terça-feira, 21 de setembro de 2010

Blah, blah, blah... O Preconceito Literário


Não é segredo que eu penso que escolhi o caminho errado.
Forte essa frase. Precisa de explicações.
Quem me segue no twitter, já deve ter ouvido (ou melhor, lido) que eu não considero a informática um bom caminho para mim. Eu penso em fazer outra faculdade, talvez no próximo ano ou no seguinte (me formo, em informática, no final desse ano). Quero fazer Letras. Já havia pensado outras vezes no curso (assim como no curso de História e de Direito). Nem sei direito como acabei fazendo informática, não estava entre as minhas principais opções, que eram História, Letras e Direito, nessa ordem.
Então, eu me arrependo de ter feito informática?

A verdade é que não me arrependo não. O curso é muito interessante e eu aprendi muitas coisas legais lá. Não sei ainda como será o futuro (penso que ninguém, na realidade, sabe), mas mesmo assim acho que não foi ruim ter feito o curso. É o que eu quero? Não. Mas me serviu muito. Uma das maiores vantagens de não ter feito Letras ou História naquela época (há quatro anos atrás) é que hoje eu sou mais madura.
Como todo ser humano (diga o que disser... nós somos assim) eu também sou influenciada pelas ideias dos outros, principalmente de professores e mentores. Hoje, entretanto, eu tenho uma capacidade crítica de análise muito maior e muito mais madura do que há quatro anos. E isso faz parte do desenvolvimento de uma pessoa. Continuo sendo influenciada pelo mundo a minha volta, mas agora de maneira mais crítica. Agora, as influências passam por uma análise interior antes de ter algum resultado ou consequência na minha vida. Estou mais alerta.
Penso que se eu tivesse entrado no curso de Letras há quatro anos atrás, hoje eu poderia, facilmente, ser uma das pessoas elitistas que tanto vejo por aí (não em blogs... na vida real). Que acham que tudo o que é contemporâneo, salvo raras exceções é lixo. Eu não sou assim hoje, e acho que com a maturidade que adquiri, também não o serei, mesmo após quatro anos de faculdade de Letras. Não estou dizendo que sairei de lá com a mesma mentalidade - afinal de contas, estarei entrando em uma nova faculdade para aprender mais e crescer ainda mais. Mas uma coisa que não quero é ser elitista e preconceituosa - nunca.
Quando mais cresço, mais descubro o quanto nosso país é elitista, o quanto ele é preconceituoso. E não, não estou falando de preconceito racional, não. Existem vários tipos de preconceito. Vejo que muitos doutores se consideram superiores. E isso é muito triste. Eu considero a educação muito importante, essencial na vida das pessoas. Mas é uma educação elucidativa, uma educação reflexiva e crítica. Não acho que é importante essa educação que tenta moldar as pessoas. Isso não é educação. E quando vejo um doutor olhando de cima para um porteiro, descubro que aquele doutor foi, em partes, um fracasso do nosso sistema.
Todos somos iguais, independente de qualquer coisa. É verdade. Por mais duro que possa parecer. Não é porque tenho faculdade que vou me achar melhor do que meu marido, por exemplo, que não tem faculdade. Eu acho que a educação abre a nossa mente e, portanto, nos faz crescer como pessoas, como cidadãos. Mas não nos faz melhor. Nada faz. Já pensou se todos se formassem em Medicina? Como iríamos construir nossas casas? Quem iria tomar conta de nossos filhos? Quem iria colher nossos alimentos ou costurar nossas roupas?
E o mais triste que esse preconceito é maior com quem é mais educado, no sentido de mais estudado. Aqui no Brasil isso acontece muito, principalmente aqui na minha cidade, onde vejo vários casos pessoalmente. Estudo também não é garantia de sucesso financeiro. Se você está estudando apenas para ganhar muito, por favor, reveja os seus conceitos ou você pode se decepcionar. Mas esse é um outro assunto que não quero tratar agora. Voltemos, então, à questão do preconceito. Vejo muitas pessoas que se acham melhores porque são formadas. E eu não concordo com essa visão, mesmo entendendo que o estudo é uma coisa muito importante, que engrandece a pessoa. Mas não a torna melhor do que ninguém, apenas melhor do que a si mesma antes de adquirir os conhecimentos.
Então o curso de Letras deixa a pessoa arrogante? Não, especificamente não. Qualquer curso superior pode fazer isso, e principalmente as pós-graduações fazem isso. Mas não é mérito de um curso específico e sim do egoísmo de cada um, da vontade de ser melhor e de se sentir melhor.
Então, já que eu já tenho (quase, na verdade) um curso superior, porque pensava que Letras poderia ser pior antes? Porque essa altivez toda, que não é real, pode levar ao preconceito. Não só de se achar melhor do que os outros, mas de se achar no direito de julgar isso ou aquilo bom ou ruim, sem realmente ter conhecimento de causa.
E agora sim eu chego à grande questão: o preconceito literário. O meu grande medo era que eu tivesse seguido o caminho do preconceito literário. Devo admitir que os professores sempre foram vistos por mim como mestres, como sábios e como exemplos a serem seguidos. Hoje sei distinguir o joio do trigo - professores devem ser vistos como mentores, devem ser respeitados. Mas isso não significa que eles são os donos da verdade, que eles não erram. O meu maior receio é que eu tivesse acreditado no que muitos espalham por aí: a literatura contemporânea não presta.
E não venham me dizer que não é bem assim, porque eu sei que é. Claro que neste momento estou exagerando, existem muitos professores de Letras que sabem reconhecer que esse não é o caminho, que não é uma verdade absoluta, mas a maioria tem essa opinião.
Eu não concordo. Primeiro porque antes de expressar qualquer opinião, é preciso conhecer a obra, depois sim pode-se emitir um parecer, que nem por isso será a verdade universal sobre tal obra. Escutei uma professora dizer uma vez que "Crepúsculo" era uma releitura de "Drácula". Independente de não gostar muito da obra (sim, eu sou uma pessoa muito estranha que não é tão fã de Crepúsculo quanto a maioria), essa é uma das maiores idiotices que já escutei. De verdade, a tal professora doutora em Letras (não sei a área exata de doutorado dela) que me desculpe. Só porque sabe que é um romance sobre vampiros fez essa comparação... Não faz sentido. Primeiramente, Drácula não foi o pioneiro em livros sobre vampiros. Foi o primeiro que fez sucesso, é o clássico mais famoso, mas não é o primeiro. O que faz dele mesmo uma releitura das lendas escandinavas sobre os sugadores de sangue. Segundo, o livro de Stephenie Meyer, traz vampiros sim, mas não é sobre vampiros - é sobre o amor impossível. Se ela tivesse falado que é uma releitura de Shakespeare, ou de Tristão e Isolda, ou de qualquer outra história de amor impossível, eu não teria como discutir (na verdade, até teria... adoro discussão - mas discussão sadia). Enquanto Drácula é, principalmente, uma história de terror e aventura, Crepúsculo é uma história de amor adolescente. Entretanto, a professora, do alto de seu pedestal de ser muito importante, preferiu desmerecer a obra e cunhá-la de mera releitura. Mas não falou isso de forma positiva, falou de forma negativa. TUDO é releitura nessa vida, direta ou indiretamente. Só para lembrar que não há nada que surja de lugar algum. Aliás, houve, há muito tempo atrás, mas os cientistas ainda brigam para descobrir o quê e como foi. Há muitos anos, desde que o homem surgiu, ele se baseia no que existe, para criar o novo. É claro que não estou dizendo que todos os livros são baseados em outros livros, mas a vida do autor, suas experiênicas pessoais, suas leituras, seus sonhos, tudo influencia. Enfim, também não quero ficar aqui defendendo a obra da Stephenie Meyer, o meu objetivo não é esse.
Quero mostrar que o preconceito literário existe e que é muito forte. É claro que temos muita coisa ruim por aí, como também houve em qualquer época. Mas dizer que tudo é ruim, não é legal. Outro ponto: a boa literatura não desperta o interesse dos leitores. Não querendo desmerecê-la, mas um leitor iniciante, que só leu um livro na vida (quanto muito) não vai se apaixonar pela leitura ao ser obrigado a ler Dom Casmurro, de Machado de Assis. Citei esse livro porque é uma história que adoro, que acho maravilhoso - um livro delicioso. Mas vamos ser sinceros e honestos, o livro foi escrito para uma sociedade que não existe mais. Contém uma linguagem que não é mais a nossas linguagem do dia-a-dia, conversa com uma pessoa que não existe mais. A sociedade evoluiu, mas esse livro não. Eu acho que essa é uma obra atemporal - adoro esse livro. Mas não concordo que seja um bom primeiro livro. Uma pessoa que não tem o costume de ler, vai achar essa uma história difícil e por vezes chata. Usa palavras mais difíceis, uma trama complexa e um cenário antigo (se passa no século passado). Não há como um adolescente se apaixonar por essa história. Bom, na verdade há, eu mesma gostei do livro não é mesmo (e foi há alguns bons anos atrás... mas não quero falar sobre isso porque começo a me sentir velha)?! Mas esses são a exceção.
Então, porque não deixar que os jovens (e até mesmo os adultos) leiam livros atuais, contemporâneos? Porque não deixá-los ler uma história de amor impossível, envolta numa névoa sobrenatual (afinal de contas o sobrenatural é o tema do momento) e passada na atualidade? Por que não deixar que eles leiam livros que irão gostar, que irão tragá-los para o universo da literatura?
Eu acho que o preconceito literário só piora a situação do leitores, que acabam aprendendo que nada vale ler um livro de banca, um romance "água com açúcar", um livro voltado para o público jovem, um policial... Aí vão tentar ler Victor Hugo e fim. Porque não tem maturidade suficiente para aquela leitura, não vão apreciá-la e vão pensar que todos os livros são chatos. E então partirão para o cinema, para a televisão, para o video-game...
Os benefícios de uma boa leitura podem ser alcançados indepentemente do tipo de livro que se está lendo. Aliás, é quase uma evolução natural que essas mesmas pessoas variem o "cardápio de leitura", passando a incluir alguns clássicos no meio de suas leituras habituais. E aí, já com uma maturidade literária maior, e sem a pesada mão da obrigação, a leitura poderá ser (ou não) apreciada da maneira que deve, sem traumas.
Você acha que estou exagerando? Pois vou contar outro caso verídico.
Conheci meu marido em 2004. Sabe quantos livros ele já tinha lido na vida (em 17 anos)? 1. Lucíola, de José de Alencar. Ele leu para poder fazer prova para o CTU (Colégio Técnico Universitário - um colégio federal aqui da cidade). Leu por obrigação e odiou. Desde então não lia mais nada, só lia um rápido resumo para as provas do colégio.
Depois que o conheci, apresentei a ele algumas obras que eu gostava. Hoje ele é um leitor ávido (tanto quanto o tempo o permite) e lê mais de 20 livros por ano, o que para um brasileiro, é muito, muito alto (e é uma média que eu considero muito boa para quem não é maníaco por livros como eu). Lê livros nacionais? Não. Ainda estou trabalhando nisso. Ele tem trauma de literatura nacional. E mesmo quando apresento livros incríveis que já tive a oportunidade de conhecer, ele ainda tem um pé atrás. Por quê? Porque uma pessoa insossa - de pedestal, certamente - achou que Lucíola, de José de Alencar, um livro sobre uma prostituta que vivia no Rio de Janeiro do final do século XIX, seria uma leitura apropriada para garotos (e garotas) de quinze anos, média, em pleno século XXI. Muitos dos quais não haviam lido um livro sequer em toda a sua vida.
Eu estou exagerando? Acho que não.
Mas não cabe a mim dizer, certo!?
Por isso, estou feliz que pretendo fazer essa faculdade agora, quando sei que, de maneira alguma, me tornarei uma pessoa de pedestal (será?! Não estou eu agora no alto de um pedestal falando de outros em seus pedestais? Mas terei cuidado para não ser seduzida por altares reluzentes), ou melhor, terei o cuidado de ser uma pessoa crítica e de não cair no erro do preconceito. A maturidade me fez bem. Quando tiver meus 30 anos, olharei para traz e verei a criança que sou hoje, aos 22. A maturidade sempre faz bem.



9 comentários:

  1. Nanie, eu sou formada em Letras. #medo
    rsrs

    Sei que você não se referiu a todas as pessoas, e sim as que são realmente elitistas.

    Então, sei que há pessoas assim mesmo, mas sabia que já vi pessoas formados em qualquer coisa que não fosse letras e se achando o escritor top?
    Que só o dele presta e os demais são lixos...

    Ultimamente ando mais quieta no meu canto, não apenas por estar trabalhando demais, mas por ver atitudes que me incomodam e querer logo fazer uma postagem revolucionária. rsrs

    Não acho que preconceito esteja em profissionais de determinadas áreas, Nanie. Penso que é caráter mesmo. Nunca esnobei ninguém por ter a minha formação, mas já vi pessoas que o fizeram e no fim não sabiam nem do que estavam falando.

    É complicado e triste, mas infelizmente algumas pessoas acreditam que são melhores que as outras. Aí sofremos quando vemos atitudes assim, né?

    Beijo

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  2. pois é, eu estou na faculdade de jornalismo e diferentemente de vc sei q isso é o que quero pra minha vida, mas eu tb aprendi a ver o mundo de uma forma diferente lá e é por isso que às vezes as pessoas me irritam (blogueiros tb)!Mas, tb sei q devemos ser tolerantes, né?
    Eu acho que os jovens devem ler os clássicos para conhecerem e respeitarem a nossa cultura, mas isso não deve ser imposto como é. Nós sabemos que nenhum jovem gosta de ter nada imposto, aí já complica as coisas. Bom, eu acho que qualquer tipo de leitura é válida, principalmente essas mais "populares" que todo mundo ama falar ma. Porque na verdade é esse tipo de leitura que faz o jovem se apaixonar pela literatura. Acho que falei demais, mas é uma coisa a qual já estava pensando e foi uma coincidência mt boa ler esse seu post.Bjooos!

    www.loucasporlivros.blogspot.com

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  3. Gostei muito do texto.

    Eu também não estou na profissão que era minha primeira opção. Sou bibliotecária e gosto, mas sempre quis fazer Letras (primeiro não passei no vestibular, depois passei e perdi a data da matrícula) e ainda pretendo voltar à faculdade para cursar.

    Entendi o que você quis dizer sobre o preconceito literário e concordo. Existem sim, pessoas (independente da formação) que, possuindo hábito de leitura e instrução, desdenham o que não é considerado como literatura superior.

    Eu sou a favor da diversificação, claro que todos temos preferências, mas acho que ler um pouco de cada coisa até para termos embasamento para fazer críticas do que não viermos a gostar.

    Também não acho que ser obrigatório ler Machado de Assis e José de Alencar no ensino fundamental ou médio ajude a criar o hábito de leitura. Além disso tudo que você citou, as pessoas acabam associando a leitura com obrigação e não com prazer.

    Beijos!

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  4. Nanie!

    Um dos melhores posts que você já escreveu, e concordo com tudo que você escreveu, sou quase da mesma forma que você, aqui na minha cidade existe muito desse "elitismo", e eu sofri mito com isso quando tranquei a faculdade de letras porque queria ser mãe antes de me formar? Penso: Qual é o problema de agirmos e pensarmos diferente? Quem somos nós seres humanos? A maturidade vem sim com o tempo e além de trazer conhecimento e experiência nos faz mais humildes.

    Continue agindo e pensando da sua maneira que é o primeiro passo para mais aprendizado, pois este é contínuo e não êfemero.

    Beijão amiga!

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  5. Bianca, eu realmente não quero dizer que apenas quem faz Letras é elitista... Eu acabei usando o curso de Letras como exemplo por causa do preconceito literário. Mas vejo no meu curso mesmo muitos professores (e até alunos) que são elitistas e preconceituosos... De maneira nenhuma quero dizer que todos são assim...
    Só queria dizer que o preconceito literário existe e que eu não quero ter esse tipo de preconceito. E também quis mostrar que não concordo com a atual metodologia de ensino de literatura nas escolas. Machado de Assis é um dos meus escritores favoritos, mas não é um bom primeiro escritor para alguém ler - é uma leitura pesada...
    Eu realmente não estou esnobando alguém por ter feito Letras... nem dizendo que este curso forma pessoas elitistas... Estou apenas afirmando que já vi muitos com preconceito literário e não queria que este preconceito me atingisse.
    Espero não tê-la ofendido >.<

    Juh, eu acho que todos devem ler os clássicos, mas não acho que eles sejam uma boa porta de entrada para a literatura. Porque para ser clássico, tem que ser velho. Irremediavelmente. Um livro que acabou de sair não pode ser clássico. E, para alguém que não está acostumado a ler, ler um livro "velho" de uma sociedade que essa pessoa não compreende completamente pode ser muito chato e desestimulante. Eu penso que com o tempo, as pessoas acabam lendo os clássicos por vontade própria, sem que nada tenha que ser imposto.

    Dri, fico muito feliz que tenha gostado do texto.

    Thaís, eu acho que a humildade realmente faz falta.

    Eu não quis dizer que sou madura, nem que sou melhor do que ninguém. Também não quis ofender os graduados, nem as pessoas que se formaram em Letras. Nunca quis dizer que um curso seja pior (ou melhor) do que outro. Apenas quis dizer que o preconceito literário existe sim (e é muito forte no ensino de Português, mesmo fora da faculdade, no Ensino Fundamental e Médio) e que hoje eu me acho mais madura para não me tornar uma pessoa preconceituosa. Peço desculpas se ofendi alguém - essa não foi minha intenção.

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  6. Oi Nanie.
    Que desabafo, hein?
    Eu te entendo, porque senti na pela essa coisa do preconceito literário. Mas na minha mente me questiono, e daí?
    Sério, eu posso até ficar meio chateada quando me deparo com ele, mas logo dou umas boas risadas ao relembrar a minha verdadeira razão para ler ou escrever.
    Eu amo o que faço e todo o resto é só a consequência disso. Algumas boas, outras nem tanto...
    Gostei muito do seu post e concordo contigo quando diz não ser ofensivo.
    Beijos

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  7. Tão elitista, que grande bons autores, em inicio de carreira, não tem nenhuma oportunidade!

    Confesso que sou um pouco chato para certas coisas, mas o meu blog tem me ajudado bastante a olhar para o lado e entender o que está ali!

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  8. Eu acho que você tem razão em preferir fazer o curso agora, com 17 anos eu achei super complicado escolher um curso e acabei entrando em qualquer um ... não me arrependo claro, o importante é viver a vida da melhor maneira possível, mas parece bem melhor escolher um pouco depois com outra cabeça, mas ainda sim vai de cada um, tem gente que sabe desde os 10 anos o que quer fazer.

    Preconceito ... elitismo ... acho muito irritante, no próprio skoob encontrei gente muito ignorante que acha que pode julgar toda a tua vida por meia dúzia de livro que tu leu, acho que gosto não se discute.

    As escolas deviam mesmo iniciar os leitores ... e tem que ser pelo inicio hahaha O cortiço não deve ser o 1º livro a ser lido, por que não começar como foi feito na minha casa - aos 6 anos turma da mônica, zé carioca, ... anos depois Pedro Bandeira, HP,...

    Ótimo post :)
    Bjusss

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  9. Eu acho curioso como muitas pessoas se fecham ao adquirir mais e mais conhecimento. Não deveria ser o contrário? Confesso que também tenho alguns preconceitos, mas estou aprendendo a lutar contra eles.

    O amor - seja por alguém, pela profissão ou pela leitura - é construído aos poucos. Minha mãe vive comentando que quando eu era pequena, pedia pra ela ler os nomes das ruas. Lembro-me de ficar fascinada pelas letras e números. Passei várias horas da minha infância na banca de revistas da minha tia lendo Turma da Mônica. Na adolescência, devorei a coleção vagalume. Depois vieram os livros técnicos, depois a Bíblia e hoje eu leio tudo isso e mais um monte de coisa que eu nem sabia que existia.

    Eu não gosto de aderir às modinhas e nem curto muito os livros sobrenaturais, mas se isso vai estimular os adolescentes a lerem, não deveríamos ficar gratos? Não deveríamos apresentar todas as possibilidades e deixar que escolham? No Ensino Médio eu li livros que odiei à época, mas que hoje morro de vontade de ler novamente. Espero que seu marido algum dia supere esse "trauma" com Lucíola e, principalmente, com a literatura brasileira. Fico feliz de ver como ele "evoluiu" de 1 livro em 17 anos pra 20 por ano.

    Beijos

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