O Nome do Vento, de Patrick RothfussSextante, 651 páginas

Título: O Nome do Vento
Título Original: The Name of the Wind
Autor: Patrick Rothfuss
Tradutor: Vera Ribeiro
Editora: Arqueiro
Ano da Edição: 2009
Ano Original de Lançamento: 2007
Nº de Páginas: 651
Série: A Crônica do Matador do Rei - Primeiro Dia
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Sinopse
Nossa história começa na pousada Marco do Percurso. O estalajadeiro, Kote, é um simples homem que toma conta de seu estabelecimento, que dá poucos lucros.
Mas Kote é muito mais do que aparenta. E o cronista chega à pousada justamente em busca das histórias que esse homem pode contar. Ele, na verdade, é Kvothe, praticamente uma lenda. Um homem que fez mais do que é possível acreditar. Agora o cronista será capaz de conhecer a verdadeira história desse lendário personagem extraindo-a de seus próprios lábios.
O que eu achei do livro:
Eu tentei ao máximo alongar essa leitura - queria que durasse para sempre. Ainda bem que já tenho o segundo livro, que não pestanejei em iniciar logo. Agora terei que fazê-lo render ao máximo, pois ainda não há previsão para o terceiro.
Patrick Rothfuss faz mágica com as palavras. Ele escreve de uma maneira fascinante! Suas descrições são belas e envolventes, me levaram diretamente para o mundo de Kvothe e eu pude sentir o vento balançando meus cabelos e até mesmo uma poerinha querendo entrar me meus olhos. Eu senti o cheiro de Denna e escutei a música de Kvothe. Me deslumbrei com a Universidade e senti medo em alguns momentos. Eu vivencie cada uma das aventuras narradas pelo estalajadeiro como se elas estivessem mesmo acontecendo comigo. E tem algo melhor do que isso? Eu sempre me sinto vivendo as histórias que leio, mas Patrick Rothfuss conseguiu elevar isso a um nível quase indescritível! Se você não é fã de livros descritivos, pode esquecer O Nome do Vento. Mas já deixo o aviso: você estará perdendo um dos melhores livros já escritos! A história é incrível e se eu fosse você passaria a amar descrições só como desculpa para ler esse livro.
É difícil explicar tudo o que Rothfuss criou - é um mundo muito parecido com o nosso, mas que, ao mesmo tempo, é completamente diferente. Os personagens criados pelo autor são realistas, tangíveis, complexos e muito bem delineados. Impossível não se apaixonar por eles (ou odiá-los em alguns casos).
Kvothe é um encrenqueiro. Até parece que está sempre buscando problemas, de tanto que se mete em confusões. Mas também é um cara muito inteligente e gentil, que procura fazer o bem quanto este está ao seu alcance. Quando li na contracapa do livro que no protagonistas se mesclavam o herói e o vilão, eu não entendi muito bem o que o texto queria dizer. Agora eu entendo e aprecio. Um personagem como Kvothe é raro e extremamente encantador. E em alguns momentos, confesso, um tanto irritantante. Afinal de contas, alguém que consegue aprender com tanta facilidade (mesmo que passe por tantas dificuldades quanto as que ele passou) sempre nos deixa um pouco amargurados. Ainda mais quando alguém tão inteligente é capaz de atos tão idiotas (desculpem-me, não há outra palavra para descrever algumas atitudes impensadas do protagonistas) quanto as que o menino toma.
Uma coisa que achei super interessante é a maneira como a narrativa é levada! Na verdade, estamos lendo uma história sobre um cara contando a sua própria história. E para passar esse sentimento ao leitor, o autor conta em terceira pessoa a história no presente - enquanto está na pousada - e em primeira pessoa quando se trata de Kvothe narrando seu passado para o cronista. Outra coisa que me agradou demais é jeito como o autor se refere ao primeiro livro de sua série. Esse não é o primeiro volume, é o primeiro dia. Isso era algo que me intrigava desde que vi o livro pela primeira vez. Essa alcunha não se deve ao fato de que essa primeira história se passa em apenas um dia (nossa, seria um tanto de enrolação que um único dia levasse mais de seiscentas páginas para ser contado), mas sim a história que Kvothe consegue contar ao cronista no primeiro dia. Entretanto, ainda tem muita história para ser contada. E eu mal posso esperar para escutar mais (sim, escutar. Como eu disse, a narrativa de Rothfuss é tão realista que eu me sinto escutando as palavras de Kvothe e não lendo um livro de papel).
Patrick Rothfuss conseguiu criar uma trama envolvente em um mundo fantástico e mágico povoado de personagens cativantes! O Nome do Vento é um livro para ser degustado aos poucos e apreciado em cada parágrafo.
PS: No blog Palavreando encontrei um ótimo resumo, feito pelo próprio autor com auxílio de Nathan Taylor. Então, se você já leu esse primeiro volume há algum tempo e agora quer começar a ler o segundo (O Temor do Sábio), você vai gostar de ler essa história em quadrinhos. Por outro lado, se você, como eu, acabou de ler o primeiro livro agora, também vai gostar muito de ler esse resumo, porque ele é super divertido. Clique aqui para ler direto no blog do autor. E só para lembrar, é um resumo da história, ou seja, está lotado de spoilers - se você ainda não leu o livro, não se atreva a clicar nos links. Esteja avisado.
Nota:
Dificuldade de Leitura: