Por muito tempo, considerou-se o Egito como o berço da escrita. Entretanto, hoje em dia, a Suméria é considerada o berço da escrita.
Ainda não se sabe ao certo a origem da escrita egípcia. Se por um lado há quem defenda que é uma criação original, nascida das necessidades diárias, por outro há quem defenda que a escrita egípcia derive da escrita suméria.
O sistema egípcio de escrita reproduz quase totalmente a língua falada, refletindo realidades abstratas e concretas, possibilitando o surgimento de uma literatura.
A escrita egípcia era formada por três tipos de signos: os pictogramas, que representavam coisas; os fonogramas, que representavam os sons; e outros signos dominantes.
A leitura podia ser feita de diversas maneiras, da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, cada linha numa direção. A direção de leitura de cada linha era indicada pela orientação das cabeças dos homens e pássaros.
Além da escrita hieroglífica ainda existia a escrita hierática, que era a escrita sacerdotal estilizada e usada em papiros religiosos, e a escrita demótica, que era a escrita utilizada para registros do cotidiano.
Pode-se dizer que foram os egípcios que introduziram ao mundo clássico a forma material do livro - utilizando papiros em forma de rolo, empregando tintas e utilizando ilustrações como complementos explicativos dos textos.
A "Casa de Vida" (Per Ankh) era uma área dos templos egípcios que funcionava como biblioteca e arquivo, onde também se ministrava conhecimentos e se copiava textos de caráter médico, astronômico e matemático.
As obras literárias do Antigo Egito eram anônimas e incluem textos de caráter religioso (como hino louvando divindades), textos sapienciais, contos e poesias amorosas.
Textos de destaque:
- Ensinamento de Ptah-hotep: são trinta e seis máximas que expõem as reflexões de seu autor sobre as relações humanas.
- Profecia de Ipuver: texto onde o autor aborda a decadência política e moral do Egito durante a era do Primeiro Período Intermediário.
- Aventuras de Sinué: foi, provavelmente, o texto literário mais popular entre os egípcios. Escrito durante o Império Médio, relata as aventuras do herói homônimo que foge do Egito para a região da Síria-Palestina antes de regressar ao seu país, onde é acolhido na corte de Senuseret III. Alguns historiadores acham que esta história pode ter influenciado a literatura árabe, incluindo as aventuras do marinheiro Simbad.
- Conto do Náufrago: texto literário escrito durante o Império Médio, também é conhecido como A Ilha da Serpente. Relata as aventuras de um marinheiro egípcio que partiu num barco para uma expedição num país onde se achavam as minhas de cobre do faraó. Para quem quiser, tem o texto, em inglês, neste site.
- Ensinamento de Anii: literatura sapiencial.
- Ensinamento de Amenemope: literatura sapiencial.
Papiro é o nome de uma planta, a Cyperus papyrus, que foi utilizada, principalmente, pelos egípcios para criar uma espécie de papel, que ficou conhecido pelo nome da planta através do qual é feito. O papiro é obtido utilizando a parte interna, branca e esponjosa do caule da planta papiro, cortado em finas tiras. Essas tiras são, posteriormente, molhadas, sobrepostas e cruzadas, para serem depois prensadas. A folha obtida desse processo era martelada, alisada e colada ao lado de outras folhas para formar uma longa fita que era depois enrolada. A escrita dava-se paralelamente às fibras.
Essa técnica para fabricação de folhas de papiro, que é considerado o precursor do papel, foi desenvolvida pelos egípcios por volta de 2500 a.C.
Então? Gostaram? Eu adorei!!! E gostei muito da pesquisa que tive que fazer para escrever esse texto também. Estou aprendendo muito com tudo isso! Sinceramente espero que vocês tenham gostado. Mas se vocês não gostaram, não se acanhem, podem dizer - que vou sempre tentar melhorar! E se esse é um assunto que não te interessa, por que não deixa uma sugestão do que gostaria de ver nessa coluna? Fico aguardando!
Acompanhe essa série:
- Parte I: A Origem na Mesopotâmia
- Parte II: A Escrita no Egito
- Parte III: O Alfabeto Alifato
- Parte IV: O Alfabeto Fenício
- Parte V: O Alfabeto Grego
- Parte VI: Os Romanos
- Parte VII: Os Chineses
- Parte VIII: Os Japoneses
- Parte IX: Fim?
Achei super interessante.
ResponderExcluirAs imagens e a forma como você relatou o assunto tornou a leitura muito simples e aprazível.
Adorei a coluna. Parabéns!
Beijos
Post muito legal Nanie, adorei! Bjss
ResponderExcluirMais uma vez...Obrigada pelas informações Nanie...Adorei.
ResponderExcluirAmo História.
Bjos!!!
http://sentimentonoslivros.blogspot.com/
Ei Nanie,
ResponderExcluirAdoro seus posts culturas, este assunto eu já conhecia grande parte pq na facul de biblioteconomia tem uma matéria que aborda a história do papel, surgimento da escrita, os copistas, as bibliotecas etc.
Agora o alfabeto Alifato não faço idéia e resisti a idéia de pesquisar aqui e vou esperar seu post hehe
beijoo
Não fazia ideia de que a orientação da cabeça dos homens e pássaros, é que definiam a direção da leitura. Assim como achei legal, conhecer os nomes dos diferentes tipos de escrita. Sabia que havia diferenciação, mas não os seus nomes.
ResponderExcluir