A Martin Claret - editora de livros clássicos - foi acusada de plágio, em algumas ocasiões. Saiba um pouco mais sobre esse assunto.
O intuito desse post não é causar polêmica, então antes de qualquer coisa, eu gostaria de pedir para que vocês, leitores, fossem moderados e, principalmente, respeitosos em seus comentários. A sua opinião é muito importante e mesmo que seja contrária à minha será bem-vinda, mas com educação e respeito. Já aviso que comentários ofensivos ou com palavras de baixo-calão não serão aceitos.
Quem acompanha regularmente o blog sabe o quanto gosto de livros clássicos e o quanto aprecio o trabalho que a editora Martin Claret faz. Edita livros de qualidade com um preço acessível ao consumidor - já tenho várias volumes da Coleção A Obra-Prima de Cada Autor, minha favorita disparada dentre as editadas pela Martin. Há muitos anos compro livros da editora e fiquei muito feliz quando vi recentemente que o trabalho deles estava melhorando cada vez mais - agora as revisões estão super bem feitas e as capas também estão ficando mais bacanas (embora eu, ao contrário da ampla maioria, já gostasse das capas antigas).
Sempre falei bem da editora e recomendei seus livros. Já tive a oportunidade de comparar a edição da Martin com a de outras editoras e a original, em inglês, de Alice no País das Maravilhas, por exemplo, e acho que a da Martin é a melhor (dentre as que pude comparar, que não foram todas lançadas em português, mas apenas três). Não pude fazer a mesma coisa com todos os textos que já li da editora, mas de forma geral, gosto bastante dos livros por eles editados.
Entretanto, certa vez, alguém me disse que não gostava da editora porque eles plagiavam livros. Fiquei atônita com o comentário e procurei saber um pouco mais - afinal essa é uma acusação gravíssima.
Antes de entrar no problema, para que você entenda melhor, uma rápida explicação. A Martin Claret lança livros de domínio público (clique aqui para ler um post e entender um pouco mais do assunto): em poucas palavras, são livros cujo conteúdo já é patrimônio da humanidade e, portanto, não há pagamento de direitos autorais aos autores ou descendentes. Todavia, o domínio público é sobre a obra, que muitas vezes foi lançada em outras línguas e precisa de tradução para ser publicada no Brasil. Essa tradução tem, por sua vez, direitos autorais e não pode ser reproduzida livremente. E é nesse ponto que as acusações foram feitas contra a editora.
Primeiramente, os textos, se bem traduzidos, ficarão realmente parecidos porque vieram de uma mesma fonte imutável - o original. Em alguns casos, entretanto, os textos estavam idênticos, o que configura plágio. O assunto está sendo tratado com muito cuidado pela editora e as traduções de um tradutor, já falecido, que foram apontadas como plágio de outras traduções estão sendo refeitas. Para saber mais sobre o que a editora está fazendo, acesse dois textos publicados no blog da Martin Claret:
A Martin Claret não é a única editora a passar por esses problemas, mas está tratando da melhor forma possível com o caso.
Assim como eu, você talvez tenha escutado alguma coisa sobre o assunto e tenha ficado curioso, sem no entanto conseguir encontrar alguma explicação. Por isso, resolvi compartilhar com vocês o que encontrei. Eu, enquanto parceira e leitora assídua, confio nas explicações da Martin Claret e espero que a editora continue publicando a preços acessíveis os clássicos que tanto aprecio ler. Realmente é complicado para uma editora conseguir monitorar tudo o que o tradutor escreveu e comparar com todas as edições já lançadas, mas espero que não só a Martin, como todas as outras editoras brasileiras, retirem de circulação as edições onde o plágio for constatado e refaçam a tradução para relançarem o título no mercado.
O outro lado da moeda. Graças a Lilian Silva, leitora do blog e blogueira do Lá no Cafofo, compartilho com vocês dois links do blog Não gosto de Plágio, onde poderão conferir algumas das acusações (e não apenas da Martin Claret, mas de outras editoras também):
Somente para deixar claro no texto, deixo o espaço aberto para comentários, discussões e, caso desejem, retratações por parte da editora ou dos "acusantes" em texto conciso aqui no post.
E reitero que essa é a opinião de uma blogueira e leitora leiga. De forma alguma acho que as acusações tenham sido levianas ou que o assunto deva ser esquecido ou tratado com descuido, pelo contrário, espero que os leitores cobrem, cada vez mais, das editoras nacionais o respeito às obras, aos leitores e aos que trabalharam nos livros.