Robinson Titanic, de J.P. Veiga

Robinson Titanic, de J.P. Veiga
Escrita Fina - 155 páginas
Um pedido de socorro vindo de dentro de um navio naufragado há décadas...

Título: Robinson Titanic
Autor: J.P. Veiga
Editora: Escrita Fina
ISBN: 978-85-63877-71-0
Ano da Edição: 2012
Nº de Páginas: 155
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Sinopse:
Após tantos anos da tragédia que acometeu o Titanic, o transatlântico tido como inafundável que acabou naufragando em sua viagem inaugural, ainda há mistérios não resolvidos que envolvem o navio.

Quando o bisneto de um dos sobreviventes chega até o navio e ouve pedidos de socorro em código morse vindos de dentro da carcaça afundada, sabe que há algo que ainda não se descobriu sobre aquela trágica noite.


O que eu achei do livro:
Ruim.

Vou começar falando do que me agradou: a edição da Escrita Fina!
Ainda não tive em mãos um único livro dessa editora cuja edição me decepcionasse de alguma forma. É tanto carinho que é impossível não agradar. E o cuidado se reflete em edições super caprichadas: tanto na parte de revisão quanto no aspecto gráfico - as capas lindas e o miolo cheio de detalhes que dão brilho à obra. E isso não foi diferente com Robinson Titanic. A capa é uma graça e a diagramação do livro é incrível!

Infelizmente, o restante já não me agradou tanto.
Na verdade, a parte da história da qual eu gostei (e que vejo como sendo a que realmente importa) não teve mais do que trinta páginas... É o pedaço que conta sobre quem ficou no Titanic (não vou entrar em detalhes para não estragar a surpresa) e que faz o paralelo com Robinson Cruzoé (razão pela qual o título do livro é Robinson Titanic). Essa parte da história, na minha opinião, deveria ter sido mais desenvolvida e o restante deveria ter sido tratado apenas como plano de fundo... uma pena, porque a ideia do autor é realmente muito bacana e, se fosse melhor trabalhada, poderia ter me agradado muito mais.

J.P. Veiga escreve muito bem - e isso é inegável. A leitura do livro é bastante fluidia e rápida. Fácil de entender e gostosa de acompanhar.
Entretanto, os detalhes que o autor utilizou para diferenciar sua narrativa (e que certamente irão agradar a muitos) não conseguiram me prender.
Primeiro a falta de dados. Por mim, os dados poderiam ter sido omitidos sem problemas, como, por exemplo, dizer algumas semanas ao invés de 5 semanas. Mas usar X semanas realmente não funcionou comigo.

O autor utiliza também "o Olhar" - para dar uma característica mais cinematográfica à sua obra, de forma a levar o leitor através da leitura como se o mesmo estivesse assistindo tudo no cinema. Não que o livro seja um roteiro - não é! - mas para que a experiência fosse mesmo diferente e mais próxima da que é vivenciada dentro de uma sala de projeção.
Talvez tenha funcionado para outras pessoas, mas não comigo. Achei bem chato acompanhar as partes que falavam especificamente "do Olhar" e em momento algum me senti como se estivesse assistindo um filme.

De maneira geral, achei que a cronologia da história ficou um tanto confusa. É fácil ver quando aconteceu cada um dos fatos narrados, até porque o autor coloca datas no início dos capítulos, mas a evolução da trama não ficou suave e a leitura acabou um pouco prejudicada pelos vai e vem da narrativa.

No final das contas, a ideia de J.P. Veiga é incrível, mas ele não conseguiu me encantar com o livro que escreveu.


Nota: