sábado, 16 de março de 2013

A Vez da Minha Vida, de Cecelia Ahern

A Vez da Minha Vida, de Cecelia Ahern
Novo Conceito - 383 páginas
Encontrar sua própria Vida não é para todos. Mas Lucy tem essa chance e agora poderá consertar tudo o que está errado com sua Vida.






Título: A Vez da Minha Vida
Título Original: The Time of My Life
Autora: Cecelia Ahern
Tradutor: Ronaldo Luís da Silva
Editora: Novo Conceito
ISBN: 978-85-8163-012-0
Ano da Edição: 2012
Ano Original de Lançamento: 2011
Nº de Páginas: 383
Comprar Online: Saraiva / Submarino


Sinopse:
Um dia, ao voltar do trabalho, Lucy Silchester encontra uma carta em um envelope dourado (e aparentemente muito caro) em seu carpete. É uma carta de sua Vida, que demanda encontrá-la o mais breve possível para que, enfim, a Vida de Lucy entre nos eixos.

Desde que deixou Blake - o ex-namorado gostosão que agora é um astro na TV, onde protagoniza um programa de viagens pelo mundo -, as mentiras parecem ser uma constante na vida da garota. E após contar uma mentira que parecia pequena - que ela havia terminado com Blake e não o contrário - se viu em uma rede de mentiras da qual não conseguia sair.

Atualmente ela tem um emprego que não a satisfaz, uma casa da qual tem vergonha e um mundo de mentiras para manter. A Vida de Lucy Silchester realmente não vai bem.


O que eu achei do livro:
Bom.

Esse foi meu segundo contato com Cecelia Ahern. Eu esperava algo totalmente diferente depois que li P.S. Eu Te Amo, mas fui surpreendida ao ler A Vez da Minha Vida. Positivamente surpreendida, porque o livro tem um estilo completamente dissemelhante embora seja também uma leitura bem legal.

Lucy é a narradora de sua própria história.
A minha primeira impressão foi péssima... ela já começa falando sobre o cigarro (sem deixar de mencionar o imundo hábito dos fumantes de deixar bitucas jogadas por aí) e eu tomei birra dela. Achei que a leitura seria péssima e que eu a odiaria até o fim (ei, eu realmente detesto cigarro e uma personagem que fuma não ganha a minha simpatia, ao menos, não de cara).

Duas páginas depois, entretanto, ela já havia me dobrado.
Porque ela é louca.
E engraçada.
Mas principalmente louca. E uma grande mentirosa!
Aliás, esse é exatamente o principal problema de Lucy: as mentiras! Ela começou com uma que parecia pequena, mas para mantê-la ela teve que criar outras e assim foi construindo uma rede de mentiras da qual não consegue se desvencilhar e que atrapalha demais a Vida dela.

Para falar a verdade (ao contrário de Lucy, eu não tenho problemas com a verdade!), já no início descobrimos que ela nem ao menos fuma... ela diz fumar apenas para que possa ter direito às "pausas extras" que os fumantes tiram para nutrir seu vício.
Isso já mostra o quanto a Vida dela é patética e dá pena...

Caramba, é realmente bastante intrigante acompanhar a Vida de Lucy. Ficamos em dúvida sobre o que é verdade e o que é invencionice da protagonista.
Não fiquem preocupados, porém, porque ela vai esclarecendo tudo quando começa a realmente se relacionar com sua Vida e o leitor consegue ficar mais íntimo da protagonista e mergulhar de cabeça em sua história..

Mas que Vida é essa?
Pois é... também foi o que eu fiquei pensando durante toda a leitura do livro.
A autora nos apresenta a Vida de Lucy e ninguém acha estranho que ela esteja se relacionando com sua Vida... causa bastante estranhamento no leitor, entretanto...
Afinal de contas, como assim a Vida de Lucy?
Porque a Vida no livro não é metafórica, não é intangível: a Vida de Lucy é uma pessoa: um homem! E ela não só entra em contato com esse cara, como ele passa a acompanhá-la em seu cotidiano. É super diferente, intrigante e curioso.
Com certeza é algo que vai fazê-lo refletir durante toda a leitura e tenho certeza que cada um que ler o livro vai tirar sua própria conclusão - e serão opiniões bem diferentes - sobre esse detalhe (que na verdade, é mais do que isso... é o centro do livro). Eu ainda não tenho muita certeza se entendo completamente a tal Vida, ou melhor, o tal Vida.
Dá um pequeno toque de autoajuda à história, porém, ao mesmo tempo, é muito bacana!

A edição da Novo Conceito dessa vez me desagradou de inúmeras formas.
A começar pela capa. Eles quase acertaram... mas... que mulher é essa? Dá uma ideia totalmente errada sobre o conteúdo do livro. E, convenhamos, ficou feio, né? Se tivesse tirado essa mulher, a capa já teria ficado mais bonita...
Todavia, esse não é o problema verdadeiro com esse livro. Afinal de contas, uma capa feia não atrapalha em nada, né? Mas uma tradução mal feita estraga.

Ok, esse livro seria, de qualquer forma, um grande desafio para o tradutor - reconheço isso! Vida, em português, é um termo feminino, a protagonista é uma mulher, mas a Vida dela, na verdade, é o Vida dela.
O tradutor optou por não usar nenhum artigo na maioria das vezes - talvez isso funcione em inglês (eu não li a versão original do livro para comparar), mas em português definitivamente não funcionou, porque deixou as frases truncadas, tirando o ritmo da leitura.

Se isso fosse tudo, entretanto, eu não iria falar mal da tradução do livro, porque é totalmente compreensível, Mas não é só isso, há vários outros problemas notáveis na tradução dessa história.
Por exemplo, em uma passagem do livro a autora menciona que uma senhora tem um sotaque comum no sul dos Estados Unidos e para fazer essa referência utiliza um apelido dado ao país "American Pie" - por causa da torta de maçã que é tão comum no país e um símbolo. Mas além desse apelido não fazer muito sentido para os brasileiros (talvez você o conheça, como eu o conheço, mas ele não é utilizado pelos nossos compatriotas para se referenciar ao EUA), ele ainda foi traduzido ao pé da letra. Ou seja, na leitura do livro nos deparamos com a aberração: "um suave sotaque sulista de torta americana" (além de outras referências tão mal feitas quanto essa). Pois é... é horrível assim.

Além disso, (ainda tem mais, infelizmente ainda tem mais) há aquele velho problema de passar o discurso direto do inglês para o português trocando a utilização de aspas por travessão... É muito comum ver o que encontrei nesse livro: falas misturadas com narrativa por conta da falta de separação (parágrafo ou travessão).
Não é algo que impossibilita a leitura, mas incomoda e faz com que a narrativa fique menos fluída, já que em muitos casos é necessário reler o trecho para entender quem está falando.

A história criada por Cecelia Ahern é muito diferente e muito gostosa!
Embora o ritmo de leitura seja prejudicado pela tradução, ainda assim é muito bom acompanhar as loucuras de Lucy, enquanto ela tenta dar um jeito em sua Vida e se encontrar.
Vale a pena ler esse delicioso livro!


P.S.: Segunda história em que há um totalmente-improvável-é-praticamente-inexistente encontro entre duas pessoas através de um celular...
Será que isso já aconteceu com alguém? Porque eu realmente não vejo isso como algo que possa acontecer verdadeiramente.
O outro livro onde já encontrei algo do tipo foi Fiquei Com o Seu Número.


Nota: 


 
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