Bel Canto, de Ann Patchett
Intrínseca - 287 páginas
Um livro diferente, envolvente, cativante! Uma história mágica e deliciosa.
Título: Bel Canto
Título Original: Bel Canto
Autora: Ann Patchett
Tradutora: Maria Carmelita Dias
Editora: Intrínseca
ISBN: 978-85-8057-347-3
Ano da Edição: 2013
Ano Original de Lançamento: 2001
Nº de Páginas: 287
Comprar Online:
Inglês: Amazon / Book Depository
Português: Amazon / Cultura / Saraiva / Submarino
Título Original: Bel Canto
Autora: Ann Patchett
Tradutora: Maria Carmelita Dias
Editora: Intrínseca
ISBN: 978-85-8057-347-3
Ano da Edição: 2013
Ano Original de Lançamento: 2001
Nº de Páginas: 287
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Português: Amazon / Cultura / Saraiva / Submarino
Sinopse:
O Sr. Hosokawa não tinha pretensão nenhuma de criar fábricas naquele país, mas não resistiu ao convite para comemorar o seu aniversário na casa do vice-presidente. Não por gostar daquele lugar ou por querer alimentar falsas esperanças, mas simplesmente porque sua cantora favorita, a soprano americana Roxane Coss, faria uma apresentação especial para ele.
As coisas saem do previsto quando um grupo revolucionário invade a festa para sequestrar o presidente e mudam completamente o rumo dos acontecimentos. O presidente daquele país da América do Sul, entretanto, não havia ido à festa para poder assistir à sua novela preferida.
Sem alternativa, o grupo decide então tomar todos que estão na festa como reféns.
O que eu achei do livro:
Ótimo!
Eu já havia lido um livro da autora e me apaixonado por sua escrita densa e deliciosa, agora me deparei com mais uma história inesquecível!
Em Bel Canto, Ann Patchett está em sua melhor forma, simplesmente maravilhosa! Suas descrições são envolventes, sua narrativa é primorosa. Não foi à toa que o livro venceu tantos prêmios, incluindo: Orange, Pen/Faulkner Award e National Book Critics Circle Award.
Para começar, a trama criada pela autora é extremamente original e bem amarrada, carregando o leitor para dentro das páginas de seu livro de forma inescapável.
A narrativa já começa dentro da casa do vice-presidente do tal país da América do Sul e é lá que toda a história irá se desenrolar.
Qual país? Pois é... a autora não cita o nome do país. E eu achei isso incrível!
Como a língua do país anfitrião é o espanhol, o Brasil não é uma opção desde o início. Pelas condições delimitadas logo no início, também se faz acreditar que não se trata de Argentina, Chile ou Uruguai. Na verdade, enquanto lia pensava que poderia ser na Bolívia ou na Colômbia... mas pesquisando depois na internet, parece que a locação mais provável é o Peru.
E isso importa? Nem um pouco. Mas é incrível tentar adivinhar qual é o país enquanto realizamos a leitura.
Os sequestradores acabam mantendo todos que estavam na festa em cativeiro, mas essa situação muda bem rapidamente e o número de personagens diminui de maneira drástica. No final das contas, são apenas os sequestradores e cinquenta reféns.
Os principais personagens do livro são lindamente descritos pela autora! As características de todos são muito bem delineadas e eles são tão reais que eu quase os podia sentir enquanto lia a história, e podia visualizá-los muito bem.
O livro entretanto, vai ainda muito além!
Ele explora o amor à música! Não apenas o aniversariante topou ir à festa por conta de seu amor pela ópera, mas todos os demais acabam se envolvendo com a música de alguma forma. E é a música que torna o cativeiro suportável para os reféns e também para aqueles que os mantêm cativos.
A história também explora a diversidade linguística. A festa foi frequentada por pessoas de todos os países e nem todas falavam o espanhol. Há japoneses, americanos, russos, franceses, italianos, nativos... Há gente de todo lugar - é uma verdadeira Torre de Babel.
E o personagem Gen, que a princípio trabalhava apenas como intérprete do Sr. Hosokawa, o empresário japonês, acaba se tornando peça fundamental no desenvolvimento da história, pois é o único capaz de se comunicar de alguma forma com todos que estão dentro da casa.
Aos pouquinhos, não só os personagens vão se acostumando com as condições impostas, mas também o leitor vai se ambientando ao cativeiro. É inebriante ver como a situação vai evoluindo, como eles vão se adaptando à vida que passam a levar e como, aos poucos, todos vão se conhecendo melhor e traçando uma rotina.
Não apenas os personagens do livro vão se apegando uns aos outros, também caímos na inevitável armadilha de ter sonhos, de esperar por futuros impossíveis, de ansiar por algo que nunca vai acontecer. Logo no início do livro a autora já desmancha toda e qualquer esperança verdadeira (não vou repetir aqui o que ela diz, porque sei que muita gente irá passar batido sem perceber que ela mesma dá o maior spoiler de seu livro), mas ainda assim, lá no fundo, ela é tão competente ao narrar sua história que o leitor não conseguirá pensar que talvez tenha lido errado e que algo diferente vai acontecer.
Ainda estou estarrecida pela maneira como a autora conseguiu me conduzir e me fez realmente sentir na pele o que os personagens do livro sentiam. Eu também me envolvi! Me envolvi com todos no livro - prisioneiros e carcereiros - e sofri com todos no livro. Derramei lágrimas verdadeiras com o desfecho da história - eu quase queria que eles fossem mantidos reféns para todo o sempre... como eles também desejavam.
A edição da Intrínseca está maravilhosa! A capa ficou linda e o trabalho interno também ficou muito bem feito!
Mas o que mais me agradou foi que eles mantiveram a mesma tradutora do outro livro da autora, o que dá uma sensação ainda maior de familiaridade com a obra dela.
De certa forma, eu já esperava o final que encontrei. Mas ainda assim ansiava por algo diferente. O final do livro é maravilhoso, toda a condução do enredo é deliciosa, envolvente e emocionante.
Todavia, o epílogo me deixou bem insatisfeita. Irei me lembrar desse livro como se o epílogo não existisse... Posso fazer isso? Farei, mesmo que não seja permitido.
Uma história sublime e totalmente cativante! O leitor se descobrirá imerso na narrativa e não conseguirá sossegar enquanto não chegar ao final. Talvez, como eu, até estique um pouco a leitura, ansiando e esperando que os rumos mudem. É impossível descrever o que esse livro faz com a gente.
Bel Canto é um ode à boa música, às relações internacionais e à boa escrita. Vale a pena se embriagar com um livro tão bom quanto esse.
Nota: