quinta-feira, 21 de março de 2013

No Escuro, de Elizabeth Haynes

No Escuro, de Elizabeth Haynes
Intrínseca - 333 páginas
Perturbador. Intenso. Doentio.



Título: No Escuro
Título Original: Into The Darkest Corner
Autor: Elizabeth Haynes
Tradutor: Mauro Pinheiro
Editora: Intrínseca
ISBN: 978-85-8057-294-0
Ano da Edição: 2013
Ano Original de Lançamento: 2011
Nº de Páginas: 333
Comprar Online: Saraiva / Submarino


Sinopse:
Catherine é uma jovem descolada, tem um emprego bacana, amigas que a adoram e com quem curte sair para festas sempre que possível.
E é em um dos clubes que visita numa noite que conhece Lee: um segurança bonitão e boa pinta. Os dois começam a namorar e apesar dele não contar muito sobre o que faz para viver, ela não vê problemas em seguir com o relacionamento.
Até que o namoro dos dois se transforma em algo doentio.
Algo muito grave acontece e Lee vai parar nos tribunais.

Quatro anos depois, Cathy mudou-se de Lancaster para Londres e ainda não consegue lidar bem com todas as feridas decorrentes do péssimo relacionamento que manteve com Lee.
Ela desenvolveu um sério transtorno obsessivo compulsivo e enxerga o ex-namorado por toda parte.
As coisas realmente pioram, entretanto, quando descobre que ele sairá da prisão. Mesmo tendo Stuart, o novo vizinho gato, para ajudá-la, não será fácil encarar essa nova realidade com Lee à solta.


O que eu achei do livro:
Bom.

Não é possível falar desse livro sem mencionar o quanto sua leitura é perturbadora e intensa. E não em um sentido muito bom. A história realmente me tirou dos eixos, me deu dor de cabeça (literal mesmo - toda vez que penso no livro ou falo dele sinto minha cabeça doer) - mexeu profundamente comigo.
Ainda assim afirmo que o livro é bom.

A escrita de Elizabeth Haynes é viciante. A autora não só escreve muito bem - tem uma leveza na narrativa que compensa a densidade da história que conta - como também soube escolher perfeitamente o enredo e contá-lo de forma magnífica.

A narrativa não é dividida em capítulos, mas em dias. E atenção às datas - porque ela vai intercalando passado (quando Catherine começou a namorar Lee) e presente (no qual Cathy sofre com o TOC).
Esses pseudocapítulos são bem curtos e prendem de forma inescapável o leitor - mesmo que a leitura seja extremamente pesada. Não pela escrita em si, que é bem fluida e suave, mas pelo conteúdo da história.

Os personagens são um presente. Todos extremamente bem delineados - não só em suas aparições no passado, mas também no presente. A escritora não apenas os caracterizou muito bem - com personalidades contundentes e complexas - como ainda fez com que o passado deles tivesse peso significativo em suas atitudes - o que os tornou ainda mais verdadeiros.
Achei fantástica a forma como a autora modifica a forma como sua protagonista é chamada no passado e no presente - uma maneira de mostrar como as duas mulheres são diferentes (embora, não entenda mal, sejam a mesma pessoa) e também uma forma de fazer com que o leitor não se perca durante a leitura.

Na mesma medida que os personagens são um presente, entretanto, o enredo é um chute no peito.
Isso mesmo - a metáfora está certa, por mais estranha que possa parecer e vou explicá-la.
A trama do livro vai fazer seu coração se apertar, doer, vai te dar dor de cabeça e fazer com que queira largar o livro. Mas você não vai fazer isso, porque Elizabeth Haynes foi habilidosa o suficiente para prender seu leitor com mistérios que vão se revelando aos pouquinhos e se mostrando muito intrigantes.

A parte que conta o passado é terrível - fala de um relacionamento doentio, possessivo e também da incapacidade de Catherine se desvencilhar daquilo tudo, por mais que esteja se sentindo mal com a situação. Uma das partes que mais gostei é quando ela comenta que sempre estranhou que as mulheres que não largavam os maridos violentos não fizessem nada para mudar essa situação, mas agora ela se via em um relacionamento que já não fazia bem a ele e entendia perfeitamente o problema de tais pessoas, pois também estava de mãos atadas.

O presente não é menos perturbador. Porque é terrível acompanhar a rotina de Cathy. O TOC é simplesmente insuportável.
Acho que eu nunca havia lido nenhuma história que relatasse de forma tão profunda e tão próxima o problema. Eu me senti na pele da protagonista - sofri com ela tendo que verificar cada canto da casa um determinado número de vezes e em uma sequência pré-definida e ter que refazer tudo de novo caso alguma dúvida inexplicável (e miníma) ficasse para trás. Todo dia. Cada vez que saía ou chegava em casa, mesmo que isso significasse se atrasar para o trabalho ou não ter tempo para mais nada.
Simplesmente porque não é possível não fazer.
E se já foi terrível ler sobre um personagem que tem a doença, fiquei imaginando como deve ser limitador sofrer com tal distúrbio.

Honestamente é angustiante. Ambas histórias são terríveis - e ao mesmo tempo muito gostosas - de se ler.

Eu não sei como Elizabeth Haynes fez isso, mas ela fez. Porque eu odeio esse livro (ele realmente me deixou com dor de cabeça por conta de ser tão pesado) e o adoro ao mesmo tempo.
Recomendo muito para quem gosta de policiais ou está curioso quanto a esse história tão singular..


Nota: 

7 comentários:

  1. Já gostei, na verdade esse livro já estava na minha lista de desejos do Skoob.
    Acredito que ele seja (pela sua resenha) um triler psicológico, não é?!
    Vou colocar na lista de desejos de aniversário.
    Abril está chegando, kkk

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  2. Leninha, é por aí mesmo. O livro é muito bom - você vai curtir a leitura!

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  3. Bem legal esse livro heim? Estava querendo ler, achei a história bem gostosa e interessante, boa para ler a noite (adoro livros assim pra ler a noite, é mania, mas é legal mesmo) e essa história é bem intensa pelo visto mesmo.

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  4. Cristiane, esse livro é muito bom. Perturbador de um jeito quase impossível de explicar.

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  5. Para mim o livro só é bom quando te passa algum sentimento, se vc ler e não sentir nada e logo depois esquecer a história é fraca. Nao parece ser esse o caso desse livro.


    Parece ter um caso de violencia contra a mulher, teme q me toca muito pois faço serviço social e já estagiei com mulheres vítimas de violência. Que é um dos piores ranços do patriarcalismo, do machismo na atualidade.


    Enfim, gostei muito da resenha e me interessei em ler o livro.


    bjs

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  6. Marinna, não é de forma alguma um livro fácil de se esquecer... ele é realmente pesado e acaba suscitando vários sentimentos no leitor.


    O livro é incrível, muito bem escrito. A leitura é recompensadora, embora chocante.

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