As dificuldades do autor nacional na busca por editoras, por Fabiana Andrade

Escrever sobre dificuldades em um mercado dominado quase que em sua totalidade por títulos internacionais parece-me redundante.
No entanto, tenho observado uma abertura para o autor nacional nos últimos anos e principalmente uma aceitabilidade por parte dos leitores brasileiros dos títulos Made in Brazil – ainda que com certa resistência.
Vários degraus separam o escritor de sua realização profissional – que nesse caso é a garantia de ver sua obra publicada.

Em primeiro lugar, o manuscrito deve despertar o interesse de vários profissionais do ramo que colocarão a disposição do escritor tempo para a análise da obra.
O próximo passo é definir se o título submetido à análise está dentro da linha editorial da editora escolhida. Se seu livro é de auto-ajuda não perca tempo enviando o manuscrito para uma editora especializada em ficção e vice-versa. Tente pelo menos se informar sobre a linha editorial de determinada editora antes de submeter o manuscrito para análise.
Outra grande dificuldade está diretamente relacionada aos custos de publicação, e é aqui que a maior parte dos livros morre. O mercado brasileiro é composto quase em sua totalidade por editoras que trabalham com o sistema de impressão sob demanda. Nesse caso o escritor arca com todos os custos de publicação da obra. Em outras palavras, prepare-se para gastar.
Se o escritor sobreviver a todas essas etapas anteriores, ainda deverá travar uma batalha árdua para que seu livro seja inserido dentro das livrarias brasileiras. Ele deverá contar com um bom sistema de distribuição (o calcanhar de Aquiles de qualquer editora e escritor) e principalmente com a aceitação da obra junto ao público leitor brasileiro. Não é fácil conseguir que uma obra brasileira seja colocada lado a lado com nomes de peso da literatura internacional.

Livraria Saraiva (ei, estamos enZima de Stephenie Meyer \O/ #makingthehappydance)

Portanto, tenha em mente que a batalha é árdua e longa mas não impossível, e não desanimem caso escutem um não no início, pois isso não significa necessariamente que sua obra estará condenada ao ostracismo.

Sobre a Fabiana Andrade: é carioca e formada em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e é a editora responsável pela editora mineira Underworld. Blog: Garota Interrompida e Blog da Editora Underworld
Pedra Escolhida: Azurita.

Fabi, muito obrigada pela sua participação no aniversário do Nanie's World! Acho que vários autores que estão dando os primeiros passinhos vão gostar desse texto! 

Muito sucesso para a Under!