19. Nardonio, mas o livro é legalzinho mesmo, aposto que muita gente se apaixonou pela história :D

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