Escola: Os Piores Anos da Minha Vida, de James Patterson e Chris Tebbetts

Escola: Os Piores Anos da Minha Vida, de James Patterson e Chris Tebbets
Arqueiro - 288 páginas
Uma história divertida sobre a maluca ideia de um garoto para tornar o sexto ano menos insuportável.

Título: Escola:  Os Piores Anos da Minha Vida
Título Original: Middle School: The Worst Years of My Life
Autores: James Patterson e Chris Tebbetts
Ilustradora: Laura Park
Tradutora: Ana Ban
Editora: Arqueiro
ISBN: 978-85-8041-122-5
Ano da Edição: 2013
Ano Original de Lançamento: 2011
Nº de Páginas: 288
Série: Escola - Vol. 1
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Sinopse:
Ano novo, escola nova.
Rafa Khatchadorian não apenas terá que enfrentar o Ensino Fundamental, como também terá que cursar a sexta série em uma escola NOVA.
Logo no primeiro dia ele já vê que o ano não é muito promissor, haja visto os discursos super chatos que ele foi obrigado a escutar.

Portanto, ele precisava de alguma coisa para tornar o sexto ano suportável.
A ideia capaz de salvar o mundo não demorou a aparecer. Quando cada aluno recebe o intragável código de conduta da escola, o menino tem uma ideia perfeita: quebrar TODAS as regras!
Assim começa a operação R.A.F.A.


O que eu achei do livro:
Quem diria, né?! James Patterson escrevendo um infanto-juvenil como esse. É importante ressaltar, entretanto, que ele não escreveu o livro sozinho.
Talvez você não tenha se dado conta, mas após o nome do famoso autor tem outro meio espremidinho do coautor dessa história: Chris Tebbetts. Além disso, uma parte super importante da trama são as ilustrações de Laura Park, cujo nome nem aparece na capa.
Sim, eu acho extremamente injusto o nome do James Patterson aparecer tão grande e os dos demais ficar assim tão apagado - poxa, eles foram fundamentais para o livro acontecer também, né?!
Não que eu esteja culpando o autor por isso - a escolha provavelmente foi da editora (a editora americana, porque o livro é assim lá também) por causa do peso do nome de Patterson -, mas ainda assim eu acho feio.

E já que falei da ilustradora, vou comentar das imagens do livro.
Grande parte da história é narrada através dos divertidos desenhos de Leo Caladão, o melhor amigo de Rafa. Aliás, para mim esse é o ponto alto do livro. As imagens são muito bem feitas e dão um toque bem legal à trama, deixando o livro mais gostoso de ler.
Por outro lado, essa coisa de usar o desenho no meio da história aliado ao fato de que é um livro escrito por um menino que não é exatamente popular e está começando o ano letivo em uma nova escola me lembrou demais de Diário de um Banana (só vi o filme, ainda não tive oportunidade de ler o livro, infelizmente) e isso certamente tirou um pouco do brilho da história.

A narrativa do livro é bem simples e muito divertida de acompanhar. Rafa é um protagonista muito engraçado e conta a sua história em primeira pessoa, o que é capaz de fazer com que o leitor se sinta ainda mais próximo.
Os capítulos são bem curtos, o que também ajuda na fluidez da leitura.

Entretanto, há um grande porém. A história é legal, divertida, mas vazia.
Os autores tentaram colocar assuntos bem interessantes como plano de fundo da trama (como bullying, por exemplo), mas na minha opinião eles foram muito mal explorados.

Tudo bem, eu sei que o livro é um infanto-juvenil e não tenho a menor dúvida que irá agradar (e muito, por sinal) as crianças de nove a doze anos, principalmente aos meninos.
Mas como alguém que é fã de livros voltados para essa faixa etária (mesmo já tendo passado uns três ou quatro anos da idade do público alvo) sei que posso esperar coisas melhores desses livros, histórias mais profundas e que transmitam ao leitor alguma mensagem bacana (não que isso seja um pré-requisito).
É uma leitura legalzinha, mas que deixou de aproveitar pontos fundamentais da história, deixando-a até mesmo meio boba.

Outra coisa que me incomodou foram os adultos indulgentes.
Não entrarei em detalhes para não contar demais da trama, mas os adultos do livro em diversos momentos pegaram leve demais com o Rafa.
Se eu fosse mãe, não iria querer passar esse tipo de exemplo para os meus filhos.
Não me entenda mal, eu adoro histórias infanto-juvenis que deixam claro o quanto as crianças podem ser mais espertas do que os adultos e o quanto esses últimos podem agir de forma autoritária e injusta. Não foi isso que vi nesse livro - foram adultos que não souberam controlar uma criança como ela precisa ser controlada para que reconheça os limites. Ainda bem que o Rafa, no fundo, é um garoto legal e não vai virar um adulto estragado.

Não é que o livro seja ruim, mas é que havia muito mais para ser usado e aproveitado nessa história e senti muita falta disso. O que salva a leitura é que o Rafa é um garoto bem engraçado e as ilustrações são uma delícia.


P.S.: Achei estranha a escolha por sexta série no livro. Não tenho o original em inglês para comparar, o que é uma pena.
Mas é fato que ele está começando o equivalente ao Ensino Fundamental, que aqui no Brasil começa na 5ª série (6º ano) e, assim sendo, ficou estranho colocar sexta série no livro.

EDITADO: Não é sexta série: é sexto ano! Eu que me confundi e o livro só usou a nomeclatura que ainda é estranha para mim. Leitor da resenha que me corrigiu, agradeço a correção (o comentário para correção foi feito via Skoob)!


P.P.S.:  Outra coisa que achei estranho foi a escolha do nome "Escola". Poderia ter escolhido "Fundamental: Os Piores Anos da Minha Vida" - porque "Escola" é generalista demais e foge ao título original. Ao menos, na minha opinião.


P.P.P.S.: O livro é parte de uma série. A série já tem dois livros publicados e o terceiro está previsto para esse ano. Apesar de não ter gostado muito do primeiro, espero que ele tenha sido apenas uma introdução e que os demais consigam explorar  melhor os demais temas que ficam só como um plano de fundo dessa história. Portanto, eu não pretendo desistir da série. Ao menos, AINDA não.


Nota: