Filme: Edward Mãos de Tesoura

Um conto de fadas moderno!

Edward Mãos de Tesoura (Edward Scissorhands), 1990
105 min
Direção de Tim Burton
Roteiro de Tim Burton, Caroline Thompson
Com Johnny Depp, Winona Ryder, Dianne Wiest
Informações extras no site do IMDB

Peg é uma vendedora Avon e acha que sua missão é levar os maravilhosos cosméticos que vende a todas as casas da região que atende. Inclusive àquela no alto da colina que parece desabitada.
Quando ela chega lá, encontra Edward - um sujeito que tem tesouras no lugar das mãos. E não tem dúvidas quando resolve levá-lo para a sua própria casa.

A história do filme é baseada na história do diretor-roteirista Tim Burton. Não que ele seja um projeto, ele é humano (ou menos, diz ser); nem que ele tenha mãos de tesoura (embora o cérebro certamente não possa ser normal, com tanta criatividade vindo dele); nem tampouco que ele seja tão pálido (não, peraí... pálido ele é); ok, isso pouco importa (no final das contas ele só se baseou em alguns detalhes de sua infância). O fato é que ele criou um dos filmes mais bacanas que já vi na minha vida!

Edward não é humano, é um invenção que não pôde ser terminada. E após a morte de seu criador, passou muito tempo sozinho e não tem muita noção do que é certo e do que é errado. É maravilhoso ver isso transparecer no encontro de Edward com os demais personagens do filme.
Ele é ingênuo, verdadeiro e tem medo das outras pessoas. Medo de errar. Tem um coração bom e rapidamente se apaixona - o que é uma gracinha.

O visual um tanto dark do filme, característico de Tim Burton, é um dos pontos que mais gosto. E no caso dessa obra, ele é acompanhado por uma explosão de cores - que está presente nos demais personagens.
Como assim, né?!
Edward é pálido, sombrio, dá medo. E assim também é a casa onde ele morava até Peg encontrá-lo. Todavia, a vizinhança para onde Peg o leva é colorida - cada casa tem uma cor, cada carro nas garagens tem outra cor; as pessoas se vestem com extravagância e exageram no colorido. Esse contraste entre todo mundo e Edward só faz com que a diferença do protagonista fique ainda mais visível.
O diretor trabalha essa diferença de uma forma sutil e incrível - Edward não se encaixa em momento algum.

Gosto muito da maneira como ele trabalhou a reação das pessoas ao diferente. As pessoas podem ser muito cruéis e injustas e isso transparece no filme.

Não preciso dizer que a direção está magnífica, né?! Tim Burton é um diretor excelente - o meu favorito na atualidade - e não errou a mão nesse filme. Mas também foi aparado por um elenco maravilhoso, que mandou super bem nas atuações (o que não é tão difícil com um roteiro tão bacana, né?!). Quero chamar a atenção em especial para a atuação de Dianne Wiest, que está maravilhosa como a Peg e para Johnny Depp que transformou o personagem Edward! O ator se doou tanto ao personagem que estudou o cinema mudo para conseguir fazer Edward - que fala apenas 169 palavras durante o filme inteiro (mesmo sendo o protagonista e tendo tantas cenas!).

A trilha sonora do filme é excelente e o responsável é meu queridíssimo e adorado Danny Elfman. Sim, eu presto muita atenção às músicas dos filmes - porque acho que elas são essenciais! E Danny Elfman sempre manda bem.

Aliás, segundo o IMDB eu não sou a única a ter nesse filme um queridinho! Ele é o preferido de Tim Burton e a trilha sonora favorita de Danny Elfman.

Para quem não sabe, esse foi o primeiro filme da dupla Tim Burton e Johnny Depp. E o resultado é fantástico! Se você é de outro planeta e ainda não viu esse filme, pode correr para a locadora e garantir a sua cópia - vale muito a pena!