segunda-feira, 17 de junho de 2013

Os Óculos de Heidegger, de Thaisa Frank

Os Óculos de Heidegger, de Thaisa Frank
Intrínseca - 285 páginas
Quando as cartas se tornam mais do que cartas, mas um refúgio em meio ao caos.



Título: Os Óculos de Heidegger
Título Original: Heidegger's Glasses
Autora: Thaisa Frank
Tradutor: Mauro Pinheiro
Editora: Intrínseca
ISBN: 978-85-8057-308-4
Ano da Edição: 2012
Ano Original de Lançamento: 2010
Nº de Páginas: 285
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Sinopse:
Em plena segunda guerra mundial há um refúgio para pessoas de todas as nacionalidades, crenças e credos. É um complexo onde as cartas dos mortos são respondidas.

Prisioneiros à beira da morte foram salvos por saber uma ou outra língua além do alemão e se viram reunidos para escrever respostas às cartas dos mortos - da mesma maneira em que foram escritas!
Dentre estas pessoas está Elie Schacter, que se utiliza de todos os meios possível para garantir a sobrevivência daqueles que moram no complexo com ela e também faz o impossível para conseguir salvar pessoas de fora daquela loucura do Terceiro Reich.

Quando aqueles homens e mulheres do complexo recebem a inesperada incumbência de responder uma carta para um vivo, as coisas mudam e Elie vai fazer todo o possível para encontrar Asher Englehardt - que escreveu a carta - para que ele mesmo possa dar uma resposta para Martin Heidegger e confeccionar seus óculos. No fundo, ela tem a esperança de salvar alguém de Auschwitz, por mais impossível que possa parecer.


O que eu achei do livro:
Bom!

Livros que tratam da Segunda Guerra Mundial exercem um fascínio irrefreável sobre mim. Sempre me chamam a atenção e me cativam, ao mesmo tempo que me aterrorizam por contarem histórias sobre uma época negra, onde o ser humano mostrou o pior que havia em si (mas, felizmente, outros seres humanos também mostraram o melhor que havia neles).

Os Óculos de Heidegger, embora leve no título o nome de um importante filósofo alemão que existiu de fato e mesmo que esse faça uma pequena participação durante o livro, é ficção. A história foi inventada por Thaisa Frank mas transborda veracidade.
Eis aqui um ponto que poderia ter sido melhor explorado nessa edição e certamente o será no futuro (desconheço se alguma edição do livro - a original em inglês ou alguma das que foram traduzidas em outras línguas - contém tais informações) - possivelmente com um prefácio que situe melhor o leitor. Por se tratar de um romance histórico muito bem escrito, é natural que o leitor se encontre em dúvida sobre o que (e até mesmo quem) é real e o que é ficção inventada pela autora.

A escrita da autora é incrível! Ela mistura filosofia, horror, angústia, romance e esperança nas linhas que contam sua história. Enquanto narra as desventuras dos habitantes do complexo, traça uma imagem assustadora do período que serve de pano de fundo - o medo que aterroriza os protagonistas transborda das páginas e chega facilmente ao coração do leitor.
Ao mesmo tempo, entretanto, ela também consegue passar toda a esperança que não abandona aqueles guerreiros e é incrível acompanhar as tentativas deles viver mesmo com todo o horror que os cerca e todas as incertezas sobre o futuro e o presente!

Mas a parte mais incrível do livro são as cartas!
Durante toda a narrativa, o leitor encontra várias cartas. Cartas que impressionam.
São inegavelmente a melhor parte!
Os textos simulam o que seriam as cartas que os prisioneiros nos campos de concentração eram obrigados a escrever para seus familiares e amigos. Falsas, mentirosas e extremamente interessantes.
A operação conhecida como "Briefaktion", que obrigava as vítimas que chegavam a Auschwitz a escrever para casa contando como suas condições em sua nova casa eram favoráveis, realmente existiu, por mais cruel e inútil que possa parecer. Entretanto, não sei dizer se as cartas retratadas no livro são reais ou foram escritas pela autora simulando as que foram de fato escritas.
Elas são apresentadas na "língua original" em que foram escritas e logo abaixo traduzidas para o português, o que permite ao leitor uma experiência bastante interessante.
O único problema com estas cartas, ao meu ver, foi a fonte utilizada na parte em que elas estão em sua língua original. É um fonte bem ruim, pequena e confusa, e acaba dificultando a leitura (e como alguém que adora línguas estrangeiras eu li todas as cartas, mesmo nas línguas em que não conseguia entender nada). A parte em português, todavia, está com uma fonte diferente e sua leitura é tranquila.

A trama do livro é bem complexa e bastante envolvente, assim como os personagens criados pela autora. Uma história diferente e impressionante que vale a pena ler!


Nota: 

2 comentários:

  1. OI, Nanie.
    Bastou você dizer que o livro fala sobre a Segunda Guerra que já fiquei interessada.
    Beijos
    Camis

    ResponderExcluir
  2. Camis, te entendo porque também sou assim :)

    ResponderExcluir

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