Resposta Certa, de David Nicholls
Intrínseca - 342 páginas
A faculdade: um vida nova, recheada de coisas boas. Ou não.

Título: Resposta Certa
Título Original: Starter for Ten
Autor: David Nicholls
Tradutor: Claudio Carina
Editora: Intrínseca
ISBN: 978-85-8057-204-9
Ano da Edição: 2012
Ano Original de Publicação: 2003
Nº de Páginas: 342
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Sinopse:
Brian está finalmente indo para a faculdade. Irá sair de casa e viver uma experiência completamente nova - onde poderá ser a pessoa que sempre quis, conhecer novas pessoas interessantes, fazer coisas bacanas, aprender tudo o que há para ser aprendido.
Ou não.
Quando chega à faculdade, as expectativas do garoto atingem os céus, mas ele não consegue alcançá-las. Na verdade, nem mesmo entrar para o time que irá participar do Desafio Universitário (aquele que irá aparecer no programa de TV de perguntas e respostas que o pai dele assistia quando ainda era vivo) ele consegue. Ele fica como primeiro substituto... e tudo porque deu cola para Alice, uma menina maravilhosa, por quem Brian se apaixona perdidamente e em quem não conseguirá parar de pensar - deixando em segundo plano todos os demais aspectos de sua vida.
O que eu achei do livro:
PERGUNTA: O que a Nanie achou do livro Resposta Certa?
RESPOSTA: Ela não tem muita certeza... ela gostou demais - riu muito e se divertiu à beça - mas ao mesmo tempo não gostou tanto assim.
Não é uma coisa fácil falar do livro Resposta Certa, de David Nicholls. É o segundo livro que leio do autor. Definitivamente, a narrativa de David Nicholls é maravilhosa - irônica, divertida, engraçada, fluidia, enfim, uma delícia de ler! O autor realmente leva jeito com as palavras. O meu problema é com as histórias que ele conta... as duas são boas, mas ao mesmo tempo não são lá grandes coisas. E em Resposta Certa ainda há um problema maior: Brian! Ele é um personagem cativante, mas ao mesmo tempo, é um grande perdedor que não consegue despertar nem um tiquinho da minha compaixão.
PERGUNTA: Qual é o título original do livro Resposta Certa, escrito pelo autor britânico David Nicholls?
RESPOSTA: "How not to get laid with the most amazing girl of college while fucking up all the possible existing aspects of personal, financial and academic life in 30 lessons by a very stupid, funny and ironic loser with 16 bonus lessons teaching how to keep fucking up everything after get what you wanted". Ou, como é mais comumente conhecido, "Starter for Ten".
Tradução para quem não entende inglês: "Como não levar a garota mais linda da faculdade para a cama enquanto consegue fuder com todos os possíveis aspectos de sua vida pessoal, financeira e acadêmica em 30 lições ensinadas pelo mais estúpido, engraçado e irônico perdedor com 16 lições de bônus ensinando como continuar a fuder tudo depois de conseguir o que se queria".
E, ok, esse não é o título original do livro... é realmente "Starter for Ten", mas deveria ser. Brian, como muitos garotos de 18/19 anos, só consegue pensar em garotas... ou, no caso dele, em uma garota específica - na qual ele fica gamado apenas porque ela é incrivelmente linda. E, embora haja mil, quinhentos e oitenta e dois aspectos da vida de um acadêmico para relatar em um livro, o autor basicamente se fia na vida não amorosa de Brian - o que é um pouco repulssivo e enjoativo, já que o cara consegue ser um babaca (desculpe a palavra... o Brian poderia ser um cara legal, ele tem tudo para ser um cara legal, mas mesmo assim não consegue - sempre estraga tudo). Embora a história também explore um pouco a fixação de Brian pelo Desafio Universitário - um programa de conhecimentos gerais no qual o garoto adoraria participar, principalmente porque é como se fosse uma ligação com o pai que morreu há alguns anos -, até mesmo isso fica em segundo plano, depois de Alice.
O livro se passa em uma universidade inglesa em 1985/1986. E seria até mesmo possível esquecer que a história se passa em outra época, já que os jovens continuam mais ou menos do mesmo jeito, se não fossem os terríveis aspectos que certamente estariam permeando a vida deles se estivessem no século XXI - estou falando de celular e internet, a perdição da humanidade. É estranho pensar o quanto estamos dependentes dessas tecnologias que deveriam aproximas, mas no final das contas só afastam as pessoas.
Em vários momentos eu pude me identificar com Brian. Não que eu me ache uma perdedora ou que eu estrague as coisas com tanta frequência quanto o protagonista dessa história. Talvez porque ele esteja com espectativas altas demais para sua formação acadêmica no início da história, ou talvez porque ele se acha muito velho tendo apenas 19 anos (embora eu na verdade já seja MUITO mais velha do que ele, já que tenho 23) e acha que quatro anos é uma eternidade. Mas, ainda assim, foram apenas poucos momentos em que consegui me identificar com o protagonista e, por mais que ele seja um narrador muito divertido, eu não consegui gostar de Brian e nem torcer por ele. O pior de tudo é que ele consegue perceber as mancadas que faz, como ele estraga as coisas e fala as maiores besteiras do mundo, ainda assim, entretanto, ele nunca conserta nada - só piora as situações. Isso é engraçado nos primeiros capítulos, mas depois passa a ser enervante.
Ler Resposta Certa é divertido e muito gostoso, mas a história não é lá essas coisas, porque acaba que fica martelando o tempo inteiro na mesma tecla. Eu não sei ao certo se indico ou não o livro, mas garanto que embora não tenha gostado tanto quanto estava esperando gostar, ainda assim eu apreciei bastante o tempo que passei lendo essa história e não hesitarei quando houver outro livro do autor nas livrarias.
PS: Os capítulos da história não têm título, todos começam com uma pergunta e a resposta para essa pergunta - como se fossem as perguntas feitas no Desafio Universitário do qual o Brian quer tanto participar. Nem preciso dizer que errei a maioria, né?! Nossa... como as perguntas são difíceis. Eu nunca poderia participar de um desafio desses.
PS2: O estilo narrativo de David Nicholls nesse livro pode ser resumido em um nome: Felipe Fagundes. É sério... o Brian para mim é exatamente o Felipe (não que eu ache que o Felipe tem o dom de estragar tudo como o Brian), o jeito do Felipe escrever em seu blog é exatamente o jeito que Brian usa para narrar esse livro. E embora eu só tenha visto uma foto do Felipe até hoje (a do perfil dele no blog e no twitter) eu só consigo imaginar o Brian assim e pronto.
Sério!
A minha teoria é que o Felipe conseguiu colocar as mãos em uma máquina do tempo e sabendo o quanto é difícil publicar um livro no Brasil se você já não tem algum sucesso em outra área (preferencialmente a televisão), ele resolveu entregar o livro para um autor que ele já sabia que seria sucesso no futuro e encontrou David Nicholls ainda na faculdade. Lá, ele pediu ao autor para nunca revelar que não havia escrito o livro - poderia mudar algumas coisas, mas deveria manter o tom sarcástico. E, claro, não deveria publicar antes de 2003 (afinal de contas, o Felipe veio do futuro e já sabia quando o livro deveria ser publicado). E isso explica até mesmo por que ele está fazendo curso de inglês. E tudo isso é mesmo verdade. Ou não.
Nota:
Dificuldade de Leitura: