sábado, 18 de fevereiro de 2012

Paixão de Primavera, de Célia Xavier de Camargo

Paixão de Primavera, de Célia Xavier de Camargo
Petit - 359 páginas
Um romance que encerra muito mais do que amor e ódio em suas páginas, mas crescimento espiritual, perdão e paixão.


Título: Paixão de Primavera
Autor: Célia Xavier de Camargo*
Editora: Petit
Ano da Edição: 2011

Nº de Páginas: 359
Comprar Online: Saraiva

Sinopse:
Ludmila vivia em uma pequena aldeia nos montes Urais, na Rússia, com seus pais. Era uma vida simples, mas tranquila. Porém, a garota não conseguia se sentir feliz.
Até que um dia um grupo de cossacos para na vila para passar a noite e a jovem se apaixona pelo líder do grupo - o valente Yuri.
Por ironia do destino, uma das carroças se quebra e os cossacos são impedidos de partir na manhã seguinte, passando um tempo a mais na aldeia. É o suficiente para que Ludmila e Yuri se encontrem e tenham certeza de que nunca mais serão felizes separados.
Quando o momento de partir enfim chega, Yuri rapta a jovem e leva-a consigo. Entretanto, os pais da garota e os moradores do povoado não poderiam deixar isso acontecer. Dimitri, um valente rapaz que nutria sonhos de se casar com a moça, parte em busca dela, pretendendo trazê-la de volta sã e salva.
O percurso percorrido, porém, não seria simples - muitos acontecimentos aguardam Ludmila.

O que eu achei do livro:
Vou começar essa resenha de maneira um tanto diferente, mas, a meu ver, necessária para que eu possa explicar o que esse livro foi para mim.
Eu sou parceira da Petit e da Butterfly, um selo da primeira, desde o ano passado. Dois livros deles já foram resenhados aqui no blog, ambos escolhidos por mim. No final do ano a editora mandou três livros, entre os quais Paixão de Primavera. Não vou negar que a capa seja belíssima, porque incontestavelmente ela o é. Mas uma capa não faz um livro, não é mesmo?
O meu grande receio quanto a esse livro era o meu ceticismo aliado a um preconceito do qual tenho muita vergonha, mas cuja existência não posso negar. Do que estou falando? Da questão de ser este um livro psicografado e, além disso, ditado pelo espírito de Leon Tolstói. Se acredito nisso? Honestamente não. O que não quer dizer, entretanto, que estou duvidando da médium ou da editora. Nunca tive a oportunidade de ler nada escrito por Tolstói e, sejamos honestos, mesmo que eu tivesse lido seria uma tradução, que por si só já pressupõe uma adaptação, por mínima que seja. Quem sou eu então para dizer que o livro não foi ditado pelo espírito? Ninguém. E por isso mesmo eu não afirmo tal coisa, mesmo que meu ceticismo seja tão grande e que eu não consiga acreditar que ele o tenha feito.
Deixando meu ceticismo de lado, ainda tive que lidar com o preconceito. Sim, preconceito puro pois eu nunca tinha lido um livro psicografado, nem por Célia Xavier de Camargo nem por médium algum. Ainda assim, arraigada em minha mente estava a certeza de que iria detestar a leitura. Por quê? Como eu disse, puro preconceito.
Para minha felicidade e deleite, entretanto, eu estava bastante errada.
O livro traz uma história muito gostosa e bem escrita. Tem uma linguagem bem simples, o que facilita a leitura e a torna bem fluidia. Passada no final dos século XIX na Rússia, mostra um pouco dos costumes e da realidade da época, o que me fascinou muito.
A protagonista, Ludmila, conseguiu ganhar minha aversão logo nos primeiros capítulos, por ser uma menina muito boba, que não dava valor ao que tinha e nutria desejos por mim considerados fúteis. E tenho que confessar que mocinhas bobinhas (que não é o caso da Ludmila) me desagradam, mas mocinhas fúteis me tiram do sério. Entretanto, com o passar da história e ao enfrentar as adversidades a ela apresentadas, Ludmila cresceu muito e evoluiu bastante, conseguindo me conquistar. E ela não é a única personagem que conseguiu o intento. De fato, os personagens deste romance são muito cativantes.
Para quem é espírita ou cristão o livro ainda traz algumas mensagens bem interessantes, belas e reflexivas. Mas para quem não é, o final da história pode ser um tanto incômodo, pelo alto teor de ensinamentos religiosos. Ainda assim, é interessante pensar nas questões que o livro acaba levantando.
A edição feita pela Petit ficou muito bonita! A capa é maravilhosa, com uma arte linda, alto relevo e verniz localizado. Por dentro, o trabalho gráfico também não deixou a desejar, a abertura dos capítulos é uma imagem floral encantadora. Entretanto, a revisão do livro poderia ter sido um pouco melhor, principalmente no que concerne às vírgulas.
Um ponto que me incomodou um pouco nesta história é o tempo passado do início ao fim - são mais de trinta anos de história! Qual é o problema? Eu senti a falta de um maior desenvolvimento em alguns pontos, que acabaram não sendo explorados.
Paixão de Primavera se mostrou, então, um romance muito gostoso, apesar do meu preconceito inicial. Esperava encontrar uma leitura pesada, lenta e desagradável e acabei encontrando um livro delicioso, com personagens cativantes e uma história muito agradável!

PS: Uma passagem do texto me chamou muito a atenção.
"- Caro amigo, não sabe como são os jovens de nosso tempo. Preocupam-se apenas em aproveitar a vida, mergulham em farras e orgias, bebem muito, não se interessam por livros e nada aprendem."
Sabe qual o mais curioso deste texto e que acabou por me chamar tanta atenção? É porque apesar do que possa parecer em um primeiro momento, ele não é dito por alguém do nosso tempo, mas sim por um personagem do final do século XIX. Dá para acreditar? Tenho, então, que concordar com as palavras ditas logo em seguida.
"- Conheço bem tudo isso. Contudo, essa não é uma característica de sua época, mas creio que de todos os tempos."

*O livro é psicografado por Célia Xavier de Camargo e ditado pelo espírito Leon Tolstói.

Nota: 








Dificuldade de Leitura: 



 
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