sábado, 9 de novembro de 2013

A Fúria dos Reis, de George R.R. Martin

A Fúria dos Reis, de George R.R. Martin
LeYa - 624 páginas
Magistral, delicioso, épico e impossível de largar!




Título: A Fúria dos Reis
Título Original: A Clash of Kings
Autor: George R.R. Martin
Tradutor: Jorge Candeias
Editora: LeYa
ISBN: 978-85-8044-027-0
Ano da Edição: 2011
Ano Original de Lançamento: 1998
Nº de Páginas: 624
Série: As Crônicas de Gelo e Fogo - Livro 2
Outros livros da série:
     - A Guerra dos Tronos
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Excelente!


Ah, se arrependimento matasse! Acho que já teria morrido mil vezes (se isso fosse possível, claro).
No caso desse livro, não teria morrido por ter encarado as suas mais seiscentas páginas. Não por isso, já que vale cada letrinha lida! Mas justamente por não ter feito isso antes.
O primeiro livro da série escrita por George R.R. Martin ficou parado em minha estante por mais de dois anos antes que eu, enfim, tomasse coragem para lê-lo. E, confesso, fui motivada pelos leitores do blog, que escolheram o livro para que eu lesse. Sem escolha, abri as páginas e me encantei.
Por que demorei tanto? Por um temor absurdo de que a história fosse enfadonha! De onde eu tirei isso? Não poderia estar mais errada...

Devorei o primeiro livro com ardor. Ansiando cada novo capítulo, me deleitando na narrativa eloquente e extremamente envolvente do autor.
George Martin narra com maestria. E isso não é diferente no segundo livro. Em A Fúria dos Reis, o autor retoma a história exatamente de onde a primeira terminou.
Todavia, o segundo livro tem um encanto que o primeiro não tem: o leitor já está ambientado ao mundo criado pelo autor. Já conhece os lugares, os personagens, já torce por uns e detesta outros. Acompanhar, portanto, esse segundo livro é ainda mais fascinante do que foi acompanhar o primeiro.

Não quero (e não vou) entrar em detalhes sobre o enredo. Quem ainda não leu nada dessa série, está perdendo uma das melhores histórias de fantasia que já li (não a melhor, mas está definitivamente dentre as melhores), recheada de disputas, intrigas, traições, combates e maquinações políticas. O autor montou uma história muito bem encaixada e super bem detalhada, que não irá desagradar a nenhum tipo de leitor. Então, se ainda não leu a série, está perdendo tempo. E um tempo precioso (ah, o arrependimento de não ter começado a ler essa série antes...)!
Por outro lado, se já leu a série, sabe muito bem o que esperar. Martin não perdeu o fio da meada nesse segundo livro, muito pelo contrário, conseguiu deixar a história inda mais interessante do que ela já havia estado no primeiro livro (que é incrivelmente delicioso).

Novamente, a narrativa é dividida em vários capítulos narrados sob a perspectiva de diferentes personagens. Não há uma ordem definida sobre quem irá narrar o próximo capítulo e isto é uma das coisas mais gostosas durante a leitura.
Em vários momentos, estava super empolgada com algum acontecimento, super curiosa para saber o que viria a seguir, mas o autor decidiu colocar um final no capítulo (e, mais uma vez, palmas para o Martin! Cada capítulo desse segundo livro é finalizado de forma esplêndida! Sabe aquele tipo de fim que não te deixa parar por ali? Exatamente assim) e começar a contar outra ponta da história. Não preciso dizer que isso deixa o leitor furioso, curioso e extremamente satisfeito, ansiando para que tal ponto da história não demore a ser desvendado.

E as reviravoltas? Não me lembro de ter lido tantas reviravoltas no primeiro volume (talvez eu só não as tenha percebido), mas me deliciei com as que encontrei nesse segundo volume.
Me surpreendi com alguns acontecimentos... tanto que tive que ler certos capítulos duas vezes para poder entender (e acreditar) o que estava realmente sendo narrado.

Não espere compaixão do autor - ele não se envolve com seus personagens tanto quanto nós nos envolvemos.
Se você não mora em um caverna no meio do nada sem acesso à internet ou outros meios de comunicação (e já que você está lendo essa resenha imagino que não seja esse o seu caso), certamente já ouviu milhares de fãs do autor dizendo que adorariam dar uns tabefes nele por sua insensibilidade. É unânime... terminei o primeiro livro com essa sensação... e o segundo também.
O autor não poupa ninguém em seu mundo de crueldades e guerras.

Recentemente, comecei a assistir à adaptação televisiva da série feita pela HBO. Ainda estou em meados da primeira temporada (e não pretendo assistir à segunda enquanto não tiver lido o terceiro livro! É sempre bom estar um passo à frente!) e estou amando o que fizeram.
Não, nem tudo está perfeito... algumas coisas que eu só percebi nesse segundo livro já ficam claras na série (além disso, vou pegando alguns detalhes que eu deixei passar no primeiro livro. Adivinhem quem já está querendo reler a série sendo que ainda nem leu todos os livros que já saíram?!) e em alguns momentos de maneiras que me desagradam. Mas, de forma geral, a adaptação ficou extremamente bem feita e eu estou curtindo muito acompanhar. Uma delícia ir vendo o seriado e lendo o livro ao mesmo tempo... agora preciso logo do terceiro para que isso não pare!

Assim como no primeiro volume, a edição da LeYa está muito boa, exceto por um detalhe.
Primeiro, as coisas boas! A identidade visual criada pela editora brasileira para a série me agrada muito. As capas têm um tom sombrio e forte que aguçam a minha vontade de ler os livros. Além disso, a tradução e a revisão feitas estão de parabéns - um trabalho muito bem feito e quase impecável!
O que me desagrada mesmo é a diagramação. Não pela parte gráfica em si, que está bem bacana, mas pelos tamanhos da fonte e da margem. A margem do livro é muito pequena e a fonte minúscula. Entendo que essa foi uma maneira de tentar baratear o produto final, mas torna a leitura um pouco cansativa (especialmente ao ser feita em meios de transporte). Uma fonte um pouco maior, com um espaçamento entre linhas mais generoso, e margens mais afastadas deixariam a leitura do livro mais agradável.

Mas isso é só um detalhe... No final das contas, estou apaixonada pelo mundo criado por George R.R. Martin.
A narrativa do autor, conforme já disse, é magnífica. O enredo desenvolvido por ele é extremamente complexo, super bem conectado e completamente envolvente. E os personagens?! Ah, eis aqui o grande diferencial desse livro.

O que realmente me encanta n'As Crônicas de Gelo e Fogo são os personagens. Tenho os meus favoritos (Arya, Jon e Tyrion), mas confesso que gosto de odiar até mesmo aqueles que não me agradam, tão bem delineados eles são.
Para começar, são personagens com toda uma bagagem de passado, temores e ambições que os tornam tão humanos quanto poderiam ser. Talvez até mais humanos do que algumas pessoas de carne e osso que conheço...

A forma como tais personagens se portam é outra coisa que me agrada sobremaneira.
Primeiro, a ausência de um maniqueísmo na história os faz intrigantes e surpreendentes! Não há uma clara divisão entre bem e mal na obra de Martin - estão todos querendo fazer o seu próprio bem, segundo seus próprios princípios e vontades. E isso faz com que adivinhar os passos dos personagens seja um jogo divertido e complexo - quanto mais lemos, mais vamos conhecendo os protagonistas e sabendo melhor para onde eles tendem a ir. Porém, eles não seguem uma diretriz óbvia e acabam nos surpreendendo (e muito!) com suas escolhas. Isso é simplesmente delicioso.

Segundo, apesar de narrar um mundo machista, com ideias pautados numa sociedade patriarcal e controlada por homens de poder, as mulheres de Martin têm personalidades surpreendentes!
Existem aquelas que são mais tradicionais, frágeis e apaixonadas, sem muitas ambições exceto a de se apaixonar e ter filhos (quem já leu o primeiro livro sabe exatamente de qual personagem falo aqui! Uma que não me agrada muito, mas que penso que irá me surpreender enormemente no futuro dessa história), mas ao mesmo tempo somos brindados com mulheres de personalidade forte e vontades ainda mais preponderantes. Mulheres guerreiras, que sabem o que querem; mulheres inteligentes, que sabem buscar o que desejam; mulheres manipuladoras, que sabem do que são capazes... Em um mundo de homens, as mulheres de Martin mostram que são seres humanos com muita vontade e capacidade.
Isso me deleita mais do que qualquer outra coisa que o autor tenha feito em seu livro.

Preciso falar mais alguma coisa?
Intrigas políticas;
batalhas épicas;
aventuras;
paisagens deslumbrantes;
viagens decisivas;
desdobramentos inesperados...
O segundo livro d'As Crônicas de Gelo e Fogo está recheado com tudo isso e ainda mais. O leitor não perde por ler o segundo livro e certamente, como eu, ficará ansioso pelo terceiro.


Nota: 

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