Sonho

Por que não podemos controlar nossos sonhos?

"Essa noite, eu tive um sonho de sonhador"...
Essa noite eu tive um sonho. Um sonho ruim. Infelizmente. Poderia ter sido um sonho de sonhador, maluco, sem nexo, bem ao estilo Raul Seixas - sempre acho uma delícia ter esse tipo de devaneio (dormindo ou acordada).
Não foi um pesadelo. Eu não fui morta, nem apedrejada, nem nada que possa efetivamente ser considerado como aterrorizante.
Na verdade, eu sonhei algo que não gostaria de ter sonhado.

Não, eu não sinto mais. Não dessa forma.

Tampouco anseio que tal fantasia se torne realidade (almejo, de fato, que nada parecido venha a acontecer).
Todavia, não controlo meus sonhos. E meu cérebro brincalhão achou que era uma boa ideia criar essa história em minha cabeça enquanto eu dormia. Discordo. Foi uma péssima ideia, uma terrível escolha. Antes beijar Raul Seixas ou Renato Russo (pois é... acho que meu subconsciente é mesmo muito criativo e adora inventar coisas absurdas) do que ser assolada por tão terrível escolha quanto a da noite passada.
O mais triste é que desse sonho eu me lembro. Recordo de detalhes e parece que passei toda a noite em desagradável companhia.
Por que fiz isso comigo mesma?

Sabe aquele medo de que o sonho seja na verdade uma revelação do que vai no fundo da alma e do coração?
Acordei com tal receio. Acordei sobressaltada. Coração apertado.
Mas já sonhei com zumbis. Definitivamente não quero zumbis.
Nem que tal sonho se concretize.

Eu queria sonhar com as nuvens.
Escutou, queridíssimo cérebro que habita meu corpo? Mande nuvens e vento; árvores e lagos; ninfas e sátiros; ar puro e uma noite fria. Se quiser colocar uma taça de vinho no sonho, também agradeço. Mas não coloque gente em meus sonhos. Não o povoe a seu bel prazer enquanto esquece aquilo que eu quero.
Ah, como eu queria poder controlar meus sonhos...