sexta-feira, 9 de julho de 2010

Vítimas do Silêncio, Janethe Fontes


Título: Vítimas do Silêncio
Título Original: Vítimas do Silêncio
Autor: Janethe Fontes
Editora: Universo dos Livros
ISBN: 978-85-99187-74-6
Ano da Edição: 2009
Ano Original de Lançamento: 2009
Total de Páginas: 187
Comprar Online: Saraiva / Submarino


Sobre o livro: 
"A história que você vai ler é apenas uma obra de ficção. ENTRETANTO... diariamente, milhares de meninas e mulheres em todo o mundo são violentadas ou mutiladas tanto física como psicologicamente e, na maioria das vezes, seus agressores são pessoas próximas como: pai, irmão, padrasto, vizinho, amigo etc.
Espero, do fundo do meu coração, que um dia tanto homens quanto MULHERES sejam respeitados como seres humanos providos de desejo, de vontades próprias e não sejam mais submetidos a humilhações e violências descabidas como o estupro e outros...
...Esse é apenas um 'grito de alerta' para quebrar o 'silêncio' que paira sobre mulheres no mundo todo, que por medo ou vergonha são 'vítimas do próprio silêncio'."
Margarida está indo para Santa Catarina, ela desistiu de morar com a mãe em São Paulo. Ela está indo morar na casa dos tios, porque não tem mais como continuar morando com o padrasto. Está deixando a mãe e a irmã que ama tanto para trás, mas é uma atitude necessária.
Ela não contou nada do que aconteceu para ninguém, nem mesmo para a mãe. O padrasto abusou sexualmente dela e ela ficou um pouco perturbada com tudo isso - e com muita vergonha e medo, não conseguindo contar para ninguém.
E quando ela chega na casa dos tios em Santa Catarina ela reencontra os primos, que se tornam grandes amigos dela. E aos pouquinhos ela vai se apaixonando pelo primo - Marcos, que também se apaixona por ela. Mas o primo já é noivo de outra menina, e a tia é contra o romance dos dois.
Eles acabam tendo uma noite de amor juntos - a primeira e única, pois naquele dia a mãe e a irmã vem morar em Santa Catarina, deixando o marido. E Margarida vai morar com elas.
Ela não vê mais o primo que vai para o exterior estudar.
Mas de repente, o padrasto odiado volta. E sua mãe, que de nada sabe, resolve dar uma segunda chance para o homem. E Margarida vai embora da casa da mãe novamente - e para sempre. E vai para São Paulo, sozinha - ou melhor, com um filho de Marcos na barriga, e sem dinheiro. A vida é difícil, mas ela consegue um emprego para tomar conta de William, um garoto que perdeu o gosto pela vida depois de um acidente.
Margarida vai ser o anjo da vida de William e William vai ser o anjo da vida dela. E Margarida vai fazer de tudo para tentar ajudar a irmã que ficou com a mãe e o pai em Santa Catarina, para que a pequena não passe pelo que ela passou.

O que eu achei da história:
É uma história muito forte e polêmica.
O que aconteceu com Margarida não é uma coisa fácil, ainda mais porque ocorreu em 1988 - 22 anos atrás. Eu fiquei o tempo inteiro pensando em como seria mais difícil naquela época tocar no assunto. Se ainda hoje, muitas mulheres têm medo de falar ou admitir que sofreram violência sexual - principalmente quando vem de alguém próximo - imagina a 22 anos atrás.
E além de tudo isso, Margarida ainda passa por várias situações - como ser mãe solteira, ir morar em São Paulo sem casa e sem dinheiro. Mas a protagonista é uma lutadora que não desiste nunca - eu torci muito por ela. Torci muito também para que ela ficasse com William - torci muito para que os dois engatassem um romance.
O livro é bem denso - conta quase 10 anos de vida da Margarida, ou seja conta muita coisa.
São vários episódios e tem muita coisa polêmica mesmo, é um livro bem forte.
Mas é uma narrativa muito gostosa de ler, com uma linguagem simples e um desenvolvimento dinâmico. É uma história muito boa - eu adorei e aposto que você também vai gostar.

No final do livro, a autora traz alguns dados sobre violência sexual contra a mulher:
"A história que você leu é apenas uma obra de ficção. ENTRETANTO...
Segundo a Anistia Internacional, com bases em dados da ONU (Organização das Nações Unidas), da OMS (Organização Mundial de Saúde) e de organizações governamentais e não-governamentais, em relatório divulgado em 5 de março de 2004:

- Em todo mundo, um quinto das mulheres foi vítima de estupro ou tentativa deste tipo de crime. E a prática se transformou até mesmo em uma arma de guerra.

- Mais de um bilhão de mulheres - uma em cada três - foi espancada, forçada a manter relações sexuais ou sofreu outro tipo de abuso, quase sempre cometido por amigo ou parente.
- Na África do Sul, um mito diz que para um homem se curar da AIDS, tem que fazer sexo com uma virgem e que, quanto mais jovem for a virgem, mais potente é a cura. Isso acarreta no estupro de 147 mulheres todos os dias.

- Nos EUA, uma mulher é estuprada a cada 90 segundos.

- Na França, 25 mil mulheres são estupradas por ano.

- As mulheres latinas, particularmente as brasileiras e argentinas, são as mais expostas a crimes sexuais no mundo. A América Latina registra os mais altos índices de crimes sexuais. Cerca de 70% dos casos de violência são estupros, tentativas de estupro e outras agressões sexuais.

- No Brasil, a OMS constatou que 10% das mulheres na área urbana e 14% na área rural já foram forçadas fisicamente a ter relações sexuais quando não queriam ou forçadas a práticas sexuais degradantes ou humilhantes por medo do que o parceiro pudesse fazer. Mas, segundo a Unifesp, apenas 10% dos casos de estupro são registrados na polícia."
Felizmente, hoje já temos muita coisa nova e muito mais proteção para mulher, como é o exemplo da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006). O assunto é muito sério e muitas mulheres ainda tem vergonha ou medo de procurar ajuda, mas felizmente é possível enxergar todo o esforço que tem sido feito para que este tipo de atitude seja cada vez mais raro. Acesse o "Portal Violência Contra a Mulher" e fique por dentro das leis, campanhas e até dados sobre o assunto. 

Nota: 




Dificuldade de Leitura: 

 
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