Persuasão, Jane Austen

Título: Persuasão
Título Original: Persuasion
Autor: Jane Austen
Tradutor: Roberto Leal Ferreira
Editora: Martin Claret
ISBN: 978-85-7232-879-1
Ano da Edição: 2010
Ano Original de Lançamento: 1818
Nº de Páginas: 229
Comprar Online: Submarino

Sobre o livro:

Os Elliot eram uma família da nobreza. E disso Walter Elliot nunca deixara de se gabar. Ele estava sempre a apreciar a descrição de sua família e a se gabar de sua nobreza.

A mulher havia morrido a alguns anos, e deixara-o com três filhas: Elizabeth, Anne e Mary. A mais nova já era casa, embora não tivesse sido um casamento maravilhoso, fora bom o suficiente. E a mais velha, Elizabeth, embora já tivesse 29 anos, era ainda motivo de grandes esperanças para o pai - que sempre via para ela um bom casamento. Para a filha do meio, Anne - a mais parecida com a falecida mãe, não eram dadas muitas atenções. E isso sempre aborrecia lady Russel. Ela era viúva, assim como o sr. Elliot, e após o falecimento da esposa desse, havia se tornado amiga íntima da família e ajudado na criação das filhas. Ela adorava Anne e achava-a a mais graciosa das três mocinhas.

Mas apesar do sangue nobre, os Elliot estavam passando por dificuldades financeiras, e por isso teriam que se mudar para uma casa menor e alugar a propriedade de Kellynch Hall até que as finanças ficassem em melhores condições. Depois da morte da sra. Elliot, as finanças haviam se descontrolado e chegado num ponto quase insustentável. Mas depois de muita conversa, decidiu-se que a propriedade seria alugada.

E como Anne ficou surpresa ao descobrir que o locatário ninguém era senão o cunhado de seu ex-noivo. Ela havia se rompido o noivado, que havia sido do conhecimento de poucos, por insistência da família. Havia sido persuadida porque o rapaz não seria bom o suficiente para uma Elliot. Mas Anne o amava e o sentimento persistia até os dias atuais. Como seria se encontrar novamente com ele? O que ele pensaria de tudo o que havia acontecido no passado? Ainda existiria algum tipo de sentimento entre os dois?

O que eu achei do livro:

Esse livro é muito lindo! Eu adoro livros que se passam na Inglaterra do século XVII, XVIII e XIX - costumam ser simplesmente encantadores. E esse não foi diferente. 

Sem contar que eu amei a protagonista, a Anne Elliot. Ela é uma mocinha muito decidida e enérgica, embora tenha essa personalidade no século XIX, ou seja, não tão forte quanto nos dias atuais.

E também achei muito bonita a maneira como a história foi contada. Eu nunca havia lido nada escrito pela famosa Jane Austen. Mas Persuasão foi um ótimo começo, pois apreciei muito a história.

A simplicidade e inocência do amor sentido por Anne, os encontros casuais com o seu amado e todos os pensamentos que passam pela cabeça da garota - tudo é encantador, mágico e extremamente romântico!

Enfim, me diverti muito com a leitura e recomendo para todo mundo que gosta de um bom clássico recheado com um romance inocente! Mas sempre lembrando que é um clássico do século XIX, ou seja, a linguagem não é a mesma dos livros contemporâneos, mas também não é complicada não. É uma linguagem até simples para um clássico dessa época. Com certeza um livro que deve ser lido.

Ainda tenho que acrescentar que a edição da Martin Claret tem uma capa linda, que eu amei! E além da capa (em geral, eu gosto das capas que trazem as pinturas clássicas dos livros da Martin Claret) a edição ainda trás um capítulo 23 (o livro tem 24 capítulos) diferente, que havia sido modificado porque Jane Austen não achou que ficou bom. E sinceramente, o que ficou no final é realmente muito melhor, mais apaixonante. Mas eu gostei muito de ter a outra versão para leitura.

Abaixo um trecho de uma carta que aparece no livro, mas eis aqui o aviso, apenas clique no botão aqueles que não ligam para spoiler ou que já leram o livro. Eu não me contive e coloquei a carta aqui no post. E consegui um artifício para que as pessoas não lessem a carta caso não quisessem. Mas, aviso novamente, pode estragar um pouco para quem não gosta de spoiler.

"Não consigo mais ouvir em silêncio. Tenho de falar com você com os meios que estão ao meu alcance. Você trespassa a minha alma. Sou agonia e esperança. Não me diga que é tarde demais, que tais preciosos sentimentos se foram para sempre. Eu volto a me oferecer a você, com um coração ainda mais seu do que quando você quase o partiu, oito anos e meio atrás. Não ouse dizer que os homens se esquecem mais rápido do que as mulheres, que o amor deles morre mais cedo. Só a você tenho amado. Posso ter sido injusto, fui fraco e ressentido, mas nunca inconstante. Só por você vim a Bath. Só por você eu penso e faço planos. Será que você não viu? Será que você não conseguiu entender meus desejos? Não teria esperado nem esses dez dias, se tivesse podido ler os seus sentimentos, como acho que você entendeu os meus. Mal consigo escrever. Estou a cada instante ouvindo coisas que me esmagam. Você abaixa a voz, mas posso distinguir tons nessa voz que aos outros passariam despercebidos. Criatura excessivamente boa, excessivamente excelente! Você nos faz justiça, sem dúvida. Acredita que o verdadeiro afeto e constância existam entre os homens. Creia que tal afeto é mais do que fervoroso e mais do que constante em
F.W.
Tenho de ir, incerto de meu futuro; mas vou voltar para cá ou acompanhar seu grupo, assim que possível. Uma palavra, um olhar serão o bastante para decidir se se entrarei na casa de seu pai esta noite ou nunca mais."

Nota: 

Dificuldade de Leitura: