Entrevista: Gianna Carvalheira

A entrevista de hoje é com a escritora Gianna Carvalheira, que escreveu o livro "Auroras Orientais", publicado pela editora Novo Século. Eu estou doida para ler o livro. Acho que todos que, como eu, curtem a cultura oriental, ficaram de olho nesse livro (cuja capa é maravilhosa). Espero que gostem da entrevista!

1) Qual o seu nome completo, idade e local de nascimento?
Gianna Maria Griz Carvalheira, 45 anos, natural do Rio de Janeiro.


2) Quando você descobriu essa veia de escritora e como isso aconteceu?
Quando eu estava escrevendo minha dissertação de mestrado. Apesar de ser um texto técnico, gostei imensamente da experiência. Isso foi em 1993.

3) De onde veio a inspiração para escrever o livro Auroras Orientais?
Morei por quase três anos em Xangai, China. Sempre enviava e-mails aos meus amigos de vários cantos do mundo com a descrição detalhada de tudo que estava vivenciando. Eles foram sem dúvida nenhuma a mola propulsora de incentivo para continuar escrevendo os e-mails. Como numa novela, eu recebia inúmeros pedidos das cenas dos próximos capítulos. Com o passar do tempo, os textos foram melhorando muito em conteúdo e informação. Foi muito bom para mim e acredito que para todos que recebiam os e-mails.

4) Você tem algum outro livro esperando publicação?
Do ponto de vista de escritora, infelizmente, meu período sabático terminou. Por outro lado, felizmente, voltei para a vida acadêmica na Universidade. Entretanto, tenho muita vontade de escrever mais sobre a vida atual, na forma de romance ou na forma de crônica. Um dia quem sabe eu retomo este prazer. Escrever é uma experiência extremamente enriquecedora.

5) Foi muito difícil conseguir publicar o seu livro?
Foi. É muito difícil para os autores iniciantes a publicação dos seus manuscritos. Entretanto, aconselho aos escritores iniciantes nunca desistirem dos seus sonhos.

6) Você tem outras atividades profissionais? Elas influenciam no seu trabalho?
Sou Biológa de formação e trabalho na Universidade Federal de São Paulo. Certamente, a vida acadêmica influenciou na minha percepção sobre a cultura asiática.

7) Qual dica você dá para quem quer seguir a carreira de escritor?
Para ser escritor precisa ler muito, gostar da sua língua, no seu sentido formal. Sem conhecimento as pessoas não conseguem entender o que se passa ao seu redor. Tendo isso sedimentado, é preciso ter curiosidade pelos fatos vividos, ter criatividade, sensibilidade e imaginação. Lendo romances de escritores do passado ou oriundos de outros países, é possível entender o tempo passado e até mesmo conhecer outros lugares apenas por estas leituras.

8) Na sua opinião, qual é a importância da literatura na vida das pessoas?
A leitura de um bom livro, além de ser extremamente prazerosa, nos fornece matéria prima para o conhecimento geral e entendimento do mundo. Certamente o Brasil seria outro país se o povo fosse mais educado e ilustrado.

Agora algumas perguntinhas rapidinhas para o leitor te conhecer melhor:
a) Um livro: Leite Derramado, Chico Buarque
b) Um autor(a): Carlos Drummond de Andrade
c) Uma música: Qualquer uma da Bossa Nova
d) Um cantor(a)/banda: Tom Jobim
e) Um filme: Retratos da Vida
f) Um ator/atriz: Charles Chaplin
g) Uma pessoa: Meu marido
h) Uma frase: "Escolhe um trabalho que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida". (Confúcio)

Agradeço imensamente a entrevista e toda a atenção que você me deu. Gostaria de deixar algum recado final para os seus leitores?
Para quem não teve a oportunidade de vivenciar a Ásia ou para quem a conhece, o Auroras Orientais busca compartilhar os momentos inusitados por mim vividos em Xangai, de uma maneira leve e prazerosa. Assim, minha intenção é mostrar como a China e parte da Ásia foram vistas e interpretadas por uma brasileira nos dias de hoje.