quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A Última Tribo, de Eric Lisitsa

A Última Tribo, de Eric Lisitsa
Independente - 94 páginas
Nunca um índio foi tão "homem branco"...
Pior para ele.




Título: A Última Tribo
Autor: Eric Lisitsa
Editora: Independente
ASIN: B00CC2OA9G
Ano da Edição: 2013
Nº de Páginas: 94
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Sinopse:
O filho de Ixyry está para nascer. Entretanto a tribo não passa por um momento próspero. A água que usam para beber não é mais límpida e falta alimentos para todos.

Temendo pelo futuro de seu filho, ele parte em uma delicada missão: entrar na morada dos deuses e confrontá-los.
Porém, o Ixyry que sai da tribo não é o mesmo que volta, pois o que ele encontrou o modifica para sempre e ele irá começar a questionar todas as certezas que teve a vida toda, inclusive a liderança do avô da tribo.


O que eu achei do livro:
Muito bom!

Adoro livros que falem de costumes diferentes, de culturas distintas do que vivencio no meu cotidiano. Portanto, não é nenhuma surpresa que eu tenha gostado tanto de A Última Tribo!
O livro do brasileiro Eric Lisitsa usa vários nomes e costumes indígenas. Segundo nota do próprio autor no início do livro, ele usou como referência a cultura indígena Sul-Americana, principalmente os Guaranis (mais especificamente os Guarani-Mbya, os embiás, no caso de nomes e palavras). Encontramos termos escritos na língua indígena, o que certamente torna a leitura muito mais rica e faz com que o leitor seja imergido no mundo criado pelo autor e sinta em sua pele toda a atmosfera de Yxyry e sua tribo.

Um detalhe que particularmente me encantou foi que todo capítulo é escrito na língua Guarani-Mbya. Assim, o leitor não encontra Um, Dois, Três, mas "petei", "mokõi", "mbohapy", "irundy", "po", "potei", "pokõi", "poapy", "parendy", "pa", "patei", "pakõi", "paapy", "parundi", "papo", "papotei", "papokõi", "papoapy", "paporundy", "makõipa", "makõipa patei", "makõipa makoi", "makõipa mbohapy", "makõipa irundy".
Não é bacana? Eu achei o máximo!
Além disso, o livro ainda é dividido em quatro partes, chamadas: "Yvy'ãugua", "oguy", "havaigua" e "apy". Infelizmente, o autor não informa o que significam os títulos de cada uma das partes. Fiquei bastante curiosa e senti falta dessa informação.

A escrita de Eric Lisitsa é muito gostosa e realmente me surpreendeu!
Uma narrativa simples e ágil que torna a leitura extremamente prazerosa, gostosa e dinâmica. Eu achei bem bacana a maneira como ele ambientou a sua trama, descrevendo muito bem não apenas a jornada de Yxyry, mas também o local onde ficava a tribo, os costumes deles e alguns detalhes do cotidiano.

A primeira parte me encantou sobremaneira! Adorei ver os questionamentos de Yxyry acerca dos deuses e seu destemor em prol de sua família.
Também gostei de vê-lo assustado com o que encontrou após a "fenda do mundo" (curioso, né?! Vale a pena ler e descobrir do que se trata) e que o fez voltar tão diferente para a sua tribo. Depois disso, ele se torna muito egoísta, prepotente e deslumbrado, se esquecendo de quem é, se esquecendo de suas origens.
Por um lado, foi maravilhoso o recado que ficou para o leitor de respeito aos seus antepassados e o cuidado que se deve ter ao encarar o novo. Por outro, ficou parecendo que todas as novidades são ruins e prejudiciais. De toda forma, eu gostei bastante dessa dualidade da mensagem, que certamente fará o leitor refletir acerca do que é ou não uma boa escolha.

O desenvolvimento da trama, entretanto, não me agradou muito. O livro parte de um lugar bacana, mas depois dessa mudança do protagonista, o rumo da história não fica tão claro.
Não se preocupe, o livro tem final, uma conclusão muito bem fechada. Porém, tal final não me agradou. Claro que isso é uma opinião pessoal, mas, de forma geral, o andamento que o autor deu a trama e a forma como ele desenvolveu seu enredo não conseguiram me agradar.

Por último, a edição digital deixou um pouquinho a desejar.
Faltou recuo nos parágrafos (o que deixa a leitura muito mais agradável) e uma quebra de página nos capítulos (enquanto o recuo é essencial, a quebra de páginas apenas deixa o ebook mais elegante).
Fora isso, a revisão do livro está bem bacana e a capa foi a primeira coisa que me chamou atenção! Muito bonita mesmo e perfeitamente conectada à trama em todos os seus detalhes.

O livro é muito bom, repito!
Personagens consistentes e muito bem caracterizados. Uma pesquisa muito bem feita sobre a cultura indígena e que consegue transmitir de maneira envolvente para o leitor os detalhes estudados pelo autor.
Acompanhar as desventuras de Ixyry e sua tribo é extremamente gostoso.


Nota: 

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