Fazer um intercâmbio é o sonho de muito gente e pode ser uma das melhores coisas a se fazer, porque certamente o choque cultural faz com que a pessoa amadureça muito, independente de para onde decida ir.
O intercambista cresce não apenas profissionalmente (pode ter certeza que a experiência de morar fora irá fazer muita diferença em seu currículo), mas também pessoalmente. Ter que se virar sozinho, em outro país, não é nada fácil.
Por isso, decidi compartilhar algumas coisas sobre o meu intercâmbio aqui no blog. O intuito é só mesmo passar a minha experiência na hora de decidir os detalhes e talvez ajudar você a planejar o seu intercâmbio também.
(E, claro, quando eu estiver em terras estrangeiras, também espero compartilhar como as coisas se sairão por lá! Não vou esquecer do blog não, podem deixar.)
De cara, já falo para você que nem ao menos é preciso ter dinheiro para fazer um intercâmbio. Acha isso muito estranho? Não é não.
O governo brasileiro oferece aos estudantes universitários a oportunidade de fazer parte do seu curso em universidades em vários lugares do mundo, através do projeto Ciência sem Fronteiras. Não sei ao certo todos os detalhes do projeto, mas vale a pena dar uma olhada no site e pesquisar bastante e, quem sabe, você não consegue um intercâmbio financiado pelo governo? Com certeza é uma experiência bem bacana.
Dentre outras exigências, o estudante precisa estar matriculado em uma instituição de ensino superior em um dos cursos contemplados com o projeto, ter nacionalidade brasileira e ter obtido um número de pontos mínimos no ENEM (que deve ter sido feito após 2009).
Se você não preenche todos os requisitos, não precisa ficar triste e nem se desesperar, ainda existem outras duas opções para você A primeira delas é correr atrás de preencher os requisitos (faça o ENEM, comece uma faculdade, curse pelo menos 20% da faculdade aqui no Brasil) para depois se candidatar a uma bolsa.
E existem bolsas para pós-graduação e Mestrado também. Se interessou? Então corra atrás para se informar melhor.
A segunda opção é fazer o que eu fiz: construir a sua oportunidade.
É preciso pagar e não é barato ir para o exterior, ainda mais com a nossa moeda tão desvalorizada quanto está atualmente. Mas não se desespere antes da hora. Porque, mesmo com todas as dificuldades, é totalmente possível! Afinal de contas, eu vou! E se eu vou, qualquer um pode ir. E eu realmente estou falando sério. Ganho pouco mais de um salário mínimo mensalmente e economizei o dinheiro ao longo de alguns anos (não é fácil! Estou dizendo apenas que é possível).
Planejamento é a palavra-chave. Você pode pesquisar as opções, encaixá-las com seus objetivos e economizar por algum tempo para poder fazer o seu intercâmbio.
Claro que você pode juntar um dinheiro e depois decidir usar ele dessa forma (foi isso o que fiz), mas as coisas vão ficar muito mais bem encaixadas se você planejar com antecedência.
Decidiu que tem vontade de fazer um intercâmbio? Então é hora de se fazer algumas perguntas para descobrir qual é a melhor opção para você e planejar a sua viagem.
1) Qual o meu objetivo ao fazer o intercâmbio?
Essa é A pergunta nesse assunto. As outras irão te ajudar a encontrar a melhor opção, mas na verdade a pergunta que conta mesmo é esta.
Faça-se essa pergunta e a resposta será esclarecedora! E dependendo do seu objetivo você já irá conseguir responder às próximas questões com ainda mais facilidade.
A pergunta está aqui de graça, mas a resposta pode não ser tão fácil assim de obter e é para isso que estou escrevendo aqui...
O meu objetivo com o intercâmbio é crescer enquanto pessoa. Quero passar aperto lá fora, conhecer novas culturas, viajar pela Europa e também melhorar o meu inglês. É muita coisa para uma resposta só, mas é isso aí que eu desejo.
O mais importante para mim, porém, é a bagagem cultural que essa experiência irá me trazer. Desejo vivenciar os diferentes costumes do lugar para onde vou, conviver com pessoas cuja realidade é totalmente diferente da minha, visitar muitos museus e exposições. Portanto, a minha prioridade é o apelo cultural da cidade para onde vou.
No seu caso, pense muito bem antes de responder e coloque as suas respostas em ordem de prioridade, porque como eu você certamente irá esperar muitas coisas de seu intercâmbio. E isso, de forma alguma é um problema, pelo contrário! Esse é um tipo de experiência que deve mesmo ser aproveitado ao máximo.
O que você deseja? E dentre essas coisas quais são as suas prioridades?
Museus, galerias, cursos, festas, shows, moradia, viagens... Pense bastante, anote tudo, organize conforme suas prioridades. E não tenha medo porque não existe resposta errada. A sua resposta não precisa ser parecida com a minha (ouça o que os outros tenham a te dizer, mas leve em conta mesmo o que você deseja! Afinal de contas, você é quem irá aproveitar o intercâmbio e o que é legal para o outro pode ser uma coisa super chata - e, portanto, que não vale a pena - para você).
Essa é uma questão chave na hora de resolver o seu destino e os detalhes de seu intercâmbio.
2) Quanto tempo desejo ficar?
Essa é outra pergunta importante. Primeiro, porque vai influenciar no tipo de intercâmbio que você poderá fazer (um curso intensivo, por exemplo) e, segundo, porque também vai influenciar no quanto você terá que investir.
No meu caso, a resposta era: o maior tempo viável dentro das minhas possibilidades financeiras. Eu quero aproveitar ao máximo o meu intercâmbio e, por isso, nessa pergunta eu queria que ele fosse o mais longo possível.
Mas isso, talvez, pode não ser uma realidade para você. Há intercâmbios que duram apenas um mês ou dois, de forma que você pode aproveitar suas férias da faculdade e/ou trabalho e aprender outra língua, conhecer outra cultura, fazer uma viagem bacana e estar de volta à sua vida em um tempo relativamente curto.
Há intercâmbios de média duração - de três a seis meses - e há os intercâmbios mais longos, com duração de um ano.
Decida o que você quer! Não tente fazer como o seu amigo, porque o que foi legal para ele não necessariamente será o melhor para você. A minha dica é: pense no que você quer e vá atrás disso.
A minha resposta pode ser a sua, ou não. O importante é pensar bastante no que realmente irá casar com os seus objetivos.
3) Quero trabalhar?
Essa é outra pergunta muito importante, principalmente porque modifica toda a estrutura do intercâmbio de várias formas.
Para começar, nem todos os países aceitam que seus intercambistas trabalhem. Então, se você quer trabalhar, as suas opções de destino já começam limitadas.
Alguns pontos muito importantes para se ponderar antes de responder a essa pergunta:
a) Trabalhando você ganha algum dinheiro;
b) Provavelmente você só conseguirá trabalhar em subempregos;
c) Trabalhando você estará mais inserido na cultura local;
d) Dependendo do trabalho que conseguir, pode ser uma experiência maravilhosa para o currículo;
e) O trabalho irá diminuir o seu tempo de estudo;
f) O trabalho irá diminuir o seu tempo para viagens.
Pode parecer simples a um primeiro olhar que a resposta a essa pergunta é "Sim", mas analisando com bastante cuidado, a resposta não é tão trivial assim. Para começar, eu não indico o trabalho para quem vai fazer um intercâmbio de curta duração - o tempo já é curto e deve ser aproveitado para aprender o máximo possível da cultura.
Mas em intercâmbios mais longos, é realmente necessário trabalhar (a não ser que você seja realmente rico e possa se manter sem isso).
Outra opção que é muito bacana é o trabalho voluntário. Esse é mais simples de ser exercido em qualquer lugar, já que não é remunerado.
A beleza do trabalho voluntário é não apenas ajudar alguém e ganhar uma experiência na área onde se está trabalhando, mas também tem um contato mais ativo no lugar em que você está! E além disso, a carga horária costuma não ser muito pesada e, portanto, não trás os contras do trabalho remunerado consigo, embora traga alguns prós.
Vale pesquisar com afinco para saber exatamente quais países aceitam que o intercambista trabalhe (até porque esse tipo de coisa varia com o passar do tempo), mas dentre aqueles que aceitam estão Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Irlanda - todos os citados de língua inglesa.
4) Qual língua quero aprender?
Aqui é importante lembrar da primeira pergunta: "Qual o meu objetivo ao fazer um intercâmbio?".
Se dentre as suas respostas a essa pergunta não se encontra "aprender uma nova língua" ou "aprimorar minha fluência no idioma tal" então aqui a resposta é simplesmente "Nenhuma". E não se acanhe em responder com nenhuma. Essa pode não ser a sua prioridade (mas não quer dizer que você não possa aproveitar o intercâmbio para aprender uma língua nova mesmo assim! Afinal de contas, se você estiver em um país com língua estrangeira, de alguma forma terá que se comunicar - e nada melhor que aprender uma nova língua, certo?!) e vai deixá-lo mais livre para escolher qualquer país, já que não importa para você o idioma a ser aprendido.
Mas se você tem algum objetivo mais claro, com alguma língua em mente, isso faz com que o seu escopo de opções diminua, já que você terá que procurar intercâmbios para países que falem aquela língua.
Algumas coisas importantes a serem ditas:
a) Não importa para onde você vá, aprenda o idioma local;
b) Mesmo que você vá para um país de língua portuguesa, terá muita coisa a aprender sobre a língua falada por lá. Aproveite ao máximo essa oportunidade;
c) Por um lado, saber o idioma que você deseja aprender ou aperfeiçoar facilita a definição do seu intercâmbio;
d) Por outro lado, se você estiver aberto à qualquer língua, isso abre um leque maior de possibilidades.
Acho que já disse isso um milhão de vezes nesse post, mas como penso que é algo realmente importante, direi de novo: não existe resposta errada!
Não se acanhe em responder a todas as perguntas sinceramente. E com sinceramente eu quero dizer com aquilo que você realmente deseja e não de uma forma que será aprovada por outras pessoas.
5) Quanto posso investir?
Infelizmente, essa é outra questão muito importante.
O quanto você poderá investir irá influenciar não apenas no seu destino, mas também em quanto tempo você poderá ficar, se precisará trabalhar, em qual escola poderá estudar, qual tipo de acomodação poderá bancar.
Se você está fazendo tudo da maneira certa e está olhando o intercâmbio para planejar a viagem, o quanto irá investir irá influenciar o tempo que você levará para economizar o valor necessário para viagem e o quanto terá que poupar mensalmente. Então realmente é algo a se pensar com muita calma.
Se você tem uma poupança e quer usar para isso, aí a coisa fica ainda mais difícil, porque o dinheiro já está ali e você não tem mais para viajar (ou você pode decidir esperar mais um pouco e terminar de juntar a grana para ir para onde realmente deseja).
No final das contas, esse é um ponto chave no intercâmbio, já que você estará pagando as suas despesas e é preciso economizar.
Eu pesquisei horrores na hora de fechar um intercâmbio e uma das coisas mais difíceis de encontrar é o valor. Você não vai encontrar isso de bandeja na internet por um motivo bem simples: o valor varia demais de acordo com os detalhes da sua viagem.
a) destino;
b) escola;
c) acomodação;
d) quantia que irá levar por mês para se manter;
e) seguro viagem e seguro saúde;
f) custo de vida no país de destino;
g) cotação da moeda na época da viagem.
São muitas variáveis que influenciam de várias formas. Mas falando por alto, só para que você possa ter uma ideia, R$ 30 mil reais é o suficiente para fazer um intercâmbio de 6 meses na maioria dos países mais procurados (e dá até para gastar menos). Para juntar esse dinheiro no período de 3 anos, você precisa economizar R$ 830 reais por mês (um pouco menos, porque se colocar na poupança, o dinheiro irá render!).
Como eu disse, não é fácil, mas não é impossível.
E esse valor que eu coloquei é apenas uma base para que você tenha um horizonte. Pesquise muito - porque o seu intercâmbio pode sair muito mais barato (ainda mais se for um intercâmbio de menor duração) e, consequentemente, você terá que poupar menos por mês.
6) Fecho por agência ou corro atrás de tudo sozinho?
Para responder essa pergunta você deve levar duas coisas em conta:
a) Quanto posso investir em tempo;
b) Quanto posso investir em dinheiro.
Faça um balanço entre tempo e dinheiro para saber o que vale mais pena. A agência economiza (e muito!) o seu tempo, mas cobra (óbvio! A agência precisa ganhar algum dinheiro para sobreviver) um pouco a mais para fazer o serviço por você.
Se você não tem tempo para pesquisar tudo com muita calma ou se é uma pessoa mais insegura, então gaste um pouquinho a mais (a diferença, no final das contas, nem é tão grande) e feche com uma agência.
Se, por outro lado, sua mão não abre nem para fazer carinho no cachorro, aí é melhor você fechar tudo por conta própria mesmo - acaba economizando um pouquinho no dinheiro -, mas prepare-se para correr atrás das coisas e gastar muito tempo em pesquisas e negociações.
Eu sou pão dura mesmo e precisava economizar um pouco, então fechei tudo por conta própria. Mas já adianto que isso dá um trabalho bom e é preciso pesquisar bastante.
Prometo fazer outro post falando um pouquinho sobre os sites e páginas que me ajudaram muito na hora de fechar o meu intercâmbio (e irão te ajudar muito também, mesmo que você feche por uma agência).
Por último, quero dizer duas coisas muito importantes:
1) Não existe resposta errada.
Eu sei que já disse isso mil vezes durante esse post. Mas ao mesmo tempo sei também como frequentemente fazemos aquilo que agrada à sociedade (ou aos nossos pais, ou aos nossos amigos, ou ao nosso companheiro) ao invés de fazer aquilo que realmente queríamos.
Se você vai fazer um intercâmbio, provavelmente estará realizando um sonho.
Então, faça o que te agrada!
2) Não existe idade para intercâmbio!
Claro que se você for menor de 18 anos, há algumas pendências legais a serem ajustadas (mas que, de forma alguma irão impedi-lo de fazer a viagem. Você somente terá um pouco mais de trabalho).
E se você for já tiver mais de 1304 anos, existem algumas complicações pelo que ouvi dizer (mas as pessoas costumam falar demais! Aposto que você também só terá um pouco mais de trabalho, mas conseguirá viajar mesmo assim).
Mas fora isso?! Se jogue e seja feliz!
Espero ter ajudado de alguma forma! E, mais do que isso, espero ter deixado todo mundo que leu esse post com água na boca e uma vontade gigantesca de fazer um intercâmbio também. Porque eu nem saí do Brasil ainda e já estou achando a experiência tão deliciosa que gostaria que todo mundo passasse por isso.
(Também espero não ter soado pedante... isso tudo que estou dizendo é o que aprendi na marra enquanto fechava o meu pacote de intercâmbio. A intenção aqui é só ajudar.)
O intercambista cresce não apenas profissionalmente (pode ter certeza que a experiência de morar fora irá fazer muita diferença em seu currículo), mas também pessoalmente. Ter que se virar sozinho, em outro país, não é nada fácil.
Por isso, decidi compartilhar algumas coisas sobre o meu intercâmbio aqui no blog. O intuito é só mesmo passar a minha experiência na hora de decidir os detalhes e talvez ajudar você a planejar o seu intercâmbio também.
(E, claro, quando eu estiver em terras estrangeiras, também espero compartilhar como as coisas se sairão por lá! Não vou esquecer do blog não, podem deixar.)
De cara, já falo para você que nem ao menos é preciso ter dinheiro para fazer um intercâmbio. Acha isso muito estranho? Não é não.
O governo brasileiro oferece aos estudantes universitários a oportunidade de fazer parte do seu curso em universidades em vários lugares do mundo, através do projeto Ciência sem Fronteiras. Não sei ao certo todos os detalhes do projeto, mas vale a pena dar uma olhada no site e pesquisar bastante e, quem sabe, você não consegue um intercâmbio financiado pelo governo? Com certeza é uma experiência bem bacana.
Dentre outras exigências, o estudante precisa estar matriculado em uma instituição de ensino superior em um dos cursos contemplados com o projeto, ter nacionalidade brasileira e ter obtido um número de pontos mínimos no ENEM (que deve ter sido feito após 2009).
Se você não preenche todos os requisitos, não precisa ficar triste e nem se desesperar, ainda existem outras duas opções para você A primeira delas é correr atrás de preencher os requisitos (faça o ENEM, comece uma faculdade, curse pelo menos 20% da faculdade aqui no Brasil) para depois se candidatar a uma bolsa.
E existem bolsas para pós-graduação e Mestrado também. Se interessou? Então corra atrás para se informar melhor.
A segunda opção é fazer o que eu fiz: construir a sua oportunidade.
É preciso pagar e não é barato ir para o exterior, ainda mais com a nossa moeda tão desvalorizada quanto está atualmente. Mas não se desespere antes da hora. Porque, mesmo com todas as dificuldades, é totalmente possível! Afinal de contas, eu vou! E se eu vou, qualquer um pode ir. E eu realmente estou falando sério. Ganho pouco mais de um salário mínimo mensalmente e economizei o dinheiro ao longo de alguns anos (não é fácil! Estou dizendo apenas que é possível).
Planejamento é a palavra-chave. Você pode pesquisar as opções, encaixá-las com seus objetivos e economizar por algum tempo para poder fazer o seu intercâmbio.
Claro que você pode juntar um dinheiro e depois decidir usar ele dessa forma (foi isso o que fiz), mas as coisas vão ficar muito mais bem encaixadas se você planejar com antecedência.
Decidiu que tem vontade de fazer um intercâmbio? Então é hora de se fazer algumas perguntas para descobrir qual é a melhor opção para você e planejar a sua viagem.
1) Qual o meu objetivo ao fazer o intercâmbio?
Essa é A pergunta nesse assunto. As outras irão te ajudar a encontrar a melhor opção, mas na verdade a pergunta que conta mesmo é esta.
Faça-se essa pergunta e a resposta será esclarecedora! E dependendo do seu objetivo você já irá conseguir responder às próximas questões com ainda mais facilidade.
A pergunta está aqui de graça, mas a resposta pode não ser tão fácil assim de obter e é para isso que estou escrevendo aqui...
O meu objetivo com o intercâmbio é crescer enquanto pessoa. Quero passar aperto lá fora, conhecer novas culturas, viajar pela Europa e também melhorar o meu inglês. É muita coisa para uma resposta só, mas é isso aí que eu desejo.
O mais importante para mim, porém, é a bagagem cultural que essa experiência irá me trazer. Desejo vivenciar os diferentes costumes do lugar para onde vou, conviver com pessoas cuja realidade é totalmente diferente da minha, visitar muitos museus e exposições. Portanto, a minha prioridade é o apelo cultural da cidade para onde vou.
No seu caso, pense muito bem antes de responder e coloque as suas respostas em ordem de prioridade, porque como eu você certamente irá esperar muitas coisas de seu intercâmbio. E isso, de forma alguma é um problema, pelo contrário! Esse é um tipo de experiência que deve mesmo ser aproveitado ao máximo.
O que você deseja? E dentre essas coisas quais são as suas prioridades?
Museus, galerias, cursos, festas, shows, moradia, viagens... Pense bastante, anote tudo, organize conforme suas prioridades. E não tenha medo porque não existe resposta errada. A sua resposta não precisa ser parecida com a minha (ouça o que os outros tenham a te dizer, mas leve em conta mesmo o que você deseja! Afinal de contas, você é quem irá aproveitar o intercâmbio e o que é legal para o outro pode ser uma coisa super chata - e, portanto, que não vale a pena - para você).
Essa é uma questão chave na hora de resolver o seu destino e os detalhes de seu intercâmbio.
2) Quanto tempo desejo ficar?
Essa é outra pergunta importante. Primeiro, porque vai influenciar no tipo de intercâmbio que você poderá fazer (um curso intensivo, por exemplo) e, segundo, porque também vai influenciar no quanto você terá que investir.
No meu caso, a resposta era: o maior tempo viável dentro das minhas possibilidades financeiras. Eu quero aproveitar ao máximo o meu intercâmbio e, por isso, nessa pergunta eu queria que ele fosse o mais longo possível.
Mas isso, talvez, pode não ser uma realidade para você. Há intercâmbios que duram apenas um mês ou dois, de forma que você pode aproveitar suas férias da faculdade e/ou trabalho e aprender outra língua, conhecer outra cultura, fazer uma viagem bacana e estar de volta à sua vida em um tempo relativamente curto.
Há intercâmbios de média duração - de três a seis meses - e há os intercâmbios mais longos, com duração de um ano.
Decida o que você quer! Não tente fazer como o seu amigo, porque o que foi legal para ele não necessariamente será o melhor para você. A minha dica é: pense no que você quer e vá atrás disso.
A minha resposta pode ser a sua, ou não. O importante é pensar bastante no que realmente irá casar com os seus objetivos.
3) Quero trabalhar?
Essa é outra pergunta muito importante, principalmente porque modifica toda a estrutura do intercâmbio de várias formas.
Para começar, nem todos os países aceitam que seus intercambistas trabalhem. Então, se você quer trabalhar, as suas opções de destino já começam limitadas.
Alguns pontos muito importantes para se ponderar antes de responder a essa pergunta:
a) Trabalhando você ganha algum dinheiro;
b) Provavelmente você só conseguirá trabalhar em subempregos;
c) Trabalhando você estará mais inserido na cultura local;
d) Dependendo do trabalho que conseguir, pode ser uma experiência maravilhosa para o currículo;
e) O trabalho irá diminuir o seu tempo de estudo;
f) O trabalho irá diminuir o seu tempo para viagens.
Pode parecer simples a um primeiro olhar que a resposta a essa pergunta é "Sim", mas analisando com bastante cuidado, a resposta não é tão trivial assim. Para começar, eu não indico o trabalho para quem vai fazer um intercâmbio de curta duração - o tempo já é curto e deve ser aproveitado para aprender o máximo possível da cultura.
Mas em intercâmbios mais longos, é realmente necessário trabalhar (a não ser que você seja realmente rico e possa se manter sem isso).
Outra opção que é muito bacana é o trabalho voluntário. Esse é mais simples de ser exercido em qualquer lugar, já que não é remunerado.
A beleza do trabalho voluntário é não apenas ajudar alguém e ganhar uma experiência na área onde se está trabalhando, mas também tem um contato mais ativo no lugar em que você está! E além disso, a carga horária costuma não ser muito pesada e, portanto, não trás os contras do trabalho remunerado consigo, embora traga alguns prós.
Vale pesquisar com afinco para saber exatamente quais países aceitam que o intercambista trabalhe (até porque esse tipo de coisa varia com o passar do tempo), mas dentre aqueles que aceitam estão Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Irlanda - todos os citados de língua inglesa.
4) Qual língua quero aprender?
Aqui é importante lembrar da primeira pergunta: "Qual o meu objetivo ao fazer um intercâmbio?".
Se dentre as suas respostas a essa pergunta não se encontra "aprender uma nova língua" ou "aprimorar minha fluência no idioma tal" então aqui a resposta é simplesmente "Nenhuma". E não se acanhe em responder com nenhuma. Essa pode não ser a sua prioridade (mas não quer dizer que você não possa aproveitar o intercâmbio para aprender uma língua nova mesmo assim! Afinal de contas, se você estiver em um país com língua estrangeira, de alguma forma terá que se comunicar - e nada melhor que aprender uma nova língua, certo?!) e vai deixá-lo mais livre para escolher qualquer país, já que não importa para você o idioma a ser aprendido.
Mas se você tem algum objetivo mais claro, com alguma língua em mente, isso faz com que o seu escopo de opções diminua, já que você terá que procurar intercâmbios para países que falem aquela língua.
Algumas coisas importantes a serem ditas:
a) Não importa para onde você vá, aprenda o idioma local;
b) Mesmo que você vá para um país de língua portuguesa, terá muita coisa a aprender sobre a língua falada por lá. Aproveite ao máximo essa oportunidade;
c) Por um lado, saber o idioma que você deseja aprender ou aperfeiçoar facilita a definição do seu intercâmbio;
d) Por outro lado, se você estiver aberto à qualquer língua, isso abre um leque maior de possibilidades.
Acho que já disse isso um milhão de vezes nesse post, mas como penso que é algo realmente importante, direi de novo: não existe resposta errada!
Não se acanhe em responder a todas as perguntas sinceramente. E com sinceramente eu quero dizer com aquilo que você realmente deseja e não de uma forma que será aprovada por outras pessoas.
5) Quanto posso investir?
Infelizmente, essa é outra questão muito importante.
O quanto você poderá investir irá influenciar não apenas no seu destino, mas também em quanto tempo você poderá ficar, se precisará trabalhar, em qual escola poderá estudar, qual tipo de acomodação poderá bancar.
Se você está fazendo tudo da maneira certa e está olhando o intercâmbio para planejar a viagem, o quanto irá investir irá influenciar o tempo que você levará para economizar o valor necessário para viagem e o quanto terá que poupar mensalmente. Então realmente é algo a se pensar com muita calma.
Se você tem uma poupança e quer usar para isso, aí a coisa fica ainda mais difícil, porque o dinheiro já está ali e você não tem mais para viajar (ou você pode decidir esperar mais um pouco e terminar de juntar a grana para ir para onde realmente deseja).
No final das contas, esse é um ponto chave no intercâmbio, já que você estará pagando as suas despesas e é preciso economizar.
Eu pesquisei horrores na hora de fechar um intercâmbio e uma das coisas mais difíceis de encontrar é o valor. Você não vai encontrar isso de bandeja na internet por um motivo bem simples: o valor varia demais de acordo com os detalhes da sua viagem.
a) destino;
b) escola;
c) acomodação;
d) quantia que irá levar por mês para se manter;
e) seguro viagem e seguro saúde;
f) custo de vida no país de destino;
g) cotação da moeda na época da viagem.
São muitas variáveis que influenciam de várias formas. Mas falando por alto, só para que você possa ter uma ideia, R$ 30 mil reais é o suficiente para fazer um intercâmbio de 6 meses na maioria dos países mais procurados (e dá até para gastar menos). Para juntar esse dinheiro no período de 3 anos, você precisa economizar R$ 830 reais por mês (um pouco menos, porque se colocar na poupança, o dinheiro irá render!).
Como eu disse, não é fácil, mas não é impossível.
E esse valor que eu coloquei é apenas uma base para que você tenha um horizonte. Pesquise muito - porque o seu intercâmbio pode sair muito mais barato (ainda mais se for um intercâmbio de menor duração) e, consequentemente, você terá que poupar menos por mês.
6) Fecho por agência ou corro atrás de tudo sozinho?
Para responder essa pergunta você deve levar duas coisas em conta:
a) Quanto posso investir em tempo;
b) Quanto posso investir em dinheiro.
Faça um balanço entre tempo e dinheiro para saber o que vale mais pena. A agência economiza (e muito!) o seu tempo, mas cobra (óbvio! A agência precisa ganhar algum dinheiro para sobreviver) um pouco a mais para fazer o serviço por você.
Se você não tem tempo para pesquisar tudo com muita calma ou se é uma pessoa mais insegura, então gaste um pouquinho a mais (a diferença, no final das contas, nem é tão grande) e feche com uma agência.
Se, por outro lado, sua mão não abre nem para fazer carinho no cachorro, aí é melhor você fechar tudo por conta própria mesmo - acaba economizando um pouquinho no dinheiro -, mas prepare-se para correr atrás das coisas e gastar muito tempo em pesquisas e negociações.
Eu sou pão dura mesmo e precisava economizar um pouco, então fechei tudo por conta própria. Mas já adianto que isso dá um trabalho bom e é preciso pesquisar bastante.
Prometo fazer outro post falando um pouquinho sobre os sites e páginas que me ajudaram muito na hora de fechar o meu intercâmbio (e irão te ajudar muito também, mesmo que você feche por uma agência).
Por último, quero dizer duas coisas muito importantes:
1) Não existe resposta errada.
Eu sei que já disse isso mil vezes durante esse post. Mas ao mesmo tempo sei também como frequentemente fazemos aquilo que agrada à sociedade (ou aos nossos pais, ou aos nossos amigos, ou ao nosso companheiro) ao invés de fazer aquilo que realmente queríamos.
Se você vai fazer um intercâmbio, provavelmente estará realizando um sonho.
Então, faça o que te agrada!
2) Não existe idade para intercâmbio!
Claro que se você for menor de 18 anos, há algumas pendências legais a serem ajustadas (mas que, de forma alguma irão impedi-lo de fazer a viagem. Você somente terá um pouco mais de trabalho).
E se você for já tiver mais de 1304 anos, existem algumas complicações pelo que ouvi dizer (mas as pessoas costumam falar demais! Aposto que você também só terá um pouco mais de trabalho, mas conseguirá viajar mesmo assim).
Mas fora isso?! Se jogue e seja feliz!
Espero ter ajudado de alguma forma! E, mais do que isso, espero ter deixado todo mundo que leu esse post com água na boca e uma vontade gigantesca de fazer um intercâmbio também. Porque eu nem saí do Brasil ainda e já estou achando a experiência tão deliciosa que gostaria que todo mundo passasse por isso.
(Também espero não ter soado pedante... isso tudo que estou dizendo é o que aprendi na marra enquanto fechava o meu pacote de intercâmbio. A intenção aqui é só ajudar.)
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