É com muito orgulho que hoje eu apresento uma entrevista com o autor brasileiro Luis Eduardo Matta! Ele é o autor do livro 120 Horas que eu resenhei aqui no blog. Ele já é escritor a um tempinho e tem livros maravilhosos \o/ Eu não sei como eu ainda não tinha conhecido os livros dessa autor, estava perdendo e muito. E se você ainda não conhece o autor e gosta de livros thrillers, então não perca tempo e corra para a livraria mais perto da sua casa e compre 120 Horas. De verdade, é um dos melhores thrillers que eu já li! Eu fico me coçando para dizer que o autor é muito melhor que um certo outro autor internacional de grande renome. Mas eu não vou dizer... Hehehe, não aguentei ^^ Mas enfim, o Luis Eduardo Matta manda muito bem mesmo e você não pode deixar de conhecê-lo.
Espero que vocês curtam a entrevista. Foi muito bom conversar com esse autor, que apesar de já ser nacionalmente reconhecido, é super simpático e atencioso!
1) Qual o seu nome completo, quantos anos você tem e onde você nasceu?
Meu nome completo é Luis Eduardo de Albuquerque Sá Matta, estou com 35 anos e nasci na cidade do Rio de Janeiro.
2) Quando você descobriu essa sua veia de escritor e como isso aconteceu?
Foi totalmente inesperado. Eu assistia a uma entrevista de Jorge Amado e Zélia Gattai no programa do Jô Soares e, de repente, descobri que criar histórias era o caminho que eu gostaria de seguir na minha vida. Isso foi numa noite de janeiro de 1992. Eu tinha acabado de completar 17 anos. Passei a madrugada seguinte tomando anotações num caderno de pautas e já pela manhã escrevia meu primeiro livro, que foi publicado um ano depois.
3) Você escreveu o seu livro de estreia "Conexão Beirute-Teeran" com apenas 18 anos. De onde veio a inspiração para este livro? E como foi essa experiência de escrever tão jovem?
A inspiração veio, sobretudo, da minha paixão pela literatura de mistério e suspense e dos meus estudos sobre o Oriente Médio. A família do meu pai é libanesa e sempre tive uma grande curiosidade de desvendar aquele mundo distante e fascinante dos povos do Oriente Médio. Foi bom, no meu caso, ter começado a escrever cedo. Me deu oportunidade de aprender bastante, de depurar minha técnica... Naquele tempo, eu tinha, como a maioria dos jovens idealistas, a sensação de que eu conhecia tudo e que as coisas seriam fáceis. Hoje eu vejo que sei cada vez menos e que escrever é uma tarefa difícil e trabalhosa. Mas o prazer de escrever continua, hoje, o mesmo daquela época.
4) Você só voltou a lançar outro livro quase 10 anos depois. Por que tanto tempo entre as publicações?
Fundamentalmente por duas razões: primeiro, porque foi difícil voltar a publicar. Meus livros foram rejeitados por diversas editoras ao longo de muitos anos consecutivos. Se eu fosse menos insistente teria facilmente desistido. A segunda razão foi que, intimamente, eu sentia que ainda não estava pronto para voltar. Eu precisava amadurecer mais – como escritor e como pessoa – antes de seguir adiante. Foi em algum momento entre 2001 e 2002 que senti uma segurança maior para publicar meu segundo livro, “Ira Implacável”, o que, para mim, funcionou como uma segunda estreia.
5) Você encontrou muitas dificuldades para publicar os seus livros?
Em geral, sim. Não só para publicá-los, mas para divulgá-los, distribuí-los, vencer um pouco a desconfiança que os leitores de thrillers têm em relação à literatura brasileira... É um trabalho de superação diária que continua até hoje. Não é porque publiquei alguns livros, que minha vida tornou-se simples. Muito pelo contrário. As coisas comigo costumam ser muito difíceis e demoradas.
6) Quantos livros você já tem publicados? Poderia falar um pouquinho sobre eles?
Eu tenho, até o momento, sete livros publicados para adultos e adolescentes e estou preparando outros cinco neste momento. Além disso, participei de duas antologias de contos de literatura fantástica que saíram em 2009. Meus livros, em geral, são thrillers de mistério e suspense. O thriller é um gênero historicamente pouco explorado na literatura brasileira, mas que, nos últimos anos, vêm ganhando adeptos competentes e criativos, alguns dos quais se tornaram meus amigos. Mesmo na literatura juvenil, o gênero é menos presente do que poderia ser. Livros como “120 Horas” e “O Véu” têm conquistado leitores no Brasil todo, pelas tramas, pela caracterização dos personagens e pela iniciativa de situar o Brasil num contexto internacional. O Brasil é um país importante, embora os brasileiros adorem pensar o contrário. É um país que tem, sim, um peso no mundo. Tenho um grande amor pelo Brasil e muito orgulho de ser brasileiro e procuro, nos meus livros, passar essa visão. Os personagens brasileiros que saem pelo mundo ou os estrangeiros que vêm ao Brasil são, de certo modo, uma metáfora de como é possível o Brasil, enquanto nação, interagir em pé de igualdade com os mais diferentes povos.
7) Você já tem outros livros prontos aguardando publicação?
Tenho sim. Dos cinco que estou escrevendo, um acaba de ficar pronto e dois outros estão quase concluídos. Não sei ainda quando serão publicados, mas acredito que isso aconteça ao longo de 2011 e 2012.
8) Você tem alguns livros infanto-juvenis. Como é escrever para esse público?
É fantástico. Foi a minha grande descoberta nesta última década. Tenho me dedicado aos juvenis tanto quanto aos adultos. Uma das minhas grandes preocupações é a formação leitora do povo brasileiro. Nosso país não chegará a lugar algum se o povo não tiver familiaridade com o texto escrito e isso só se dá por meio da leitura regular. Resolvi dar a minha contribuição nesse sentido e escrever livros com perfil semelhante aos que eu gostava de ler quando era adolescente. Creio que o thriller pode servir como um passaporte bastante atraente para o mundo da literatura. Nunca os jovens leram tanto como agora e as respostas deles para o meu trabalho, até o momento, têm sido bastante animadoras.
É fantástico. Foi a minha grande descoberta nesta última década. Tenho me dedicado aos juvenis tanto quanto aos adultos. Uma das minhas grandes preocupações é a formação leitora do povo brasileiro. Nosso país não chegará a lugar algum se o povo não tiver familiaridade com o texto escrito e isso só se dá por meio da leitura regular. Resolvi dar a minha contribuição nesse sentido e escrever livros com perfil semelhante aos que eu gostava de ler quando era adolescente. Creio que o thriller pode servir como um passaporte bastante atraente para o mundo da literatura. Nunca os jovens leram tanto como agora e as respostas deles para o meu trabalho, até o momento, têm sido bastante animadoras.
9) Você gosta de escrever thrillers. O que mais te agrada nesse gênero? Qual sua motivação para seguir esse gênero?
O thriller é um tipo de ficção que sugere suspense, ação e conflagração permanentes. Nos meus, assim como acontece na obra de outros autores da mesma linha, incluo, também, o elemento “mistério”. Desde criança, adoro a ficção de mistério. Até hoje sou capaz de cancelar um jantar ou uma programação social qualquer, caso esteja envolvido com a leitura de um bom thriller, sobretudo se houver um mistério intrincado a ser desvendado. Optei por não escrever literatura policial, porque é uma ficção de estrutura mais rigorosa e demarcada, da qual não é possível fugir muito sem comprometer o andamento da história. O thriller oferece os mesmos recursos narrativos da ficção policial, mas permite criar tramas mais livres, com mais possibilidades dramáticas. Isso pode até ser um problema, já que quando se tem menos limites, as chances de se perder costumam ser maiores.
10) Você exerce outras atividades paralelamente à de escritor?
Não e nem poderia. Com tantos livros por escrever e compromissos para atender, hoje em dia não há tempo para fazer muita coisa além disso. Tenho uma correspondência diária imensa para dar conta e até minha vida social anda prejudicada. Há tempos não entro num cinema e praticamente todas as viagens que tenho feito nos últimos anos são para divulgar algum livro. Isso, no entanto, não é uma queixa. Gosto de me corresponder com os leitores e o trabalho nunca me assustou. É uma grande alegria respirar literatura quase vinte e quatro horas ao dia.
Agora algumas perguntinhas rapidinhas para o leitor te conhecer melhor:
a) Um livro: "Guerra e Paz", Tolstói
b) Um autor: Dostoiévski
c) Uma música: "Misere Mani", Era
d) Um cantor: Mary Fahl
e) Um filme: "Quo Vadis"
f) Um ator: Peter Sellers
g) Uma pessoa: papa João XXIII
h) Uma frase: "Tudo o que sei é que nada sei" - Sócrates
Agradeço imensamente a entrevista e toda a atenção que você me deu. Gostaria de deixar algum recado final para os seus leitores?
Leitura é, acima de tudo, prazer. É a maneira mais divertida e agradável de descobrir o conhecimento e está ao alcance de todos. Além disso, é o grande instrumento da cidadania. Só quando tivermos uma população majoritariamente leitora, seremos um país decente e justo, realmente preparado para erradicar as desigualdades e gozar plenamente de um sistema democrático. Precisamos acabar com a noção de que ler é um ato destinado a uns poucos eleitos e entender que livros e povão têm tudo a ver.
Então, gostaram? Eu adorei! Ele é ultra simpático e um ótimo escritor! Eu ainda estou com o livro "O Véu" aqui em casa para ler e estou muito ansiosa, porque deve ser maravilhoso! E o autor já declarou que em breve estará lançando mais livros, sem contar os outros que ele já tem lançado! Só coisa boa!!!
E alguém mais reparou em como ele é intelectual? Uau! Alem de citar Sócrates ainda escolheu Dostoiévski como autor preferido e um livro de Tolstói... ai, ai... fiquei me sentindo tão não-intelectual nesse momento!!!
Se você gostou da entrevista e se interessou pelo autor, você pode encontrar uma pouco mais sobre ele e sua obra pela internet:
- Site: http://www.lematta.com/
- Twitter: http://twitter.com/lematta
- Perfil do escritor no Skoob: http://www.skoob.com.br/autor/1269-luis-eduardo-matta
Adoro conhecer novos autores nacionais!! :D
ResponderExcluirOtima entrevista!
ResponderExcluirainda não conhecia esse autor e nem seu livro...
mas é sempre bom conhecer novas obras e seus autores...
adorei!
É sempre bom conhecer novos escritores brasileiros.
ResponderExcluirParabéns pela entrevista.
Bjs!
Eu não conhecia esse autor. Adorei conhecer.
ResponderExcluirBeijos
Adorei a entrevista e é dessa forma que conhecemos bons autores brasileiros.
ResponderExcluirÓtima forma de divulgação e devo admitir que ele é intelectual demais! Fiquei passada aqui kkk.
Quando lê "O Véu" prepara resenha pra gente!!!
beijos
Nanie!!!
ResponderExcluirObrigada por nos apresentar o autor, não o conhecia e adorei as respostas dele, adoro trhillers e vou procurar os livros dele com certeza!
Grande beijo e sucesso ao Luís Eduardo Matta!!
Com certeza assim que eu ler "O Véu" eu vou postar resenha dele aqui! E o melhor de tudo é que o autor disponibilizou um livro para sorteio! Quem quer sorteio do livro 120 Horas? Em breve aqui no blog!
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