quarta-feira, 16 de abril de 2014

A Menina que Roubava Livros

A Menina que Roubava Livros, de Markus Zusak
Intrínseca - 478 páginas
Porque ela rouba mais do que livros... rouba o coração daqueles que têm coragem de se embrenhar nas páginas de sua história!


Título: A Menina que Roubava Livros
Título Original: The Book Thief
Autor: Markus Zusak
Tradutora: Vera Ribeiro
Editora: Intrínseca
ISBN: 978-85-98078-17-5
Ano da Edição: 2007
Ano Original de Lançamento: 2006
Nª de Páginas: 478


Excelente!


Antes de qualquer coisa: como assim o livro foi publicado aqui no Brasil em 2006? Como assim já fazem quase oito anos que li essa história pela primeira vez?
Uau, o tempo realmente voa... eu ainda me recuso a acreditar que faz tanto tempo que conheci Liesel Meminger...

Já faz algum tempo que eu estava com vontade de reler este livro.
Releituras são sempre deliciosas - reencontramos personagens que nos cativaram, nos embrenhamos novamente em tramas que certamente podem nos encantar e conseguimos sempre visualizar alguns detalhes que podem ter fugido à nossa percepção em leituras anteriores. Para mim, releituras são realmente mágicas e deliciosas.
Mas também perigosas... principalmente quando o livro a ser relido está na minha lista de favoritos... Não que vá ser uma grande decepção (isso ainda não ocorreu, mas tenho receio que um dia possa acontecer), mas a maturidade nos dá novos olhos e talvez algo que tenha parecido brilhante há quase uma década hoje pode não mais ser assim tão interessante.

Posterguei, portanto, a leitura desse livro. A memória que tinha era de que se tratava de uma das melhores leituras da minha vida e queria que essa percepção permanecesse.
Mas quando vi o filme no cinema, não aguentei mais.

Primeiro, algumas linhas sobre o filme.
Lindo.
Emocionante.
Maravilhoso!
Atores excelentes, uma direção verdadeiramente muito boa, uma fotografia encantadora! Além de tudo isso, um roteiro muito bem adaptado do livro. Não me entendam mal, o filme não é 100% fiel ao livro, mas as modificações feitas ficaram simplesmente muito bacanas.
Chorei horrores. E a saudade de reler a história de Liesel Meminger foi impossível de resistir.

No mesmo dia em que vi o filme, peguei o livro na estante e revisitei as desventuras de Liesel. E não me decepcionei: a história contada pela Morte foi ainda mais encantadora e incrível quanto da primeira vez que a li!
Já vi muita gente que não gostou do livro, ou que achou que ele era apenas legalzinho. Sugiro que você também procure a resenha destas pessoas para comparar com a minha... principalmente porque eu só tenho coisas maravilhosas a dizer sobre essa história!

Markus Zusak me encantou desde a primeira sentença do livro que li (que na verdade está na contracapa: "Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler").
Tudo no livro foi capaz de me envolver e me encantar. A maneira como o autor divide o livro e resume os acontecimentos, a forma como a tão peculiar narradora conta a história de tão encantadora menina, a forma como os personagens se mostram tão humanos...

Aliás, os dois pontos que mais me maravilharam nesse livro foram justamente a narrativa e os personagens.
A narrativa de Zusak nessa história é totalmente envolvente. Simples, elegante e delicada, ao mesmo tempo que fria, cruel e triste. Quem toma voz neste livro é a Morte, que conta a história de Liesel Meminger, uma garota de apenas nove anos que vê sua vida virar de cabeça para baixo quando em meio à Segunda Guerra Mundial se vê separada de sua mãe e mandada para viver na Rua Himmel, sob o cuidado de dois desconhecidos. A relação entre a menina e os adultos não é fácil. E é com muito tato que o autor vai contando aos pouquinhos como as coisas vão acontecendo.
Os personagens dessa história são fascinantes! Eles são extremamente humanos, com falhas e virtudes, tentando esconder coisas que deveriam mostrar, receando, esquecendo a prudência, ajudando ou sendo mesquinhos. É incrível ver a forma como lidam com as dificuldades apresentadas no cotidiano.

O pano de fundo é a Segunda Guerra Mundial e toda a sua crueldade.
Max se tornou um personagens muito cativantes. A história dentro da história (acredite, você vai entender muito bem quando ler) foi simplesmente uma das coisas mais tocantes que já li na minha vida.
E não menos importante é o pai de Liesel, Hans, ou sua mãe postiça, Rosa. O primeiro é tão simplório, mas com um coração tão bondoso que em vários momentos me lembrou meu próprio pai. E Rosa, com toda a sua maneira um tanto rude de amar, me lembrou também a minha mãe. Talvez eles sejam mesmo parecidos com os meus pais... mas honestamente desconfio que essa seja a maneira mágica do autor conseguir com que seus leitores sempre vejam um pouquinho de seus próprios progenitores na figura dos Hubermann.
E como falar desse livro sem mencionar Rudy?! Ah, Rudy! Eu me apaixonei pela sua aventura negra, pelas suas ideias transgressoras, pela sua meninice absolutamente comum, pela sua bondade e pela sua vontade de beijar! Ah, Rudy!

Por fim, há Liesel...
Liesel Meminger é uma menina que roubava livros. O que se pode dizer sobre uma personagem que tem tão grande paixão pelos livros?! Acho que não há tanta coisa assim capaz de me aproximar de uma personagem... certamente esse amor pelas palavras escritas é uma dessas coisas.
Liesel começa o livro como uma garotinha assustada. Mas com o decorrer das páginas ela vai se encontrando, amadurecendo e se tornando mais ela mesma. É incrível acompanhar todo esse desenvolvimento.
Ao lado de Hermione Granger e Meggie Folchart, faz parte das minhas personagens femininas favoritas!

Se você ainda não se aventurou a ler A Menina que Roubava Livros está perdendo uma história incrível, encantadora e emocionante.
Eu já conhecia e mesmo assim me vi torcendo por um final diferente... quem sabe as minhas lembranças e o filme não poderiam estar errados, não é mesmo?! Me emocionei, curti, chorei, torci...
A Menina que Roubava Livros é uma história que conseguiu mexer demais comigo e eu sempre indico essa leitura para todos os conhecidos.


Nota: 

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