segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Vergonha?!

Era uma vez uma estudante que entrou para um curso de pós-graduação na faculdade. Ela estava empolgada em começar a aprender coisas novas e ansiosa pelo futuro que a aguardava.

O que ela não esperava era ter uma paixonite por um dos professores, justamente aquele que seria o seu orientador, seu mentor durante todo o tempo em que ela permaneceu no curso.

Era um homem com quase o dobro da idade dela, mas isso realmente não importava, até porque ela sempre gostou de homens mais velhos, mais maduros. O problema é que o professor era casado e pai de três filhos. Portanto, ela sabia que aquele era um amor platônico e que nunca passaria de uma grande admiração.
Não importava. O professor era bonitão (e de fato essa era a característica menos importante sobre ele), extremamente inteligente, empolgado, viajado e com olhos castanhos que brilhavam (a garota sempre foi totalmente apaixonada por olhos castanhos capazes de brilhar como estrelas).
Uau. Ele era (na verdade, ainda é) totalmente uau!

A garota não nega (nunca negou) que a beleza a atrai. Aliás, é a primeira coisa que chama (ou não!) atenção em uma pessoa. Mas especificamente no caso dela (e ela desconfia que não está tão sozinha assim nesse especificamente) a inteligência é o que realmente chama a atenção e desperta o seu interesse.
Não adianta o cara ser lindo de morrer, estilo galã de Hollywood, mas ter a cultura de uma ervilha (é importante mencionar que tal relato foi escrito em uma época em que ervilhas eram meros vegetais inanimados desprovidos de cultura - ou qualquer outra coisa além de cálcio, fósforo, ferro, enxofre, potássio, cobre e vitaminas A, B e C, aliás). E o mundo está cheio de pessoas assim. Esse tipo nunca agradou à garota (embora ela adore comer ervilhas, homens-ervilha não a atraem).
Um tipo mais comum, que não chamaria a atenção em um primeiro momento, mas que se mostrasse fã de boa música (também é crucial informar que na época em que as ervilhas eram vegetais, boa música era coisa rara e quem a apreciasse mais raro ainda), de bons livros e de um papo cabeça, daquele com argumentos e reflexões, ganharia total atenção da menina. Mas esse tipo quase não existe mais e, talvez, justamente por isso, a garota criou essa paixonite pelo tal professor.

Ou talvez tenha mesmo sido porque ele era uma figura de autoridade e por mais que a garota gostasse de pensar o contrário ela era apenas uma garota e figuras de autoridade realmente despertam interesse.

Isso não importa.
Ela conviveu com o tal professor amplamente durante o tempo em que esteve no curso. Era ele que a orientava, que dava dicas, que a ajudava sempre que ela precisava.
Nunca mais do que isso, veja bem. Ele foi sempre apenas um bom (excelente, na verdade) professor.

Mas a jovem desistiu do curso na metade por motivos que ela não gosta de lembrar ou explorar. Já passou e também não importa o que a motivou a largar o curso (pelo jeito, nada importa...).
O que importa é que o professor tentou a todo custo demovê-lá da ideia, mas não conseguiu. Ela foi embora.

A vida continuava, porém, e menina precisava pagar suas contas. Então era arrumou um emprego.
Não um no qual ganhasse muito bem. Não um recheado de glamour. Não um que fosse nada demais.
Mas ela gostava de trabalhar lá e se orgulhava do seu bom desempenho.

Até o dia em que o professor apareceu nesse novo emprego dela. Mais de um ano já havia se passado. Talvez o professor a reconhecesse se a visse, mas ele não viu e ela fez questão de não chamar a atenção dele.
Porque ela ficou com vergonha.
E todo esse relato serve para falar disso - porque é o que realmente importa (alguma coisa nesse texto todo tinha que importar, né?!).

Vergonha de ter abandonado o curso e estar trabalhando de forma tão simples. Vergonha de ter gostado dele passado (não que ele soubesse, ela pensa). Vergonha de ser quem era. Vergonha. Muita vergonha

A garota sabe que não deveria sentir vergonha. Ainda mais que ela está realmente feliz nesse novo emprego (claro que tem reclamações! Ela sempre tem reclamações... e também ganha pouco, mas isso não importa). Não há motivo algum para se sentir envergonhada. Ela paga as suas contas, vive sua vida, trabalha de forma digna.
Mas (ela não sabe explicar direito) ela sentiu vergonha na frente do professor. Quem é capaz de explicar os motivos?

Essa é uma história totalmente fictícia. Ou não tanto assim...

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