Entrevista: Janethe Fontes

Estou muito feliz de publicar hoje essa entrevista. Eu adoro autores nacionais e acho incrível poder conhecê-los um pouco mais. Aqui no blog eu já publiquei entrevista com outras duas autoras: Ana Cristina Melo e Tammy Luciano. Dessa vez a entrevistada foi a Janethe Fontes, autora do livro "Vítimas do Silêncio" (já tá participando da promoção do livro aqui no blog?). Ela foi super simpática e a entrevista ficou ótima! Espero que vocês gostem, porque eu adorei!
Para quem quiser saber mais sobre a autora, é só segui-la no blog ou no twitter.



1) Qual o seu nome completo, quantos anos você tem e onde você nasceu? 
Por questões de segurança, direi apenas meu nome artístico (ok?): Janethe Fontes, 39 anos, natural de uma pitoresca cidade do interior de Pernambuco: Triunfo. Mas me considero praticamente paulista, já que vim para São Paulo com apenas alguns meses de idade.

2) Quando você descobriu essa sua veia de escritora e como isso aconteceu? 
Desde muito jovem gosto de ler e escrever, mas como “gostar de escrever” não torna ninguém escritor, tendo em vista que para desenvolver um livro é necessário muito trabalho, além de disciplina e dedicação, apenas aos 28 anos de idade criei coragem para escrever meu primeiro livro: Vítimas do Silêncio.

3) De onde veio a inspiração para escrever "Vítimas do Silêncio"?
Essa é uma pergunta recorrente. Acho que todo mundo sempre quer saber qual o motivo para escrever sobre um assunto tão forte, de onde veio a inspiração. E o mais engraçado é que nunca tenho uma resposta 100% racional para esta pergunta. Mas o fato é que a violência sexual e a violência doméstica sempre me incomodaram e incomodam muito. Não sei explicar exatamente o motivo desse incômodo. O que posso lhe dizer de concreto é que os números da violência contra a mulher são simplesmente alarmantes, e parece que a violência tem aumentado cada vez mais. E isso me assusta... me incomoda o sentimento de impotência. Falar sobre esse assunto talvez seja uma forma de extinguir esses sentimentos.

4) Foi difícil conseguir publicar o seu primeiro livro?
Sim, foi sim. Tanto que pensei até em desistir e “engavetei” meu primeiro livro (Vítimas do Silêncio) por quase sete anos (não é a toa que a história se passe no período de 1988 a 1997, eu comecei a escrevê-lo em 1998).
No Brasil, é quase um milagre conseguir publicar sem desembolsar nada do próprio bolso, exceto, claro, que a pessoa seja famosa ou que tenha amigos no mundo literário.

5) Você já tem algum outro livro aguardando publicação ou ideias para novos livros?
Tenho mais 03 livros na gaveta e muitas outras histórias na cabeça, inclusive a continuação de Vítimas do Silêncio. Estou apenas aguardando uma oportunidade para publicá-los.

6) Você é escritora em tempo integral ou tem alguma outra profissão?
Estou batalhando bastante para conseguir meu espaço no meio literário. Mas, enquanto isso não acontece, vou mantendo meu emprego na área de seguros.

7) Qual você acha que é a maior dificuldade para um autor nacional?
As dificuldades são imensas. E não é exagero meu, não. Quem é escritor novato sabe bem do que estou falando. Já falei disso até no meu blog. Os novos escritores brasileiros, em primeiro lugar, têm de ser imunes ao desânimo. Em segundo, precisam ser muito persistentes. Muito persistentes mesmo. Conseguir uma editora que realmente invista em novos escritores é coisa rara. Muitas dizem receber para análise textos de novos escritores, mas eu já fiz o teste da “colinha”, ou seja, já enviei exemplares com folhas coladas e tive a certeza que boa parte das editoras não olha o material enviado, simplesmente devolve alegando que a agenda de lançamento do ano está fechada. Isso quando devolve o material, pois a maioria não devolve e não dá qualquer satisfação. É lamentável. Também faltam profissionais, agentes literários, para intermediar entre os autores e as editoras.

8) Como está sendo a aceitação dos seus livros?
Nossa! Muito boa. Estou realmente muito feliz com a imensa quantidade de pessoas que estão elogiando Vítimas do Silêncio.

9) Qual a importância da literatura na vida das pessoas, na sua opinião?
Costumo dizer que a leitura traz no mínimo entretenimento. Se você adicionar o conhecimento da própria língua e as outras inúmeras vantagens que um livro pode trazer, então podemos dizer que a importância é simplesmente incomensurável. Mas o gosto pela leitura é algo que a sociedade brasileira ainda precisa desenvolver. Felizmente, percebe-se que já estamos avançando nesta direção, que hoje já existe uma consciência maior do valor da leitura. Ainda assim, quando comparado a outros paises, o Brasil fica muito aquém do índice de leitura ideal. Por isso é tão importante a proliferação de salões e festivais literários pelo país. É maravilhoso quando você encontra leitores debatendo suas opiniões sobre os livros que já leu ou deseja ler.


Agora algumas perguntinhas rapidinhas para o leitor te conhecer melhor:
a) Um livro: Nossa, são tantos! Tem certeza que preciso citar apenas um? Bem, mas vamos lá, vou citar um que me impressionou bastante na adolescência (nem me lembro exatamente porquê): Olhai os Lírios do Campo, de Érico Veríssimo.
b) Um autor: Olha, são tantos também. Mas vou ficar com o romancista Sidney Sheldon.
c) Uma música: Como é grande o meu amor por você
d) Um cantor: Roberto Carlos
e) Um filme: Ghost
f) Um ator: Tony Ramos (adorei a performance dele em “Se eu fosse você”)
g) Uma frase: Aquilo que não me mata, me fortalece (Nietzsche)



Espero que vocês tenham gostado da entrevista tanto quanto eu gostei! Não se esqueçam que está rolando promoção do livro "Vítimas do Silêncio" aqui no blog!