sexta-feira, 11 de março de 2011

Rupert

Contos da Nanie é uma coluna do blog Nanie's World! Sempre que a Nanie tiver contos novos, irá postá-los nessa coluna, que sairá às sextas-feiras!
Sua opinião é muito importante! Diga o que você achou das histórias, sua opinião é muito importante para mim!
A culpa dessa coluna existir no blog é da @vanbosso que insistiu muito para que eu postasse os meus contos!
Rupert

Rupert continua no seu caminho de sempre. Ele vê que algumas pessoas se sentem acuadas com a sua presença e que, a todo custo, evitam cruzar o seu caminho. Era difícil acreditar que em um mundo tecnológico cheio de descobertas científicas ainda houvessem pessoas que se preocupavam com meras superstições infundadas.
Desde que ele fora amaldiçoado, há 10 anos atrás, ele vem sofrendo com isso. E o pior - ele já não sabe se vai conseguir se livrar da maldição.
Rupert sempre fora um cara malvado, não havia outra palavra para isso. É claro que após 10 anos de maldição ele já havia se arrependido, e muito, por tudo o que tinha feito.
Quando criança ele era o garoto ruim da escola. Como sempre tinha sido o mais alto das crianças de sua idade, ele se aproveitava disso para fazer tudo o que lhe dava na telha. Ele batia nos outros garotos, fazia brincadeiras de mau gosto, roubava seus lanches e até mesmo seu dinheiro. Se tudo isso havia ficado sempre impune? Não, claro que não. Ele era apenas uma criança, então as punições eram coisa leve. Ele ficou de castigo, foi suspenso e até mesmo convidado a se retirar (uma maneira um pouco mais educada de dizer que foi expulso) de uma das escolas que frequentou. Mas ele não ligava para isso - era tudo pura diversão.
A mãe ele nunca tinha conhecido mesmo, ela havia abandonado-o com o pai e saído pelo mundo. E o pai era um cara muito despreocupado. Rupert sabia que ele era um cara bom e tentava a todo custo ajudar o filho, mas como trabalhava muito e nunca estava presente, Rupert dava uma de esforçado na sua frente e se aproveitava de tudo o que podia pelas suas costas.
Assim, Rupert viveu até os 15 anos. Foi quando uma das escolas que frequentou "o convidou a se retirar". Ter sido expulso foi um baque muito duro para o seu pai. A conversa foi longa e pela primeira vez na vida o adolescente sentiu culpa. Mas nada que estragasse a sua festa. O pai tinha muita pena do menino, por ter crescido sem a mãe e por ter sempre que se virar enquanto o pai estava fora trabalhando, então rapidamente as coisas voltaram ao normal e o garoto voltou a ser o bom e velho Rupert malvado de sempre. Mas agora ele era mais forte, e se aproveitava disso para conseguir garotas e amigos.
Até que um dia ele mexeu com a pessoa errada. Ele já estava de olho naquele menino nerd desde que entrou na nova escola. O CDF estava sempre sozinho cheio de livros na mão e espinhas colossais na cara. Ele não parecia ter amigos, o que só facilitava as coisas. Rupert não precisava de motivos, era um prazer espancar panacas.
Ele encontrou o garoto andando sozinho em frente a sua casa certo dia. E resolveu que era hora de mostrar ao garoto quem era o novo chefe do pedaço. Rupert pegou o menino e levou para a garagem da sua casa. Lá ele amarrou o garoto e forçou-o a beber urina e a comer ovo podre. Depois jogou o garoto no chão e deu uma surra nele. Bateu muito no menino.
E todo o tempo em que Rupert fazia suas artimanhas e maldades, o menino ficou calado, ficou quieto. No final, quando Rupert já não mais estava satisfeito em bater e maltratar um garoto que não chorava, que não implorava clemência, que mais parecia um trapo, ele se afastou.
O garoto então se levantou:
- Rupert. Você foi uma pessoa malvada todos esses anos. Você maltratou outras pessoas, inclusive o seu próprio pai. Você não se arrepende nem um pouco de tudo o que já fez até hoje? Não sentiu vergonha enquanto batia em mim, sem me dar a menor chance de em defender?
- Ah, o covardão resolveu falar, não é?! Que bom. Assim me dá mais vontade de terminar o que eu tinha começado.
- Sinto muito, Rupert. Eu realmente preferia que tivesse me dado outra resposta. Preferia que você tivesse se arrependido - todos merecem uma segunda chance. Ou terceira, no seu caso. Mas você não quis. Só pensa em terminar de fazer o que começou. Você mexeu com a pessoa errada dessa vez. Apesar das aparências, eu sou um grande feiticeiro. Voltei à escola porque eu precisava aprender as realidades dessa nova era, mas eu já tenho mais de trezentos anos. E hoje, eu o amaldiçoo por tudo o que você fez.
E foi assim que Rupert se tornou o que ele é. Ele não abandonou o seu pai, que tem muito carinho por ele - embora hoje o chame de Wilbor. Ele não sabe mais o que fazer, já está perdendo as esperanças. Por muito tempo ele tentou encontrar novamente aquele garoto, queria de todo jeito voltar ao normal.
Com o passar dos anos ele havia realmente se arrependido de tudo o que fizera. Mas também com o mesmo passar dos anos, ele se deu conta de que se o tal garoto tinha trezentos anos, era muito improvável que aquela fosse sua verdadeira aparência. E mesmo que ele houvesse continuado com a farsa, 10 anos teriam o tornado irreconhecível para Rupert.
Ele voltava para a casa do pai, que ainda sofria com o filho que havia fugido de casa aos 15 anos, depois de passar o dia inteiro atrás do feiticeiro. Apesar da pouca esperança que tinha, ela ainda não havia se esgotado.
Apesar de suas buscas diárias, ele sempre voltava para casa. Não podia abandonar o pai que, hoje reconhecia, havia sido tão bom para ele. A única alegria do pai nesses dias era a companhia do gatinho preto Wilbor.

13 comentários:

  1. Hahahaha, ADOREI!!!! Muito, muito, muito bom Nanie! Bem feito para o malvado Rupert!!!!

    ResponderExcluir
  2. Você gostou mesmo, Vanessa?!
    Eu fico com tanta peninha do pai no final...

    ResponderExcluir
  3. Tadinho do pai... mas pelo menos ele tem um gatinho preto pra fazer companhia! ADOREI!!!!

    ResponderExcluir
  4. Uau Nanie!!!! Me surpreendeu no final kkkkkkkkkkkkkk
    Não imaginava o epílogo, enquanto lia achei que ele era feio, sei lá, mas não um gatinho preto hahaha

    Muito boa! parabéns!

    ResponderExcluir
  5. Vanessa, um gatinho preto fofo =) Pelo menos na minha cabeça enxergo um gatinho fofo - que agora preocupa-se com o pai.
    Thais, a intenção era essa mesma - que bom que foi alcançada =) Gostou mesmo?! Que bom!!! Fico muito feliz em saber que você curtiu ^^

    ResponderExcluir
  6. =) Hehehehe
    No inicio qdo falou de nova era e modernidade.. sei lá, imaginei que fosse um conto futurista e o Rupert, algum robô!
    HEhehehe Fiquei om pena do pai, mas gostei da lição do malvado Rupert!
    Adorei! Parabéns, Nanie!

    ResponderExcluir
  7. Sabrina, fico muito feliz que você tenha gostado =)

    ResponderExcluir
  8. gostei muito Nanie!!!

    http://conversandocomdragoes.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  9. Kate, fico muito feliz que tenha gostado *-*

    ResponderExcluir
  10. Ah Nanie o conto é ótimo, mas não sei se gostei do final...
    Tadinho do pai dele quesore por pensar que o filho fugiu, mas por outro lado, Rupert, merecia uma lição...fiquei indecisa agora..rsrsrs...
    Parabéns pelo conto e pelo final que surpreende.
    Bjos!!!

    ResponderExcluir
  11. deiare, você gostou mesmo?! Que bom =) Adoro quando os meus seguidores gostam dos meus contos ^^

    ResponderExcluir
  12. Mais um ótimo conto Nanie, parabéns.
    Estou adorando ler suas criações por aqui.
    Bjs!
    Monique

    ResponderExcluir
  13. MoniqueMar, gostou mesmo!? Que bom ^^

    ResponderExcluir

Bem-vindo ao Nanie's World. Ler seu comentário é a parte mais bacana de ter um blog!
Leia os Termos de Uso e não insira links nos seus comentários!
Fale, fale, fale! Respondo sempre :)

 
♥ ♥ ♥
Nanie's World © Copyright 2013.
Layout do blog por Nanie Dias - uma modificação da base gratuita Gabi Melo
A reprodução desse template é proibida!
♥ ♥ ♥