Título: O Diário de Anne Frank
Título Original: HET ACHTERHUIS - Dagboekbrieven 14 juni 1942 - 1 augustus 1944
Autor: Anne Frank
Editora: Record
Ano da Edição: 2010
Ano Original de Lançamento: 1947
Nº de Páginas: 349
Comprar Online: Saraiva / Submarino
Sobre o livro:
Anne Frank é uma garota judia muito espirituosa. Nasceu na Alemanha, terra Natal de seus pais, mas mudou para a Holanda com a família ainda pequena.
Durante a guerra, sofreu várias privações em decorrência de sua religão até que, em 1942, muda-se com os pais para um esconderijo - que chama de Anexo Secreto - onde iria passar dois anos escondida, tentando sobreviver às atrocidades da Segunda Guerra.
Durante esse período, ela manteve um diário, que havia começado a escrever apenas alguns dias antes da mudança. E é através desse diário que podemos conhecer Anne, seus sentimentos, seus pensamentos, anseios, frustrações e todas as dificuldades pelas quais ela teve que passar.
Um forte relato sobre a Segunda Guerra - a verdade nua e crua visto dos olhos de uma adolescente.
O que eu achei do livro:
Esse livro, definitivamente, é chocante!
É uma história muito forte, ao menos para mim foi. Acho que talvez tenha me tocado com ainda mais intensidade porque vi em Anne quase todos os traços de personalidade de minha irmã - até mesmo os problemas de relacionamento com a mãe, a adoração pelo pai, o ciúme da irmã mais velha, o jeito explosivo e intempestivo. Pude sentir como se estivesse lendo o diário de minha irmã quando ela tinha aquela idade. E isso foi muito forte.
"Excelentes espécimes de humanidade, esses alemães, e pensar que na verdade sou um deles! Não, isso não é verdade, Hitler retirou nossa nacionalidade há muito tempo. E além disso não há maiores inimigos na terra do que alemães e judeus."É incrível também como Anne não retrata apenas a Guerra, num relato frio e repetitivo, mas sim a própria vida - o dia a dia no esconderijo onde ela permaneceu por dois anos. Podemos visualizar nesse livro, toda a vida e todo o pensamento de uma adolescente vivendo nesse tão conturbado período.
Um dos maiores sonhos de Anne Frank era ser escritora - e ela deixa isso bem claro no diário.
"A não ser que você escreva, não saberá como é maravilhoso; eu sempre reclamava de não conseguir desenhar, mas agora me sinto felicíssima por saber escrever. E se não tiver talento para escrever livros ou artigos de jornal, sempre posso escrever para mim mesma. Mas quero conseguir mais do que isso Não consigo me imaginar vivendo como mamãe, a Sra. van Daan e todas as mulheres que fazem o seu trabalho e depois são esquecidas. Preciso ter alguma coisa além de um marido e de filhos a quem me dedicar! Não quero que minha vida tenha sido em vão, como a da maioria das pessoas. Quero ser útil ou trazer alegria a todas as pessoas, mesmo àquelas que jamais conheci. Quero continuar vivendo depois da morte! E é por isso que agradeço tanto a Deus por ter me dado este dom, que posso usar para me desenvolver e para exprimir tudo que existe dentro de mim!"No diário de Anne, nessa versão versão definitiva, contém detalhes da vida de Anne no Anexo Secreto (até mesmo um desenho, em forma de planta baixa), suas brigas com todo mundo por lá, o pensamentos, dúvidas, anseios e discussões políticas de todos do abrigo, seu amor por Peter, seus pensamentos sobre sexo e até mesmo algumas fotos!
"Não acredito que a guerra seja apenas obra de políticos e capitalistas. Ah, não, o homem comum é igualmente culpado; caso contrário, os povos e as nações teriam se rebelado há muito tempo! Há uma necessidade destrutiva nas pessoas, a necessidade de demonstrar fúria, de assassinar e matar. E até que toda a humanidade, sem exceção, passe por uma metamorfose, as guerras continuarão a ser declaradas, e tudo que foi cuidadosamente construído, cultivado e criado será cortado e destruído, só para começar outra vez!"Anne é uma menina extremamente inteligente. E acompanhá-la através das cartas que escreve para Kitty (pois é assim que chama seu diário) é muito interessante. Ela cresce e evolui muito nos dois anos que passou no abrigo.
O final do livro é de conhecimento geral, portanto, falar sobre ele não é spoiler. É muito difícil ler o relato de 6 de Junho de 1944 (o famoso DIA D - considerado o início do fim da Segunda Guerra). Anne estava em segurança e fazia planos para o futuro, assim como todos dentro do Anexo Secreto. É triste e praticamente inaceitável o que aconteceu. O diário de Anne para em 1º de Agosto e não mais sabemos o que aconteceu com ela através de suas próprias palavras. O livro termina com um curto relato, de apenas três páginas contando o que aconteceu aos oito moradores do esconderijo de Anne.
Um livro super recomendado para todos, com um aviso que a leitura é super difícil, não pela escrita, que é simples, mas pela densidade da história.
OBS: Talvez você tenha percebido que o livro é assinado por Otto H. Frank e Mirjam Perssler, que foram os organizadores da primeira publicação e da edição definitiva, respectivamente. Mas eu não pude citá-los como autores. Não tive forças para isso. O livro todo é o diário de Anne, escrito por ela - com as ideias e os pensamentos da garota. Além disso, o sonho dela era ser uma escritora famosa quando crescesse. Como poderia eu, então, colocar como autores os organizadores do diário?! Coloquei aqui essa observação, pois o trabalho deles também foi meticuloso para trazer o diário de Anne para todos nós. Aliás, o trabalho de Otto também deve ter sido bastante doloroso. Eles merecem ser mencionados, mas Anne, acima de todos, merece ser colocada como autora desse livro de tanto sucesso.
Vale lembrar ainda que o livro Contos do Esconderijo é assinado por ela. É um livro que contem contos, fábulas, ensaios e um romance não finalizado! O livro também já foi publicado no Brasil no pela editora Record. Espero lê-lo em breve!
Nota:
Dificuldade de Leitura:
Ai deve ser um livro muito bom, adoro história, principalmente da 2ª guerra... fiquei curiosa com o diario... bem legal a resenha Nanie!!
ResponderExcluirBeijos
Oi Nanie, eu li esse livro à mais ou menos 2 anos atras, e eu gostei muito de tudo na verdade, da narrativa, de tudo que aconteceu naquele abrigo que eles estavam escondidos, enfim, o que mais me deixa triste é saber que não foi ficção né...foi uma realidade desumana, mas o livro é lindo!
ResponderExcluirBruna, o livro é incrivelmente bom, mas também é muito pesado, pois é um relato real.
ResponderExcluirAdriana, ainda não me conformo que as coisas tenham acontecido dessa maneira. Como os seres humanos puderam fazer algo assim com seus semelhantes?! É praticamente impensável.
O Diário de Anne frank está na lista dos meus livros favoritos. A pureza da menina, a maneira como ela contava da vida, mesmo presa, me tocou profundamente. Parabéns pela resenha!
ResponderExcluirBeijos
Natália Couto Azevedo
Bunny, justamente por ser tão verdadeiro, tão íntimo é que é tão bom. A Anne escreve de uma maneira muito tocante!
ResponderExcluirLi esse livro faz muito tempo e por indicação do meu filho. Foi uma surpresa, afinal ele estava com apenas 12 anos quando leu e adorou.
ResponderExcluirApesar de ser uma leitura triste, vale a pena.
Bjkas!
Monique Martins
MoniqueMar
@moniquemar
Depois que li A menina que roubava livros passei a gostar de livros na época da Segunda Guerra, mesmo com todo o ocorrido.
ResponderExcluirE esse não poderia ser diferente, porque fiquei bastante curiosa pra ler ele, principalmente por ser real!
Bjus.
Sempre ouvi falar desse livro..mas ate agora nao tive oportunidade de le-lo.. um dia lerei!
ResponderExcluirbj
MoniqueMar, uau! Esse livro foi recomendado a você por uma criança de 12 anos =) Muito legal isso!
ResponderExcluirAnaisa, eu sempre gostei de livros que retratassem essa época - pois acho que não devemos fechar os olhos para o que ocorreu, mas sim conhecer os absurdos ocorridos para que eles nunca mais se repitam. O Diário de Anne Frank é real, enquanto que A Menina que Roubava Livros é apenas ficção. Acho que por isso o primeiro é muito mais forte.
Tyele, se tiver oportunidade, leia sim - é um livro excelente!
Sabe que o livro está na minha lista há séculos?
ResponderExcluirmas vou te confessar que tenho um certo medo de lê-lo, mas espero ter essa oportunidade ainda.
Bjos!!!
Andréia
Sentimento nos Livros