quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Qualquer Chão Leva ao Céu, de Cristina da Costa Pereira


Qualquer Chão Leva ao Céu, de Cristina da Costa Pereira
Escrita Fina - 142 páginas
Conheça a história do menino Jorge e do cigano Latsi.
"Um convite ao respeito à diferença entre os povos."




Título: Qualquer Chão Leva ao Céu
Autor: Cristina da Costa Pereira
Editora: Escrita Fina
Ano da Edição: 2011
Nº de Páginas: 142
Comprar Online: Livraria Cultura

Sinopse:
Jorge vivia em uma favela com sua mãe, quatro irmãos e o pai. Só que o pai vivia sempre bêbado e ainda por cima batia na mãe e nos filhos. A vida era muito difícil e sofrida e o menino pensou que sair de casa seria a melhor opção - assim sobraria mais dinheiro e comida para a mãe e os irmãos.
Ele vive algum tempo como menino de rua, contando para todos que é órfão e mantendo distância da família.
Até que surge o cigano Latsi, conhecido como Euclides. Ele vê no menino o filho que há tanto tempo perdeu - e assim se inicia uma linda amizade entre os dois: Jorge se torna ajudante de Latsi e começa a aprender um pouco mais sobre os costumes ciganos.

O que eu achei do livro:
Como um livro de pouco mais de cem páginas pode ser tão denso, ter tanto a contar? Fico aqui imaginando como Cristina da Costa Pereira conseguiu tal proeza. Com uma linguagem simples, e uma história curta, ela conta a história desse menino que fugiu de casa e de um cigano solitário. Fala bastante sobre os costumes desse povo tão sofrido e renegado pela sociedade.
E não é que somos mesmo extremamente preconceituosos... pouco sabemos sobre os ciganos, mas nos sentimos no direito de julgá-los. Pergunto-me por que o ser humano é assim: seria por medo do que desconhece? Tenta então proteger-se do desconhecido através do ataque? Não é apenas com os ciganos que agimos assim... É muito comum que as pessoas olhem torto para os ciganos ao verem-nos nas ruas ou nas estradas, ao verem pessoas vestidas de maneira diferentes, mendigos pedindo ajuda, crianças vendendo coisas nos sinais e alguém vestido de terno e gravata - para cada uma dessas pessoas já temos uma imagem pré-concebida, que montamos antes mesmo de conhecê-las. Por que não podemos simplesmente dar uma chance às pessoas antes de começar a julgá-las?
Esse livro, além da belíssima história que conta, ainda nos ensina um pouco mais sobre o povo cigano, cuja cultura é muito rica!
"Quando se morre deixa-se tudo:
a mísera carroça como um grande império.
E julgamos, naquele momento, que foi melhor
ter sido um cigano
do que um grande rei.
Nosso segredo é este: gozar cada dia
as pequenas coisas que a vida oferece
e os outros não sabem apreciar:
o amanhecer do dia, um banho na fonte,
o olhar de alguém que nos ama.
É difícil compreender estas coisas,
sei. Cigano se nasce..."
Uma das coisas que mais apreciei no livro foi ver palavras da língua cigana no meio da história - sempre com a tradução para o português em notas de rodapé. É um língua muito diferente e muito bonita!
"Num tempo muito antigo, os ciganos viajaram pela Índia e foram juntando à nossa língua palavras que conheciam nessas viagens. Muito depois, saíram da Índia e toca de viajar; sabe-se lá por quê, gostaram do som de palavras persas, gregas e romenas e misturaram muitas delas às nossas. Se a gente prestar bem atenção na língua cigana, vai saber a história de nossas andanças."
Apesar da densidade da história, o livro é infanto-juvenil e é de uma leitura muito simples, ou seja, crianças de sete ou oito anos já poderão apreciar a leitura - e até mesmo antes, se os pais quiserem contar aos pouquinhos essa maravilhosa história!
"Um convite ao respeito à diferença entre os povos."
Um livro que fala sobre o preconceito e sobre o absurdo que é julgar o desconhecido e, ao mesmo tempo, fala da maravilha de conhecer uma nova cultura!

Nota: 






Dificuldade de Leitura: 



28 comentários:

  1. Adorei, começando pela capa, o mote bem interessante e sua resenha fechou. Dica super anotada!

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  2. Leninha, ao vivo é ainda mais linda essa capa!!! É um livro muito gostoso!

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  3. Oi Nanie!!!
    Realmente o ser humano é preconceituoso por natureza. Acontece algo e logo pensamos saber exatamente como e por quê.
    Gostei bastante da sua resenha e fiquei bem curiosa pela história. bjs

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  4. Nossa, amei o título do livro...
    A capa é linda também.
    Valei a Dica, Nanie!

    Bjs
    Bia
    www.amormisterioesangue.com

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  5. O livro é uma graça, Bia!!!! 
    Ao vivo a capa é ainda mais linda - um trabalho incrível *-*

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  6. Somos mesmo, Rê! E é hipócrita aquele que fala que é totalmente livre de preconceitos... eu tento, ao máximo, chegar perto disso, mas de vez em quando piso na bola >< 
    A história é uma graça!

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  7. Eu nunca havia lido um livro com essa temática, Luka!!!!
    Mas adorei esse - é muito bom!

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  8. Nanie, desde criança, eu tenho muito medo de ciganos. Tinha uma babá qui em casa, que vivia fazendo críticas ao comportamento desse grupo, como você bem disse, tão renegado da sociedade. Lendo sua resenha, fiquei com raiva de meu próprio comportamento para com eles.

    batepapocomasorte.blogspot.com

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  9. Pois é, Luan! Talvez lendo esse livro você passe a enxergá-los de outra forma!

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  10. Gostei da capa e título desse livro! ;-) Pela sua resenha, parece um livro realmente mtoo bom!
    Bjo,
    Daniela Tiemi
    www.livrosfilmesemusicas.com.br

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  11. Nunca li nada sobre ciganos. Pra falar a verdade, NADA sei sobre ciganos! Eu nem sabia que eram um... povo, com língua própria e tal. Só sei e que vi na TV, mas quem garante que é verdade? Só pesquisando pra descobrir.

    As capas dessa editora são perfeitas MESMO. Todas que você posta aqui são encantadoras. Eu só fico imaginando o preço de cada um desses livros :S

    E sobre o preconceito, bom... Acho que todo mundo é um pouco seletivo, digamos assim. Claro que muitos dos nossos julgamentos são totalmente equivocados ou exagerados mas nossa vivência e conhecimento de mundo nos dão algumas dicas sobre quem uma pessoa pode ser pela aparência. Acho normal (Exceto casos esdrúxulos, claro).

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  12. Felipe, também foi o primeiro livro sobre ciganos que eu li! Mas eu já sabia que eles eram um povo, tinham língua própria, foram perseguidos em vários países... 

    Essa editora manda muito bem mesmo!! E os livros não são caros não... esse mesmo está por R$ 22 na Livraria Cultura =D Não acho isso caro ^^

    Eu não acho que preconceito seja normal... não mesmo >< Entendo que nós tenhamos isso dentro da gente, mas acho que temos que combater ao máximo =) 

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  13. Ah, que ótimo! Acho maravilhoso esse tipo de livro! Realmente... Acredito ser inevitável pré-conceber uma imagem sobre as pessoas, está na natureza humana... Agora, abrir espaço para a pessoa mudar essa primeira imagem varia de pessoa para pessoa.... Seres humanos são naturalmente preconceituosos, porque muitas vezes o que é diferente assusta... Mas as vezes acabamos abraçando esse diferente...
    Mais um brazuca dando o ar de sua graça!rsrs

    Beijos.

    Mariana Sampaio
    Blog Tijolinhos de Papel

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  14. É verdade... é quase impossível que não façamos algum julgamento em um primeiro momento...
    Mas é importante que entendamos que isso não é real... mesmo que coincidentemente tenha a ver com o real, ele não foi embasado!!!

    Um brazuca maravilhoso *-*

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  15. É realmente uma história bastante interessante!

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  16. Gosto muito desse tipo de leitura..poucas paginas,historia densa e emocionante.Vai pra lista.

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  17. É assim mesmo, Eva!!!! E é uma história bem gostosinha que pode ser apreciada por qualquer idade =D 

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  18. Cristiane de Oliveirasexta-feira, 27 janeiro, 2012

    Vou querer ler esse livro , parece uma história maravilhosa, parabéns pela resenha.

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  19. Nossa os dramas sempre me atraem de algum jeito!Um menino pobre que foge de casa ,e passa a ser amigo de um Cigano solitário!Com certeza essa estória tem muito pano pra manga!Seria bom conhecer um pouco mais da cultura Cigana!

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  20. E tem mesmo, Tika!!! É uma história muito bonita! =)

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  21. Sempre é bom lermos livros para aprender um pouco de outras culturas, religiões,etc...

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  22. É bom mesmo, Lais =D Assim nós ganhamos algo a mais com a leitura além da diversão!

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  23. Que bonito o título, e a resenha chamaaaa pra ler o livro, adorei rsrsrs

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