O Substituto, de David Nicholls

O Substituto, de David Nicholls
Intrínseca - 313 páginas
O que David Nicholls tem contra seus personagens masculinos?

Título: O Substituto
Título Original: The Understudy
Autor: David Nicholls
Tradutor: Claudio Carina
Editora: Intrínseca
ISBN: 978-85-8057-378-7
Ano da Edição: 2013
Ano Original de Lançamento: 2005
Nº de Páginas: 313
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Sinopse:
Stephen C. McQueen é apenas o substituto de Josh Harper na peça teatral que o grande astro, 12º homem mais sexy do mundo, protagoniza. Para azar de Stephen, entretanto, Josh não é do tipo que costuma ficar doente, se atrasar ou arrumar desculpas para não atuar. Pelo contrário, ele é sempre pontual até demais.

Enquanto Stephen sonha com sua oportunidade dourada, ainda precisa resolver seu problema com a ex-mulher (que já se casou novamente mas por quem ainda nutre sentimentos amorosos), se acertar com a filha de sete anos e resolver a paixão repentina que começa a se instalar em seu peito por Nora, a mulher de Josh Harper.


O que eu achei do livro:
Legalzinho.

Antes de mais nada, preciso repetir a manchete da resenha: "O que David Nicholls tem contra seus personagens masculinos?".
Sério, ele tem algum problema mal resolvido que, talvez, Freud possa explicar. Depois de ler Um Dia e me deparar com o perdedor do Dexter, ler Resposta Certa e conhecer o também perdedor Brian eu não esperava encontrar outro protagonista que também fosse um babaca.
Me enganei.
Stephen C. McQueen é um fracassado, como seus colegas que protagonizaram os demais livros que li do autor.
E isso me faz pensar o que David Nicholls tem contra seus próprios protagonistas. Será que ele tem medo de criar alguém mais bacana do que ele? Ou será que ele é um cara tão sofrível quanto aqueles cujas histórias gosta de narrar?

Enfim, O Substituto também é protagonizado por um homem que o leitor irá querer matar enquanto lê a história.
Ok, não necessariamente matar. O Stephen é um perdedor, mas é um perdedor carismático (um pouquinho, pelo menos), então não matar, mas pelo menos dar umas sacudidelas e tentar fazer com que o cara acorde para a vida.

A trama entretanto vale a pena pela narrativa de David Nicholls, que é uma delícia!
Simples e tremendamente fluída, com toques de ironia que dão o ar da trama e fazem com que a leitura do livro seja prazerosa.

Essa edição da Intrínseca, infelizmente, deixou a desejar.
Não pela parte gráfica. Gosto demais dessa identidade visual dos livros do Nicholls (o que me deixa até com pena por não ter a capa original de Um Dia).
A editora pecou mesmo no quesito revisão/tradução. Em vários momentos encontrei palavras fora de lugar, erros de digitação e até mesmo um nome errado (Norma no lugar de Nora).

Uma das coisas que mais me desagradou nessa história, entretanto, foi o final. Você acompanha uma história inteira, cujos conflitos principais são: carreira, paternidade e relações amorosas (o que ainda sente pela ex-mulher e o que começa a sentir por Nora). Ao menos, essa foi a minha percepção da trama.
Daí chega ao final e... não tem final. Nenhum desses conflitos é resolvido de maneira satisfatória. O livro simplesmente acaba, sem que nada seja concluído. Parece que estamos terminando de ler um capítulo ou um ato (o livro é divido em cinco atos) e não o livro.
Desculpe, David Nicholls, isso não é algo que me agrada MESMO e eu esperava mais de você.

Não fui fisgada por nenhum livro do autor e O Substituto é, dentre os três que já li, o mais fraco.
Ainda assim, é uma leitura que vale a pena pela escrita de David Nicholls que é realmente envolvente.


Nota: