sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Noite Sem Fim, de Roberto Campos Pellanda


Noite Sem Fim, de Roberto Campos Pellanda
Tarja Editorial - 288 páginas
Aventura, mistérios, crianças e livros proibidos. O que mais podemos pedir de uma boa história?




Título: Noite Sem Fim
Autor: Roberto Campos Pellanda
Editora: Tarja Editorial
Ano da Edição: 2011
Nº de Páginas: 288
Série: O Além-Mar - Vol. 1
Comprar Online: Cultura / Site do Autor

Sinopse:
Quem mora na Vila está acostumado ao lugar. Mas para nós é algo realmente assustador. É sempre noite na Vila e as pessoas são obrigadas a viver segundo a Lei Anciã - um conjunto de leis que imperam há séculos e que não podem ser contestadas por nenhum cidadão.
"Na verdade, ninguém na Vila [...] conhecia qualquer outro lugar."
Como se isso tudo não bastasse, a Vila ainda é um lugar isolado. Delimitada pelo mar e por Cercas (as quais a ninguém é permitido ultrapassar), ninguém sai e ninguém entra. Aliás, existem duas exceções. A primeira são os Knucks - monstros terríveis que aparecem do Além-Mar, matam e sequestram pessoas. A segunda é pela embarcação semestral - a cada seis meses, alguns cidadãos são obrigados a partir e nunca mais voltar.
Martin é apenas um garoto, mas depois que perdeu o pai para um desses navios, ele não consegue mais ficar simplesmente na escuridão. Ele precisa saber mais - mesmo que, para isso, tenha que recorrer aos perigosos livros proibidos.

O que eu achei do livro:
Eu não sabia muito bem o que esperar quando recebi esse livro do autor. Eu já havia lido outra história dele, mas era um policial - então, não fazia ideia de como ele poderia escrever algo tão diferente.
Em Noite Sem Fim, Roberto Campos Pellanda não deixa o mistério totalmente de fora. E pode-se dizer que Martin é praticamente um detetive - um personagem forte, decidido e que corre atrás para descobrir tudo o que pode (e até mesmo o que não pode) sobre a sua vida e os acontecimentos que o cercam. Com uma narrativa simples e fluidia, o autor conta em terceira pessoa a história de uma sociedade completamente diferente. Seria possível dizer que esse livro é uma distopia infanto-juvenil? Acho que poderíamos chamá-lo assim. A Vila é uma sociedade fechada e não sabemos se a história se passa no futuro, no passado ou mesmo em um mundo distinto. Os Anciãos estariam apenas ludibriando os moradores? Já adianto que não é nada tão simples assim e alguns elementos fantásticos são inseridos pelo autor - que recheia a sua história de mistérios.
Aliás, quem acompanha o blog sabe o quanto mistérios me deixam nervosa - ainda mais quando somente novos mistérios são inseridos na trama. Isso não totalmente verdade nesse livro - já que o autor revela algumas coisas no decorrer da história. Mas mesmo entendendo que as demais eram importantes para a continuação da trama no segundo volume da série, eu ainda fiquei um tanto frustrada pelo pouco que foi revelado ao final da trama. Entretanto, é importante destacar que o livro tem um final bem traçado (apesar das pontas soltas); não poderia se manter como volume único, mas fecha a história de maneira satisfatória.
Eu adorei o enredo criado pelo autor e a originalidade que permeia a obra! Os personagens são bem construídos e bastante encantadores, embora eu tenha ficado com um gostinho de quero mais em relação a Omar e Maya que não aparecem tanto quanto eu gostaria. Martin, entretanto, é um personagem maravilhoso!
Ressalto ainda que o livro traz algumas reflexões, justamente por tratar de uma sociedade super controladora onde a liberdade individual praticamente não existe. O assunto não é diretamente ligado à nossa realidade, porém o leitor atento irá conseguir fazer algumas conexões que o levarão a pensar bastante  na sociedade em que vivemos (o que sempre é muito importante).
Agora eu mal posso esperar pela continuação desse livro, pois quero muito descobrir tudo o que há para ser descoberto!

PS: Uma das coisas que mais gostei no livro foi da criação das Morfélias! Elas são uma espécie de ser especial, embora sejam quase humanas. Com aparência humana, todas elas simplesmente aparecem na Vila e sempre ficam por conta das crianças e de alguns afazeres domésticos. Nunca questionam e são capazes apenas de respostas monosilábicas e que sigam uma lógica linear. Somente lendo o livro para entender o quanto essas personagens são estranhas e interessantes ao mesmo tempo. Espero que o próximo livro explore um pouco mais as Morfélias e revele um pouco mais sobre elas.
"Estavam em toda parte, invariavelmente tinham algo lógico para dizer e nunca eram imprevisíveis, como as pessoas muitas vezes são."

PS2: Sempre me chama a atenção quando alguma história menciona livros proibidos! Fiz um post há pouco tempo sobre a censura de livros e não é à toa que ela acontece! Os livros são uma arma muito importante para a população: uma arma de desalienação.
"Os livros à venda eram todos aprovados pelos Anciãos, que antes os examinavam e diziam se eram seguros ou não para a população. Martin nunca compreendera aquela censura e sempre se perguntara de que forma um livro poderia 'não ser seguro' para alguém."

Nota: 





Dificuldade de Leitura: 


 
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