quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Aléxandros - As Areais de Amon, de Valerio Massimo Manfredi



Título: Aléxandros - As Areias de Amon
Título Original: Aléxandros - Le Sabbie di Amon
Autor: Valerio Massimo Manfredi
Editora: Rocco
Ano da Edição: 1999
Ano Original de Lançamento: 1998
Nº de Páginas: 350
Série: Aléxandros - Vol. 2
Outros livros da série: 
    Aléxandros - O Sonho de Olympias
Comprar Online: Saraiva / Submarino

ATENÇÃO: Normalmente figuraria-se aqui um alerta para possíveis spoilers na resenha. Lembro-os, entretanto, que este é um livro histórico e tudo o que está sendo narrado (guardadas algumas proporções e liberdades do autor) realmente aconteceu. Sabendo disso não há nenhum spoiler, entretanto considera-se que o leitor conhece o mínimo de história geral. Se o leitor já não se lembra das aulas de história geral, pode ser que se depare com alguma informação que considere SPOILER.

Sobre o livro:
Alexandre se encontra com o grande exército da Macedônia, reforçado por um grande número de aliados, às portas da Ásia. Ele pretende dominar as cidades gregas sob o julgo dos persas. Ele irá empreender o grande sonho de seu pai, Filipe. O grande rei morreu antes de cumprir esse desejo. Mas Alexandre, resoluto e corajoso, irá levar adiante uma das maiores campanhas militares jamais vistas.
"Tinha o rosto manchado de sangue devido ao ferimento na cabeça, a couraça rasgada pelo dardo de Espithridates, e o corpo coberto de suor e de poeira, mas aos olhos dos seus homens naquele momento parecia um deus."

O que eu achei do livro:
Muito bom mesmo! Fico até sem fôlego ao ler esse livro, de tão bom que ele é.
Esse segundo volume, diferentemente do primeiro, é, quase em sua totalidade, voltado à guerra. Alexandre começa o seu empreendimento para conquistar o mundo. Isso não é spoiler, é história: Alexandre conquistou uma quantidade de territórios até então nunca antes dominada por um mesmo soberano, fazendo de si, então, um grande imperador. E o livro, dentro do possível, narra os feitos de Alexandre de maneira fidedigna. É impressionante procurar em livros de histórias, em sites especializados e até mesmo na Wikipédia e encontrar tudo (ou, para ser mais sincera, quase tudo) da mesma forma como retratado por Valerio Massimo Manfredi nesse livro. Parece até mesmo que o livro poderia ter sido usado como referência para as aulas de história. Com efeito, no final do livro, o autor diz que foram muitas as pesquisas por ele empreendidas para que o livro pudesse ser o mais fiel o possível, das personalidades de cada um dos muitos personagens até mesmo às características do solo por onde o exército de Alexandre passa.
De tão fiel que é o livro, me pergunto nesse momento porque escola alguma usa-o como recurso didático (e multidisciplinas) para o ensino de história e literatura. Valerio Massimo Manfredi escreve muito bem, tem um estilo muito bonito, sem, entretanto, que seja pedante, e os fatos do livro são, em suma maioria, verdadeiros. Poderia ser uma arma útil nas duas matérias e uma maneira de tornar interessante, tanto para meninos quanto meninas uma atividade que me é tão prazerosa e que por muitos é defendida como sendo essencial: a leitura.
Volto então a repetir que esta é uma série incrível, que deve ser lida por todos!

Deixo aqui no final um episódio que acontece no meio do livro, só para deixar todo mundo com água na boca:
"Certo dia, sempre acompanhado pelo intérprete, passou perto de uma mureta de pedra que serpeava por um longo trecho em direção das colinas e atrás da qual se viam as copas de todo tipo de árvore: cedros-do-líbano, seculares figueiras que espichavam seus ramos cinzentos e rugosos, cascatas de pistaches e romãs. Deu uma olhada através da porteira e ficou pasmo com as maravilhas que apareceram diante dos seus olhos: árvores frutíferas de todo tipo, moitas e arbustos maravilhosamente combinados e podados, pequenas fontes e regatos, rochas entre as quais cresciam plantas polpudas e espinhentas que nunca vira antes.
- Vieram de uma cidade da Líbia que se chama Lissos - explicou o intérprete.
Apareceu então um homem com um burrico que puxava uma charrete cheia de estrume. Começou a adubar as plantas uma a uma, e fazia isto com tanto amor e cuidado que qualquer um ficaria boquiaberto.
- Quando houve o levante contra o governador persa - continuou o intérprete -, os revoltosos decidiram queimar este jardim, mas aquele homem ficou o pé diante da porteira e disse que se quisessem cometer tal crime deveriam antes manchar as suas mãos com o sangue dele.
- Eis o rei! - afirmou Heféstion.
- Um jardineiro? - perguntou o intérprete, incrédulo.
- Isto mesmo. Um homem disposto a morrer para salvar as plantas de um jardim que nem mesmo era dele, o que poderá então fazer para salvar o seu povo e promover o bem-estar da sua cidade?
E foi o que aconteceu. Um belo dia o humilde jardineiro viu chegar um cortejo de dignatários escoltados pela guarda de Alexandre e foi levado com a maior pompa até o palácio real para ser nele empossado. Tinha grandes mãos calejadas que lembravam ao soberano as de Lisipo, e um olhar tranquilo e sereno. Chamava-se Abdalônimo e foi o melhor rei do qual se tem lembrança."

Nota: 








Dificuldade de Leitura: 




 
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