terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, de Washington Irving

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, de Washington Irving
LeYa - 66 páginas
Um conto de terror para assombrar e divertir.





Título Original: The Legend of Sleepy Hollow
Ilustrador: Walter Pax
Editora: LeYa
ISBN: 978-85-8044-264-9
Ano da Edição: 2011
Ano Original de Publicação: 1820
N de Páginas: 66
Comprar Online: Saraiva / Submarino

Sinopse:
Sleepy Hollow é um lugarejo pacato, tão calmo que parece que seus moradores são assolados por uma espécie de magia que os deixa um tanto sonolentos.

Mas apesar da calmaria, o lugar é recheado de lendas locais capazes de amedrontar até o mais valente dos homens.
Uma das mais famosas é a que conta a história de um cavaleiro que carrega a cabeça nas mãos, conhecido como Hessiano Galopante ou simplesmente como Cavaleiro Sem Cabeça.

Ichabod Crane não era um cara valente, muito pelo contrário. Ele era apenas o professor da escola do lugarejo e ganhava tão pouco que sempre precisava contar com a ajuda dos demais habitantes.
Ele estava apaixonado pela filha do maior fazendeiro da região. Entretanto, não era o único e não seria fácil provar para a donzela que ele seria a melhor escolha já que morria de medo até mesmo das lendas locais.

O que eu achei do livro:
Antes de falar da história em si, eu gostaria de fazer algumas críticas à edição da editora LeYa, lançada sob o selo Barba Negra.
A tradução aparenta ter sido muito bem feita. Utilizo a palavra ''aparenta'' porque não tive a felicidade de ler o original e portanto não posso afirmar isso com segurança. A revisão também ficou muito boa, assim como o trabalho gráfico na edição, que conta com uma capa belíssima e várias ilustrações de Walter Pax.

Mas, ainda assim, eu tenho do que reclamar.
Primeiramente do papel.
O papel utilizado é o mesmo encontrado em mangás, um papel de qualidade inferior cuja durabilidade certamente também deixa a desejar. Eu tenho muito nervoso de pegar nesse tipo de papel (sim, por este lado é simplesmente frescura) e só o havia encontrado anteriormente em uma versão pocket (e bem mais em conta) do livro Admirável Mundo Novo lançado pela editora Globo. Minha experiência com esse tipo de livro não é das melhores, já que em poucos anos as folhas da minha edição já estão bastante amareladas, apesar do livro ter sido muito bem cuidado. Portanto, não é sem motivos que fiquei bastante chateada ao encontrar esse tipo de papel neste livro.

O preço dele não seria ruim, se ele não usasse um papel tão inferior e não tivesse tão poucas página.
A lenda do Cavaleiro Sem Cabeça é uma história bem curta e está mais para conto do que para novela. Assim sendo, sou da opinião de que a editora deveria ter publicado outros contos do autor junto com esse. Aliás, vale ressaltar que originalmente o conto foi publicado em uma coletânea - The Sketch Book of Geoffrey Crayon (O Livro de Esboços de Geoffrey Crayon, em tradução livre), que contém 34 ensaios e contos. É verdade que o livro foi publicado de forma seriada, mas ainda assim esse conto não deveria aparecer sozinho em uma edição.

Apesar de ter gostado das ilustrações que encontrei no livro, elas me pareceram estar sendo utilizadas muito mais para aumentar o número de páginas do que para auxiliar a contar a história. A maioria das imagens, a meu ver, não precisava ocupar uma página dupla e se encontrava, infelizmente, em um ponto desfavorável do texto.
São ilustrações muito bonitas - eu realmente gostei do trabalho de Walter Pax -, mas que poderiam ter sido melhor aproveitadas.

De maneira geral, eu não gostei da edição do livro.
Mas a história, ainda assim, compensa e muito!

São poucas páginas e a narrativa é bastante fluida, de forma que a leitura é muito rápida e gostosa.
Washington Irving cria todo um cenário sombrio e assustador para ambientar sua história. Isso por si só não seria muito surpreendente, embora o talento do autor seja perceptível desde as primeiras páginas. Entretanto, o que mais me encantou não foi a capacidade do autor em assustar, mas sim a capacidade dele de me divertir. Isso mesmo, o autor consegue ser irônico sem destruir o clima de terror do livro e, confesso, eu cheguei a rir em algumas passagens.

Eu já conhecia, por assim dizer, a história graças à sua adaptação cinematográfica que é dirigida por Tim Burton e estrelada por Johnny Depp. A história, como já esperado, é bastante diferente, mas achei super bacana conhecer a original.
Essa, entretanto, não é a única adaptação da obra, que já foi filme em outras versões - até mesmo em animação - e episódio de vários seriados, sendo referenciada em diversas obras do cinema, televisão, literatura e teatro. Essa é uma história bastante conhecida e retratada em várias formas.
Uma versão que ainda não tive a oportunidade de conferir é a da Disney, mas já está aqui no meu computador para que eu possa vê-la (em português, o nome do filme é As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo e é uma animação de 1949).

Um conto bem curto, mas muito gostoso - levemente assustador e engraçado ao mesmo tempo. Quem ainda não conhece está perdendo uma obra muito bacana, cuja leitura vale muito a pena.


P.S.: Além de tudo o que eu mencionei durante a resenha sobre o edição ter me desagradado, ainda há a menção, no final do livro, de conteúdo extra ("curiosidades, ilustrações, fotos, vídeos e muito mais" - conforme escrito na contracapa) que estaria disponível no site.
Entretanto, o site nem mesmo existe, menos ainda o tal conteúdo extra.


P.P.S.: Entretanto, nem tudo parece ser tão ruim quanto eu pintei.
Esse livro faz parte de uma coleção - "Eternamente Clássicos" e não só a ideia da coleção é excelente, mas parece que os demais volumes também.

Ainda não tenho nenhum outro livro dela, então não posso realmente avaliar se todos os livros da coleção tem o mesmos problemas que esse (embora, eu temo, todos sejam com esse péssimo papel). Todavia, posso afirmar que as histórias são lançadas na íntegra (apesar de, nesse caso, apenas um conto ter sido lançado e não todos que originalmente integravam o volume).

Ou seja, nem sempre o leitor irá se deparar com um número tão ínfimo de páginas. Infelizmente, acho que sempre irá se deparar com o papel de má qualidade. Por favor, LeYa, lance novas edições dos livros dessa coleção - que parecem ser ótimos - com um papel decente! O preço pode até mesmo ser um tanto mais salgado, mas pelo menos o material será de qualidade!


Nota: 


 
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