sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Entrevista: Eduardo Sabino


A entrevista de hoje é com o autor Eduardo Sabino, que escreveu o livro "Ideias Nortunas". Visite os blogs do autor: Ideias Nortunas e Caos e Letras.

1) Qual o seu nome completo, quantos anos você tem e onde você nasceu?
Eduardo Augusto Sabino Marques, 24 anos, nasci em Nova Lima-MG.

2) Quando você descobriu essa sua veia de escritor e como isso aconteceu?
Não sei exatamente quando e como aconteceu, mas veio da paixão pelas histórias, não de uma escolha racional. Não só as histórias dos livros. Eu gostava de reproduzir em papel os roteiros dos filmes, desenhos animados e videogames. Depois que li “Viagem ao Centro da Terra”, de Júlio Verne, aos 11 anos, comecei a exercitar mais a criação literária como um objetivo, o de me tornar um autor. Mas a escrita vem mais como uma necessidade do que como um projeto de vida.

3) De onde veio a inspiração para escrever o livro “Ideias Noturnas"?
O livro reúne 22 contos produzidos entre os anos de 2006 e 2009. Cada conto tem o seu contexto, um motivo diferente de existir. No geral, são imagens do cotidiano e leituras de mundo que estacionam na memória e viram combustível para algum texto. Não pensei o livro como um projeto homogêneo, nem de tema nem de linguagem. Por isso, ao terminá-lo, resolvi buscar elementos presentes em todos os contos, ou na maioria deles, que pudessem dar uma identidade à coletânea.

4) Em 1999, você foi um dos ganhadores do "Concurso Nacional de Literatura da Revista SGP”. Qual foi o significado desse prêmio para sua carreira como escritor?
Não acho os concursos literários fundamentais para um escritor, nem penso que sempre são justos. Mas, claro, vencê-los dá muita motivação, ainda mais quando somos muito jovens. Eu tinha 12 anos e fui o único mineiro premiado pela revista de games mais famosa da época. Quando a SGP publicou o resultado, o exemplar da revista com o meu nome circulou na minha escola e os professores me estimularam muito. A escrita já existia em minha vida, mas o concurso me deu credibilidade diante dos mais velhos.
Penso que o concurso tornou público um talento, mas um talento que precisava (e ainda precisa) ser lapidado. Desde então estudo para isso. E não pretendo parar. 

5) Você tem contos publicados em antologias nacionais. Qual desses é o seu preferido? Poderia dizer algumas antologias que contém textos seus?
São poucas antologias. Algumas em que publiquei só para satisfazer o ego de ver um texto publicado. Talvez a mais interessante tenha sido publicada pela CBJE em 2001. Ali existe um texto que ainda gosto, intitulado “Propriedade intelectual sem dono”.

6) Você tem algum trabalho paralelo ao de escritor? Esse trabalho influencia na sua escrita?
Sou editor de uma revista literária, a Caos e Letras, e redator em uma rede particular de escolas. A experiência com o texto jornalístico ainda me influencia bastante ao escrever literatura. Claro, são estruturas textuais bem diferentes. Mas em ambas existe a busca pela concisão. Redigir notícias é um treinamento interessante para um escritor. 

7) Você já tem algum outro livro esperando publicação?
Acabei de concluir um livro infanto-juvenil e estou produzindo uma nova coletânea de contos. O principal tema dessa coletânea será o amor. Um amor, digamos, mais noturno.

8) Foi muito difícil para conseguir publicar o seu livro?
Sim. Já é difícil para os autores mais experientes, para os novos, muito mais. O primeiro contrato saiu em 2006. A publicação, somente em 2009. Além de esperar os seis meses habituais para avaliação da obra, e mesmo depois de selecionado, tive que correr atrás de um patrocínio. Ou seja, não é fácil.

9) Qual sua dica para quem quer seguir a carreira de escritor?
Ler bastante. Não só literatura. Ler sobre política, sociologia, filosofia. Tão importante quanto as leituras que vão aprimorar o texto são as leituras que vão ampliar a visão de mundo do escritor. Afora isso, buscar contato com outros escritores e críticos literários e estar preparado para se sujeitar a um mercado editorial árduo.

10) Em sua opinião, qual é a importância da literatura na vida das pessoas?
Vejo a literatura como uma máquina de investigar abismos. Ao ler, além do prazer estético de uma linguagem bem elaborada, busco os textos que me ajudam a ampliar os significados do mundo e da condição humana. Não por meio de fórmulas, mas pelas sugestões, ironias e metáforas que não procuram responder, mas questionar os padrões estabelecidos. Infelizmente, num mundo de respostas prontas, a importância que as pessoas dão a esse tipo de literatura é cada vez menor.

a) Um livro: “Luz em agosto”, de William Faulkner.
b) Um autor: Júlio Cortázar
c) Uma música: “Fairy Tale”, do Shaman.
d) Um cantor: Lenine
e) Um filme: Clube da Luta.
f) Um ator: Jack Nicholson
h) Uma frase: Millôr Fernandes fez uma frase interessante que me remete ao conformismo do brasileiro: “O desespero eu até aguento. O que me apavora é essa esperança”.

Agradeço imensamente a entrevista e toda a atenção que você me deu. Gostaria de deixar algum recado final para os seus leitores?
E eu agradeço pelo espaço. Aos leitores, deixo os meus parabéns. Ler, hoje em dia, é um ato de heroísmo. E vamos conhecer mais a literatura nacional. Tem muita gente boa publicando por aqui.

Espero que vocês tenham gostado da entrevista! 


4 comentários:

  1. Adorei a entrevista.
    Fiquei curiosa com esse novo livro infanto-juvenil, rs.
    A cada dia fico mais orgulhosa da nossa literatura, bagagem de qualidade já temos, o que falta é a danada da conscientização do povo.
    Continue nesse trabalho de divulgação Nanie. #AcordaBrasil
    Beijos

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  2. Nanie, vc esta famosissima! Todos os autores brasileiros ja deram entrevista p/ seu blog!
    Vou comecar a te chamar Nanie Maria Gabriela! =P

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  3. Eu ri do Nanie Marilia Gabriela!

    Uma coisa que todos os escritores dizem na suas entrevistas, é que a dica para quem quer ser escritor é ler muito, mas alguns se esquecem de que não basta só ler muito, mas também escrever bastante!

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  4. Hahahaha Livia, vc me fez rir aqui agora =D
    Eu gosto de fazer entrevistas com os autores porque é uma maneira dos fãs conhecê-los.
    E tem mais um montão de entrevistas para colocar no blog >.<

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