sexta-feira, 25 de março de 2011

A Princesa Raptada

Contos da Nanie é uma coluna do blog Nanie's World! Sempre que a Nanie tiver contos novos, irá postá-los nessa coluna, que sairá às sextas-feiras!
Sua opinião é muito importante! Diga o que você achou das histórias, sua opinião é muito importante para mim!
A culpa dessa coluna existir no blog é da @vanbosso que insistiu muito para que eu postasse os meus contos!
A Princesa Raptada


Era um vez, num reino muito, muito distante, um rei e uma rainha que viviam os dias mais felizes de suas vidas! Eles já eram casados há muitos anos e finalmente, depois de muitas tentativas, a rainha estava grávida e prestes a dar a luz.
O rei, que era muito bondoso, convidou todos os moradores do reino para uma festa - que iria acontecer dali a uma semana, para apresentar o bebê a todos do reino. A festa seria grandiosa, teria batatas assadas, tomadas frescos, cenouras cozidas, pimentões fresquinhos, bolos, pães, perus enormes assados, pernil defumado, sucos de uva, laranja, limão e vinho. Seria o maior banquete já dado por um rei para o seu reino.
E assim, quatro dias antes da festança real, nasceu uma linda menina. Com cabelos loiros que só a mãe conseguia enxergar, o bebê era considerado por todos a coisa mais linda do mundo. A criança era delicada, com uma mãozinha do tamanho de uma noz - banquinha como a neve e quietinha como a brisa de verão. A mãe decidiu chamá-la Flor, porque a menina parecia um botão de rosa branca tão linda que era.
Chega então o dia do tão sonhado e aguardado banquete. Todos do reino estão presentes no salão real, que está todo enfeitado. Cheio de mesas de madeira entalhadas pelos melhores carpinteiros com detalhes de pequenas flores, toalhas brancas como as nuvens para homenagear a brancura real da princesa. Castiçais de velas luxuosos, com quinze velas alvas em cada e rosas brancas espalhadas por todo o salão. Era a coisa mais linda de se ver.
Mas eis que no meio da festa, todos são surpreendidos pela invasão das Feiticeiras da Montanha Negra, um clã de bruxas que todos pensavam não mais existir, já que elas não apareciam há mais de um século. As Feiticeiras da Montanha Negra eram altas e magras, com braços longilíneos, que mais pareciam galhos de uma árvore velha. Elas eram belas, porém muito malvadas. E não foi por bom motivo que invadiram a festa do rei.
As bruxas não se relacionavam com homens e, para manter sua espécie, roubavam belas meninas. E por esse motivo, elas tinham ido à festa - queriam roubar a pequena Flor. E de lá saíram carregando a pequena princesa alva em seus braços.
O rei ficou desesperado e saiu procurando as feiticeiras e sua filha.
Vinte anos após o desaparecimento da princesa, o rei, velho e cansado, chega o reino de Asgard, onde pede pouso para a noite que chega. O príncipe do reino, Luke, passa horas conversando com o triste rei que não consegue achar a sua Flor - que hoje já é uma mulher feita.
E imbuído de todos os seus ideias nobres, o príncipe Luke roga que o rei fique em seu castelo repousando enquanto vai atrás de Flor, a princesa desaparecida.
Luke parte atrás das Feiticeiras da Montanha Negra sem medo, correndo atrás de pistas de onde seria o covil de tão desalmado grupo.
O garoto, que não completou ainda 22 verões, consegue chegar a um vilarejo abandonado. Ou ao menos, parecendo abandonado. Luke entra corajosamente no vilarejo e vai em direção a taverna - se não houver ninguém ali, pelo menos é um bom local para se passar a noite. Como imaginado, Luke encontra um bar destroçado, o balcão está em ruínas, as cadeiras e mesas estão empilhadas em um canto quase irreconhecíveis de tão destruídas. O teto e as garrafas velhas vazias já estão tomados por aranhas e suas teias. Mas pelo menos o lugar é fechado, longe do vento e dos lobos e Luke decide que passará a noite ali dentro. Não conseguiu novas informações, mas conseguiu um bom lugar para pernoitar.
Ele deita-se no chão duro, como todos os dias, e cobre-se com o fino cobertor que carrega em sua mochila, pela primeira noite, ele pensa, irá dormir bem e sem frio.  Ele sente como se tivesse acabado de acordar quando houve murmúrios do lado de fora do salão. Desperto, ele consegue perceber que pessoas estão conversando do lado de fora, cavalos parecem estar andando pelas ruas e crianças gritam e choram como se brincassem em um dia de sol. Luke levanta-se e sai do salão, esperando encontrar uma comitiva de viajantes - que poderiam, talvez, unir-se a ele ao menos por alguns dias de viagem. Mas quando chega lá fora encontra somente a escuridão da noite e o vazio da cidade, não há nada, não há ninguém, não há sons.
Intrigado, o valente príncipe volta para seu dormitório. Só então, ao entrar, ele percebe que o salão está diferente - iluminado, com fregueses, barman, garçonetes. O teto não tem mais aranhas, as mesas - que estão como novas, estão espalhadas no salão e as cadeiras, cuja madeira reluz à luminosidade vinda dos castiçais dependurados por todo o lugar, estão quase todas ocupadas por homens que parecem felizes e bêbados.
Atônito, Luke fica sem saber o que fazer, sem acreditar em seus próprios olhos. A mais linda garçonete do lugar chega perto do garoto e leva-o até o balcão, onde o barman serve uma dose dupla de alguma bebida fedorenta. Inquieto o garoto olha para todos os lados, tudo parece muito real, não poderia ser apenas um sonho - poderia? O balconista começa a conversar com o príncipe contando coisas da taverna e do vilarejo, do seu povo e de suas conquistas. O sujeito é muito simpático e a bebida é muito forte, Luke então, rapidamente esquece os seus temores e brinda à taverna maravilhosa na qual se encontra. Já sem receios, o menino conta de sua vida e de sua missão - encontrar a princesa Flor. Ao contar suas desventuras, o local começa a derreter defronte Luke. As pessoas desaparecem, as paredes parecem se liquefazer, derretendo-se como e fossem velas.
E Luke começa a correr, tentando sair o mais rápido possível do local. Mas quando sai do salão as coisas parecem normais novamente. Ainda é noite, o seu cavalo está amarrado no mesmo local em que o deixou. Sem coragem de entrar novamente na taverna, Luke deixa seu cobertor e algumas roupas para trás e decide continuar viagem. Só pode ter sido sonho, pensa o garoto, enquanto continua sua busca pela princesa.
Mas no fundo, ele sabe que não fora um sonho. Ele pode sentir que algo está errado, que algo está nas sombras - que algo está seguindo-o. Luke começa a fazer o cavalo ir mais rápido, como se alguém ou algo estivesse perseguindo-o, olhando apreensivamente para todos os lados. Nada há para ser visto, mas Luke sente-o. Sente a presença maligna que o persegue por onde quer que ele vá. O menino passa a noite inteira correndo e se não fosse pelo cansaço do cavalo, passaria o dia inteiro também. Mas eis que o sol surge e o cavalo já parece não mais aguentar tanta correria. O príncipe decide, então, parar para descansar.
À luz do sol ele ri de tudo o que aconteceu, de como foi bobo por ter se assustado tanto com o sonho e por ter fugido de um perigo imaginário. Cansado, ele adormece e tem sonhos bons e acolhedores - sonha que, enfim, conseguiu encontrar Flor, a menina mais bela que seus olhos já viram, e com o casamento dos dois. É a noite, ou melhor, tarde de sono que ele tanto precisava.
Descansado e tranquilo, ele segue viagem atrás de sua querida princesa - que mesmo sem conhecer ele já ama profundamente. Mas apesar de toda correria da noite anterior - ele chega ao mesmo vilarejo. Toda a tranquilidade some e Luke sente-se como se não dormisse há dias, o medo toma conta de seus pensamentos. Ainda é dia, ele o cavalo descansaram a manhã e a tarde inteira, decide então sair rapidamente do local. Ele passa horas cavalgando sem encontrar pessoas, casas ou qualquer sinal de vida. Até que avista, ao longe, o que parece um vilarejo. Mas antes de chegar lá, ele sente. Ele já sabe antes mesmo dos seus olhos perceberem a verdade. É o mesmo vilarejo deserto - o mesmo lugar novamente. E agora que a noite já chegou, ele fica realmente inquieto. Ele dá meia volta, tenta ir para longe do local, mas por mais que o cavalo corra, parece que não sai do lugar. Desesperando, ele desmonta e começa a correr com suas próprias pernas, sem olhar para trás. O medo domina o seu ser, cada gota de suor repleta de terror. A misteriosa presença da noite anterior se faz sentir e o desespero do garoto só cresce.
E por mais que corra, o garoto percebe que o cavalo some ao horizonte, mas a cidade parece cada vez mais próxima às suas costas, assim como o ser misterioso, que parece persegui-lo cada vez mais rápido.
Luke já está a beira da loucura quando se vira novamente e vê uma donzela caída ao chão, como se estivesse desmaiada. Apesar de todo o medo, ele vai atrás da garota para tentar salvá-la do que quer que esteja perseguindo-o. Ele pega a donzela em seus braços - ela parece adormecida ou desmaiada - e corre com ela para longe do vilarejo assombrado.
Finalmente, ele consegue distanciar-se do lugar maldito. Ele começa a reparar na mulher que ajudou - é a garota mais bonita que já viu em toda a sua vida, mais bonita até que a princesa Flor que habita os seus sonhos. Tem cabelos loiros encaracolados compridos, pela alva e sedosa e veste um vestido longo brando. Ele ainda a está encarando, completamente admirado, quando a donzela desperta e olha para o príncipe com seus olhos de uma azul intenso.
O príncipe já se sente apaixonado pela garota quando pergunta o seu nome. Ela diz se chamar Flor e conta que de nada se lembra além do nome. Em júbilo, o garoto conta-lhe o que sabe e diz que a sua missão era encontrá-la.
E é então, enquanto o príncipe ainda sonha com seu casamento com Flor - que é ainda mais linda do que mais linda mulher que Luke pode imaginar - que a linda princesa sofre uma transformação. As vestes dela agora são negras como a noite e Luke vê-se novamente no vilarejo do qual tanto correu. Em volta de si e da garota, ele vê várias mulheres altas e magras com roupas parecidas com a que Flor usa neste momento. E só então ele repara que todas olham para ele com olhos insaciáveis, famintos.
Flor aproxima-se do príncipe junto com as outras feiticeiras e juntas elas começam a fazer um feitiço - e Luke sente a morte arraigar-se.
E assim, Flor e as feiticeiras viveram felizes para sempre depois de um jantar delicioso de um príncipe vigoroso.

14 comentários:

  1. Ei Nanie,

    Nossa não esperava este final rsrs, parabéns pelo conto. :)

    bjo

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  2. kkkkkkkkkkkkkk
    Que maldade Nanie! Já estava aqui me derretendo com o 'final feliz' e puft!!
    Muito bom!
    Bjkas,
    Monique

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  3. Ah Nanie assim é muita maldade! Gostei do conto, mas não vale o final, quero outro final pra eles rsrs

    Bjoooo

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  4. Gostaram do conto, meninas?! Hahhaha
    Eu não gosto muito desses contos que estou postando não... o único que gosto foi o Consequências =) hehehehe sou péssima para escrever ^^

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  5. Dessa vez eu não fui pego de surpresa! Já que as bruxas levaram a bebê, nada mais normal do que a Flor nem saber quem era de verdade e agir como uma das feiticeiras.

    O príncipe se deu mal mas pior foi o rei que ficou esperando, sem notícias, o príncipe voltar :S

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  6. Q final terrível!!! Adorei tudo menos ele!!!

    http://conversandocomdragoes.blogspot.com/

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  7. Ai Nanie!
    Que final macabro! Tudo bem que tem principe que dá vontade de "comer" de tão gostoso. Mas no sentido literal? Foi maldade. rsrs
    Adorei o conto.
    Bjs

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  8. Ahh, no anterior eu tinha dito que queria um final feliz nesse, mas não eu final feliz DESSE tipo hahaha

    Você é muito malvada Nanie :P

    Porém compensa pelos seus contos serem incríveis \o/

    Bjus.

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  9. Gente, como assim terrível?! Vocês pediram final feliz, eu postei um final feliz \o/
    Não é tradicionalmente feliz, mas é feliz, poxa... hehehe

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  10. Ahhhhhhhhhhh, que conto legal!!! Esse merecia virar um livro, é muito, muito bom!

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  11. Vanessa, você é meio doida >.< hahahahahah

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  12. Nossa, ri muito com o final, kkk
    ótimo conto!

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  13. Nanie, acho que voc~e tem algo contra finais felizes...rsrsrs...
    Adorei o conto!
    Bjos!!!

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  14. Leninha, que bom que gostou!!!


    deiare, juro que não tenho nada contra finais felizes >.< Esse final é feliz... só não é tradicional =(

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