sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O Menino da Mala, de Lene Kaaberbol e Agnete Friis

O Menino da Mala, de Lene Kaaberbol e Agnete Friss
Arqueiro - 251 páginas
Um quebra-cabeças que o leitor vai montando aos pouquinhos.



Título: O Menino da Mala
Título Original: Drengen I Kufferten
Autoras: Lene Kaaberbol e Agnete Friss
Tradutor: Marcelo Mendes
Editora: Arqueiro
ISBN: 978-85-8041-183-6
Ano da Edição: 2013
Ano Original de Lançamento: 2008
Nº de Páginas: 251
Série: Nina Borg - Vol. 1
Comprar Online:
     Dinamarquês: Amazon
     Inglês: Amazon / Book Depository
     Português: Amazon / Cultura / Saraiva / Submarino


Sinopse:
Uma ligação desesperada.
Uma amiga que precisa de ajuda.

Há muitos anos, Nina Borg não vê aquela colega dos tempos de faculdade, Karin. Mas ainda são amigas e ela não pôde negar a ajuda que a amiga pediu.
Mas quando pegou a mala naquela estação e levou para o seu carro, ela nunca poderia adivinhar o que se encontrava lá dentro. Seu sexto sentido já dizia que era alguma coisa preocupante e, por isso mesmo, ela se escondeu para abrir. Mas um menino nu? Quem poderia imaginar encontrar uma coisa dessas dentro de uma mala em um guarda-volumes?
Felizmente, o menino está vivo e Nina fará de tudo para salvá-lo.


O que eu achei do livro:
Legalzinho.

O Menino da Mala é o primeiro livro de uma série protagonizada pela enfermeira Nina Borg. Não é incrível, mas é uma leitura bacana, principalmente para quem gosta de policiais.

O livro me remeteu a um quebra-cabeças, daqueles com mais de mil peças.
Primeiro, você já encontra a peça-chave do quebra-cabeça! O menino da mala já aparece logo no prólogo e não há segredo sobre quem o colocou lá. Isso é algo que me agradou bastante.
Claro que há vários mistérios e o principal deles é a motivação para que o garoto tenha sido sequestrado e abandonado nu dentro da mala. E isso o leitor vai descobrindo durante a trama, quando conseguir ir conectando as peças do quebra-cabeças.

Logo no início da história já é possível montar quatro quadros que aos poucos irão se conectar para formar a trama completa.
Primeiro quadro: Nina Borg e o menino da mala.
Segundo quadro: Um grande empresário dinamarquês que está conectado a tal mala.
Terceiro quadro: Uma lituana cujo filho foi sequestrado.
Quarto quadro: Um lituano que colocou a tal mala na estação e cobra um pagamento do empresário dinamarquês.

O leitor logo vê as conexões entre os quatro quadros, mas peças fundamentais estão faltando para que seja possível entender claramente o que está acontecendo.
E é justamente isso que instiga o leitor a ler avidamente as páginas desse livro.

Os capítulos são todos narrados em terceira pessoa, mas vão intercalando esses quatro quadros durante toda a trama. Foi realmente muito gostoso ir amarrando todos os detalhes aos pouquinhos e descobrindo as informações durante a leitura.
Como todo bom policial, os grandes mistérios serão revelados apenas no final do livro, mas as autores não guardam todos os segredos, elas realmente vão soltando algumas pecinhas e possibilitando ao leitor criar teorias.
Amei esse estilo de narrativa.

Aliás, a narrativa das duas autores é bem gostosa!
Simples e fluída, faz com que a leitura dessa obra seja dinâmica e bastante prazerosa.

Os personagens do livro são bastante interessantes! Muito bem delineados, suas complexas características pessoais me deixaram bastante intrigada.
Eles estão envolvidos na trama do garoto da mala, mas tem todo um passado que justifica quem são. E isso é incrível.
Adoro quando os autores deixam transparecer em seus livros as marcas que o passado deixou em seus personagens. Porque é isso que nós - pessoas do mundo real - somos: um amontado de experiências do passado.

Apesar disso tudo, entretanto, o livro deixou a desejar em alguns pontos.

Primeiramente, no caso da própria Nina.
A série é da Nina Borg, mas ela não é a protagonista desse livro. As autoras que me desculpem, mas ela é meramente uma personagem secundária.
As autoras até falam um pouco de Nina, seus problemas familiares, sua profissão. Dão uma visão geral da personagem e imagino que irão aprofundar ainda mais nos problemas dela nos livros futuros.
Nesse, entretanto, ela é bastante apagada. Ela não age em momento algum. Tudo acontece ao redor dela, mas não por causa dela. Para começar, ela já encontra o garoto porque a amiga ligou. E ela até tenta ajudar o menino, mas não é ela de fato que carrega a trama.

Senti falta de um maior protagonismo daquela que é a dona da série. Confesso que ficaria mais intrigada caso a série fosse "Sigita Ramoskiene". Sigita toma para si a trama inteira e é simplesmente brilhante! Uma mulher forte, decidida, dona da própria vida. Vários detalhes sobre a vida dela, entretanto, ficaram de fora do livro (e, imagino, ela não vai mais aparecer... o que é simplesmente muito triste!). Já deixo aqui os meus votos para uma spinoff da série que seja protagonizada pela Sigita!
(Quem é Sigita? Oras... leia o livro e descubra!)

Em segundo, o final do livro.
Eu gosto de livros que têm finais bem definidos. Não é o caso desse, infelizmente.
Você chega ao final da trama, consegue conectar aqueles quadros que são o esqueleto, mas infelizmente ficam faltando algumas peças no quebra-cabeças. Não as essenciais - você consegue entender o que está vendo -, ainda assim elas fazem falta.
As autoras revelam todos os fatos principais, mas não vão além disso. Fica para o leitor imaginar todo o depois! E levando em conta o que é revelado, eu realmente acho que seria bacana um epílogo (o livro tem uma espécie de epílogo, mas é com a Nina, como uma base para o próximo livro da série) com os personagens fundamentais dessa trama.
Além disso, algumas questões não ligadas ao final do livro também não foram respondidas e ficaram bastante no ar. Um exemplo disso é a relação da lituana com o pai de seu filho. Não há grandes explicações (eu senti falta porque as autoras mencionam como eles se conheceram e tal).

O Garoto da Mala é uma história bacana e uma leitura bastante agradável.
Além de personagens interessantes e de uma trama que vai se encaixando aos pouquinhos (o que é uma delícia!), a história ainda conta com vários debates sobre a sociedade dinamarquesa, principalmente no que diz respeito à imigração ilegal, e também sobre a instituição familiar.
Vale a pena ler esse livro.


Nota: 

0 comentários:

Postar um comentário

Bem-vindo ao Nanie's World. Ler seu comentário é a parte mais bacana de ter um blog!
Leia os Termos de Uso e não insira links nos seus comentários!
Fale, fale, fale! Respondo sempre :)

 
♥ ♥ ♥
Nanie's World © Copyright 2013.
Layout do blog por Nanie Dias - uma modificação da base gratuita Gabi Melo
A reprodução desse template é proibida!
♥ ♥ ♥