A Garota da Chuva, de Glauber Minghetti
Independente - 141 páginas
Não vale a pena.
Título: A Garota da Chuva
Autor: Glauber Minghetti
Editora: Independente
ASIN: B00D933EEE
Ano da Edição: 2013
Nº de Páginas: 141
Comprar Online: Amazon
Sinopse:
Beatriz é uma adolescente normal que vive numa família onde todos os membros (inclusive o irmão e a mãe com quem convive diariamente) têm poderes dos quais ela nem desconfia.
Ela sofre um grave acidente (a menina é atingida por um raio) e vive uma experiência de quase-morte, cuja consequência é o desenvolvimento de poderes sobrenaturais que não consegue controlar.
Após uma conversa com o pai, que revela que nunca contou nada para ela sobre o restante da família por ter vergonha de uma filha sem poderes, ela é mandada para um Campo de Concentração, onde irá aprender a lidar com as habilidades que adquiriu.
O que eu achei do livro:
Muito ruim.
Vou tentar fazer uma resenha curta, porque acima de tudo priorizo o respeito em minhas resenhas e já não consegui conter o tom irônico na sinopse que escrevi.
Sabe aquela capa bonita que chama atenção?
Pois é, e com um preço que é quase a mesma coisa que gratuito, não pensei duas vezes e comprei o livro.
Sim, podem jogar pedras. Eu não pedi o primeiro capítulo (você pode fazer isso na Amazon gratuitamente) e paguei por essa história (ok, custou apenas R$ 1,99, mas foi um dinheiro muito mal gasto ainda assim).
O caso é que esse livro está muito cru, mal escrito e totalmente não preparado para ser comercializado.
A Garota da Chuva está recheado de problemas, que vão desde uma escrita muito sofrível a questões estruturais graves e vários furos na trama.
Os pontos abaixo me tiraram do sério durante a leitura do livro:
- Bullying: existe uma cena de agressão verbal (e promessa de agressão física) logo no início do livro. Um personagem secundário (na verdade, o livro está recheado de personagens cujos papéis são meramente ilustrativos e não têm significância alguma para a história), que só aparece nesse momento, é rechaçado simplesmente por ser gay. Não sei qual foi a proposta do autor, mas o que ele passou com tal cena foi muito preconceito, pois não conseguiu conduzir os acontecimentos de forma verossímil e ainda por cima contou algo que não acrescentou nada de realmente importante à trama.
- Morte: leia a sinopse oficial que está na Amazon. O autor diz que sua personagem morreu (e repete isso no livro também), mas acho que ele confundiu bastante as coisas nesse ponto. Porque o que aparece no texto é que a protagonista passou por uma experiência de quase-morte. Em momento nenhum ela é dada como morta e inclusive vai diretamente para o hospital.
- Preconceito: além do já citado caso envolvendo o garoto homossexual (totalmente estereotipado de forma mais do que intolerante e discriminatória), ainda há o preconceito dos próprios pais da garota quanto a ela.
Talvez não tenha sido isso que o autor queira passar, mas é o que está escrito no livro. O pai da protagonista diz a ela que não revelou que todos na família tinham poderes por vergonha de admitir que sua filha era normal. Há algo pior do que isso?
E o mais grave é que os pais não percebem que estão tratando mal a filha e a menina também não dá importância para a fala do pai. Tudo passa como se fosse algo perfeitamente normal e sem implicação alguma. A garota fica revoltada por não saber a verdade, mas praticamente não se dá conta de que é menosprezada pela sua própria família.
- Campo de Concentração: quem em pleno século XXI chama uma escola de Campo de Concentração? E ainda faz uma brincadeira com o Nazismo logo a seguir?
Não tem desculpa para não saber o que foi o Holocausto. Está nas aulas de História, nos filmes, nos livros, nos jornais, em tudo quanto é lugar! E não consigo admitir que alguém que saiba o que foi o Holocausto, o Nazismo e a Segunda Guerra Mundial possa tratar de forma tão banal o termo "Campo de Concentração".
Eu realmente fiquei revoltada com a escolha desse nome para a escola. Tem tantos termos que poderiam ser usados sem problema.
A Garota da Chuva, na minha opinião, não é um livro que valha a pena ser lido.
Honestamente, não acho que precise passar por uma nova revisão antes de ser publicado. Ou que necessite ser reescrito. Acho que poderia até servir como uma experiência de escrita para o autor, mas que nunca poderia ser publicado.
A má notícia: é parte de uma série e não tem final.
Não canso de repetir que acho que autores que estão começando não deveriam investir em séries... mas em livros únicos. É mais fácil de controlar o enredo, de desenvolver personagens e não deixar furos na trama.
Se for para fazer uma série, escreva um livro com início, meio e fim; que possa se tornar uma série, mas que seja uma história completa em si só e não precise dos demais volumes para fazer sentido.
A boa notícia: não fui tão masoquista assim e abandonei a leitura do livro antes da metade.
Só folheei o restante de história (e, confesso, ri muito com as coisas que encontrei). Não gosto de abandonar um livro, mas nesse caso nem fiquei com a consciência pesada.
Torço para que o autor reflita bastante sobre a sua obra e consiga ser crítico o suficiente para saber que ela não está pronta para o mercado (e ele também não está pronto enquanto escritor) e procure cursos de Português (para que possa aprimorar a linguagem na qual está contando a sua história) e Escrita Criativa (de forma a desenvolver técnicas para conseguir contar uma história atrativa e não deixar tantos furos na trama).
Essa resenha, como todas as demais presentes aqui no blog, reflete a minha opinião pessoal e todos são livres para concordar ou discordar, completamente ou em partes.
Com o que escrevi aqui, eu não quis desrespeitar o autor (e espero que não tenha feito isso), apenas pretendi transmitir as minhas impressões quanto à leitura.
Nota:
Autor: Glauber Minghetti
Editora: Independente
ASIN: B00D933EEE
Ano da Edição: 2013
Nº de Páginas: 141
Comprar Online: Amazon
Sinopse:
Beatriz é uma adolescente normal que vive numa família onde todos os membros (inclusive o irmão e a mãe com quem convive diariamente) têm poderes dos quais ela nem desconfia.
Ela sofre um grave acidente (a menina é atingida por um raio) e vive uma experiência de quase-morte, cuja consequência é o desenvolvimento de poderes sobrenaturais que não consegue controlar.
Após uma conversa com o pai, que revela que nunca contou nada para ela sobre o restante da família por ter vergonha de uma filha sem poderes, ela é mandada para um Campo de Concentração, onde irá aprender a lidar com as habilidades que adquiriu.
O que eu achei do livro:
Muito ruim.
Vou tentar fazer uma resenha curta, porque acima de tudo priorizo o respeito em minhas resenhas e já não consegui conter o tom irônico na sinopse que escrevi.
Sabe aquela capa bonita que chama atenção?
Pois é, e com um preço que é quase a mesma coisa que gratuito, não pensei duas vezes e comprei o livro.
Sim, podem jogar pedras. Eu não pedi o primeiro capítulo (você pode fazer isso na Amazon gratuitamente) e paguei por essa história (ok, custou apenas R$ 1,99, mas foi um dinheiro muito mal gasto ainda assim).
O caso é que esse livro está muito cru, mal escrito e totalmente não preparado para ser comercializado.
A Garota da Chuva está recheado de problemas, que vão desde uma escrita muito sofrível a questões estruturais graves e vários furos na trama.
Os pontos abaixo me tiraram do sério durante a leitura do livro:
- Bullying: existe uma cena de agressão verbal (e promessa de agressão física) logo no início do livro. Um personagem secundário (na verdade, o livro está recheado de personagens cujos papéis são meramente ilustrativos e não têm significância alguma para a história), que só aparece nesse momento, é rechaçado simplesmente por ser gay. Não sei qual foi a proposta do autor, mas o que ele passou com tal cena foi muito preconceito, pois não conseguiu conduzir os acontecimentos de forma verossímil e ainda por cima contou algo que não acrescentou nada de realmente importante à trama.
- Morte: leia a sinopse oficial que está na Amazon. O autor diz que sua personagem morreu (e repete isso no livro também), mas acho que ele confundiu bastante as coisas nesse ponto. Porque o que aparece no texto é que a protagonista passou por uma experiência de quase-morte. Em momento nenhum ela é dada como morta e inclusive vai diretamente para o hospital.
- Preconceito: além do já citado caso envolvendo o garoto homossexual (totalmente estereotipado de forma mais do que intolerante e discriminatória), ainda há o preconceito dos próprios pais da garota quanto a ela.
Talvez não tenha sido isso que o autor queira passar, mas é o que está escrito no livro. O pai da protagonista diz a ela que não revelou que todos na família tinham poderes por vergonha de admitir que sua filha era normal. Há algo pior do que isso?
E o mais grave é que os pais não percebem que estão tratando mal a filha e a menina também não dá importância para a fala do pai. Tudo passa como se fosse algo perfeitamente normal e sem implicação alguma. A garota fica revoltada por não saber a verdade, mas praticamente não se dá conta de que é menosprezada pela sua própria família.
- Campo de Concentração: quem em pleno século XXI chama uma escola de Campo de Concentração? E ainda faz uma brincadeira com o Nazismo logo a seguir?
Não tem desculpa para não saber o que foi o Holocausto. Está nas aulas de História, nos filmes, nos livros, nos jornais, em tudo quanto é lugar! E não consigo admitir que alguém que saiba o que foi o Holocausto, o Nazismo e a Segunda Guerra Mundial possa tratar de forma tão banal o termo "Campo de Concentração".
Eu realmente fiquei revoltada com a escolha desse nome para a escola. Tem tantos termos que poderiam ser usados sem problema.
A Garota da Chuva, na minha opinião, não é um livro que valha a pena ser lido.
Honestamente, não acho que precise passar por uma nova revisão antes de ser publicado. Ou que necessite ser reescrito. Acho que poderia até servir como uma experiência de escrita para o autor, mas que nunca poderia ser publicado.
A má notícia: é parte de uma série e não tem final.
Não canso de repetir que acho que autores que estão começando não deveriam investir em séries... mas em livros únicos. É mais fácil de controlar o enredo, de desenvolver personagens e não deixar furos na trama.
Se for para fazer uma série, escreva um livro com início, meio e fim; que possa se tornar uma série, mas que seja uma história completa em si só e não precise dos demais volumes para fazer sentido.
A boa notícia: não fui tão masoquista assim e abandonei a leitura do livro antes da metade.
Só folheei o restante de história (e, confesso, ri muito com as coisas que encontrei). Não gosto de abandonar um livro, mas nesse caso nem fiquei com a consciência pesada.
Torço para que o autor reflita bastante sobre a sua obra e consiga ser crítico o suficiente para saber que ela não está pronta para o mercado (e ele também não está pronto enquanto escritor) e procure cursos de Português (para que possa aprimorar a linguagem na qual está contando a sua história) e Escrita Criativa (de forma a desenvolver técnicas para conseguir contar uma história atrativa e não deixar tantos furos na trama).
Essa resenha, como todas as demais presentes aqui no blog, reflete a minha opinião pessoal e todos são livres para concordar ou discordar, completamente ou em partes.
Com o que escrevi aqui, eu não quis desrespeitar o autor (e espero que não tenha feito isso), apenas pretendi transmitir as minhas impressões quanto à leitura.
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