Título: Minha Vida Agora
Título Original: How I Live Now
Autor: Meg Rosoff
Tradutor: Fabiana Colasanti
Editora: Galera Record
ISBN: 978-85-01-08732-4
Ano da Edição: 2012
Ano Original de Lançamento: 2004
Nº de Páginas: 175
Comprar Online: Saraiva
Sinopse:
Elizabeth prefere ser chamada de Daisy. A mãe morreu no parto e o pai parece ocupado demais com sua nova mulher, que está grávida. Daisy desenvolve transtornos alimentares graves e, sem ter mais o que fazer, o pai manda a menina para morar com uma tia no interior da Inglaterra.
Lá Daisy encontra seus primos, crianças estranhas, que parecem ter algo de sobrenatural, conseguem se virar bem sem a supervisão de um adulto e se tornarão a sua família depois que a guerra estourar, já que sua tia vai ficar presa fora do país.
Além de encontrar uma família, a menina ainda irá se deparar com o primeiro amor e vai descobrir que é mais forte do que pensava.
O que eu achei do livro:
Sabe quando você começa a ler um livro e ele é tão diferente e intrigante e ruim, mas é bom, e você simplesmente acha que não vai gostar e daí a leitura é pesada e um tanto arrastada e o livro até pode parecer que é legal, só que você não consegue gostar? Foi assim e eu só falava Nossa, esse livro é muito ruim e Eu não vou conseguir chegar até o final. Eu estava errada. Muito errada.
Esse parágrafo foi uma tentativa (totalmente mal sucedida, fiquem cientes) de escrever um pouquinho com o jeitinho de Meg Rosoff e tentar explicar o turbilhão de sentimentos contraditórios que Minha Vida Agora gerou em mim.
A primeira sensação que tive ao ler esse livro foi de estranhamento. A narrativa em primeira pessoa, feita por uma menina de 15 anos, era muito mais do que inusitada, diferente, complicada. Não parecia uma menina de quinze anos escrevendo - era ruim demais, bagunçado demais, transtornado demais. No final das contas, tudo isso faz muito sentido, mas no início da história só deixa o leitor meio perdido. A construção é realmente parecida com o primeiro parágrafo dessa resenha - frases bem longas e meio bagunçadas, com diálogos perdidos no meio da narrativa. Eu detestei isso durante quase as primeiras cem páginas do livro - é difícil definir exatamente o momento em que eu passei do ódio para o amor.
A história vai contando o cotidiano das crianças de maneira despretensiosa - como se não houvesse uma guerra, como se não existissem preocupações. Sutilmente as coisas vão mudando, não só a situação dos protagonistas, mas também o meu sentimento para com o livro - eu estava detestando a história, me arrastando pelas páginas e de repente eu devorava cada pedacinho da narrativa, ansiando por mais, querendo mais, precisando de mais.
O livro é narrado em uma época de guerra, mas não há uma definição cronológica exata. É próximo da nossa época, afinal de contas existem os celulares e os emails, mas ao mesmo tempo a loucura da guerra remete aos tempos passados. A autora ainda brincou (se é possível usar essa palavra em um contexto de guerra) com os motivos de tal guerra e as maneiras como tudo aconteceu - Daisy não sabe explicar e dá a entender que ninguém mais sabe explicar essa guerra, todos apenas sabem que suas vidas foram viradas de pernas para o ar por causa dela - e isso é admiravelmente incrível!
Quando li a citação na capa, "Poderoso e envolvente, um futuro clássico", eu me animei com a leitura. Depois, quando olhava para essa citação, por volta da página 40, eu pensava que a editora pode colocar a citação que quiser na capa e isso faria qualquer livro parecer bom. E mais para o final do livro eu finalmente entendi que o The Observer tinha total razão em afirmar aquilo: o livro é mais do que poderoso e envolvente, é dilacerante, esmagador, delicioso - um clássico do presente.
Meg Rosoff me enganou perfeitamente! Me fez pensar que estava lendo só mais uma história qualquer, com o agravante de, além de ser chatinha, ainda ser complexa para ler. Só que não. Minha Vida Agora é um livro maravilhoso - que levou lágrimas aos meus olhos e esquentou o meu coração.
Acho que a perfeição do livro está justamente em ter várias e várias coisas das quais eu não gostei, mas ainda assim ter conseguido me tocar de maneira tão pungente. Eu não gosto do fato de Edmond, com apenas 14 anos, ter ido buscar a prima dirigindo. Gosto menos ainda do fato dele fumar com essa idade. Desgosto da displicência de sua mãe para com os filhos, da confiança que ela deposita em quatro crianças para cuidar de si mesmas e da prima estrangeira que também é uma criança. Não gosto do descaso do governo para com essas crianças que vivem sem a supervisão de um adulto no meio da guerra. Não posso dizer que fiquei feliz ao ver os primos se relacionarem de forma tão intensa, mesmo sendo tão novos. E ainda assim, não posso dizer que nada disso tenha sido realmente ruim ou desnecessário... parece muito mais com peças de quebra-cabeças: mesmo que você não goste de alguma, você nunca conseguirá completar a figura se não usar todas as peças. Foi assim com esse livro.
A leitura é um pouco pesada para crianças, pelas situações impostas aos personagens, mas também pela narrativa pouco tradicional. Entretanto, leitores mais experientes (e aqui uso a palavra experiente não ligada à idade do leitor mas sim ao quanto ele já leu na vida) irão apreciar muito essa imperdível leitura.
PS: Neste post você encontra algumas citações do livro, que irão dar uma ideia melhor da narrativa de Meg Rosoff.
Nota:
Dificuldade de Leitura:
Assim que bati o olho no post, pensei: compraria esse livro pela capa!
ResponderExcluirÉ, sem nem saber do que se trata, o que, em geral, caba sendo um "tiro no pé" :P
Mas, depois, você me deixou curiosa sobre ele... quem sabe quando eu sair da falência... (nota mental: adicionar no skoob pra não esquecer)
Raphaella, eu também fui conquistada pela capa do livro, que é uma graça! E confesso que quando iniciei a leitura não fazia a menor ideia do que esperar do livro. E isso foi bom - até porque eu nunca esperaria ser conquistada por uma história que começou me desagradando =D
ResponderExcluiro.O
ResponderExcluirEngolindo seco aqui.
Só eu que li essa resenha imaginando alguém que quase cuspia palavras? Aquela pessoa que mexe os braços a cabeça o corpo todo enquanto fala e depois fica ofegante PRA CARAMBA kkk
Resenha intensa, Nanie. Parece muito interessante. Se um dia eu puder, lerei esse livro!
Israel, eu não tive essa sensação de que ela cuspia as palavras não... Tive outras, entretanto!
ResponderExcluirPara mim ela parecia uma menininha, perdida, encantada. O livro é bem bacana - vale a pena ler!
Oh my...
ResponderExcluirFiquei confusa... kkkk
Meus neurônios estão tentando assimilar essa complicação inicial atrelada ao uso de bom e ruim quase ao mesmo tempo... kkkkkkkkkk
Falando pela capa... eu não o leria... mas aí vc me deixou curiosa, só para variar #bazinga
Daí eu fiquei meio confusa com a tal relação entre primos... tb não gostei de um garoto tão novo dirigindo e pior ainda, fumando!!!
Não sei afirmar com certeza se leria ou não.
Oi Nanie!
ResponderExcluirEita! Pelo jeito o livro é tenso! kkk
Sabe, que eu acho que vou gostar desse livro kkk
Bjs!
esse livro já tinha passado despercebido muitas vezes, pq achava a capa meio infantil, mas agr eu quero muito ler :D deve ser maravilhoso mesmo
ResponderExcluirDanielle, no início o livro é bem confuso - a narrativa é diferente, complexa e pesa bastante. A história é simples, beirando o sem graça, e com a narrativa pesada, quase dá vontade de desistir. Mas daí eu fui sendo vencida pela curiosidade e quando me dei conta já estava amando!
ResponderExcluirSim, tem vários detalhes que me incomodaram, mas, de certa forma, eles eram importantes - só lendo mesmo para tirar as próprias conclusões ^^
Carla, o livro é intenso! É uma leitura que vale a pena =D
ResponderExcluirThamires, a capa é mesmo meio infantil, mas é uma gracinha, né?! A história, entretanto, não é tão infantil assim não: pega temas bem pesados e ainda tem uma narrativa não tão simples.
ResponderExcluirE é mesmo maravilhoso!
Nossa!
ResponderExcluirQue grande surpresa foi ele!
Bacio, Selene Blanchard – MODA E EU
Modaeeu.blogspot.com
Espero sua visita
Foi mesmo, Sthéfanie, uma surpresa bem agradável =D
ResponderExcluirOi, Nanie.
ResponderExcluirDesde que vi a capa desse livro fiquei encantada, mas não pensei que fosse tão intenso!
Sabe o que me lembrei, foi do livro "Vaclav & Lena" que resenhei há pouco tempo e também tive essa impressão, mas prossegui na leitura o que foi muito gratificante.
Beijos.
Carlinha, o livro é bem curtinho, mas muito intenso! Eu gostei demais da história =D
ResponderExcluirO livro parece bom e um pouco estranho. Ai! Eu nem sei o que escreve sobre a sua resenha, mas até que me parece ser legal de ler.
ResponderExcluirSuellen, o livro é muito bom, mas demora uma pouquinho para engrenar - e a leitura é um pouco complexa.
ResponderExcluirAi ! Zeus!
ResponderExcluirAi, a história parece ser ótimo, mas eu tenho um preconceito enorme com essas narrações "diferentes". Gosto do tradicional: Sentenças curtas e bem pontuadas, diálogos destacados etc. Esse não vai pra lista, pelo menos por enquanto.
ResponderExcluirOlá Nanie!!!
ResponderExcluirNão estou no momento p/ esse livro, mas estou p/ um outro que chegou,no qual peguei a dica c/ vc. Estou a falar de "A Visita Cruel do Tempo". Estou muito feliz, e lerei logo.
Antes, terminarei Equador, estou no fim e a gostar imenso!!!!
Abç
e boas leituras!!
PS: Nanie estava c/ hospedes por isso, sumi (rsrs)
Cíntia, a história é ótima mesmo! Eu totalmente te entendo, porque também tenho um certo pé atrás com essas narrativas "diferentes" >< A dessa livro é demorada e por culpa dela o livro demora a engrenar.
ResponderExcluirOrquídea, a leitura desse livro é mais lenta, e ainda tem a questão da guerra - tem que estar no clima mesmo para ler e curtir.
ResponderExcluirAh, espero que curta A Visita Cruel do Tempo - eu adorei =D
Bem-vinda de volta, querida ^^ Eu já estava com saudades ^^
Nanie reparei que quem traduziu foi Fabiana Colassanti, filha da outra escritora nacional, Marina Colassanti. O pai Affonso Romano tb, família de escritores. Você já leu algum livro deles? Eu li do Affonso (Perdidos na Toscana), me interessei por esse, gosto dos livros que falam da Toscana. (hehe)
ResponderExcluirNaniiiieeeeeeeeeeee
ResponderExcluirAmei sua resenha!
Quero o livro pra ontem!
Tô colocando na lista de leitura já! =)
Orquidea, eu não sabia que ela era de uma família de escritores - muito bacana isso =D Ainda não li nada de Mariana Colassanti nem do Affonso Romano, mas vou procurar saber mais sobre eles - obrigada pela dica!
ResponderExcluirLívia, o livro é uma gracinha =D
ResponderExcluira capa me disse outra coisa sobre o livro. Sinceramente esperava uma coisa fofa. '-'
ResponderExcluirJanaina, mas a capa passa uma ideia de infância, inocência... é isso mesmo! E o livro trata da perda dessa inocência, dessa infância gracinha por conta da guerra.
ResponderExcluirCOnfio em tudo o que você disse, mas, lendo as citações, tenho certeza de que eu ficaria confusa demais lendo esse livro. rs Acho que teria que me preparar psicoligicamente p ele.
ResponderExcluirKarolyne, o início da leitura é mesmo confuso >< Mas depois pega o jeito e a história vale a pena =)
ResponderExcluirque coisa! Eu acabei de ler as citações lá do leitura aleatória e não é uma coisa que crianças leem, eu acho. O selo galera tá meio fora de lugar. haha Mas parece muito interessante, embora seja aqueles livros difíceis de ler. Uma leitura futura, com certeza!
ResponderExcluirJanaina, esse é um ponto que eu tenho que concordar contigo - não é um livro indicado para crianças! Primeiro pela narrativa, que é mais complexa e demanda um nível de maturidade de leitura um tanto quanto alta, que eu acho raro encontrar em crianças. E além disso ainda tem os assuntos tratados no livro, que ao meu ver não são muito indicados para crianças.
ResponderExcluirÀs vezes é assim mesmo que acontece comigo; a leitura parece que não 'engrena' e eu fico meio na dúvida se o autor é um gênio ou um tonto, ou se a culpa é totalmente minha que não entendi o espírito da coisa, até que de repente, não mais que de repente, tudo se encaixa e começa a fazer sentido e eu me sinto feliz por não ter abandonado aquela leitura que vinha me irritando tanto. É a vantagem de não gostar de deixar a leitura pelo meio, mesmo que não seja o livro dos meus sonhos.
ResponderExcluirCris, adorei o seu comentário! É isso mesmo =D Eu fico sem saber se o autor é realmente bom ou não... ou se eu que sou burra por não ter "pescado" o sentido da coisa... Mas comigo é raro que do nada aconteça essa mudança como a desse livro - principalmente porque eu nem percebi! De repente eu já não odiava o livro, eu já o amava. E isso foi máximo =)
ResponderExcluirEu não gosto de abandonar livros justamente por isso - uma hora ele pode te surpreender. Só mesmo com Oksa Pollock que eu já não tinha mais como continuar a leitura, mas insisti muito antes de abandonar.