Título: Alice no País dos Espelhos
Título Original: Through the Looking-Glass and What Alice Found There
Autor: Lewis Carroll
Tradutor: Pepita de Leão
Editora: Martin Claret
Ano da Edição: 2007
Ano Original de Lançamento: 1872
Nº de Páginas: 177
Comprar Online: Saraiva / Submarino
Sobre o livro:
Alice é uma garota com muita imaginação. Então não é nenhuma novidade que uma tarde trancada dentro de uma sala parecesse à ela algo extremamente entediante. Ainda bem que sua mente não a deixaria na mão - apenas por ver suas três gatinhas brincando, e brigando, entre si, já começa a pensar as coisas mais malucas.
O que, afinal de contas, haveria do outro lado do espelho?
Com certeza um mundo onde tudo seria ao contrário, o que mais seria?
E, assim, Alice decide se aproximar do espelho - para tentar espiar um pouco mais da sala do outro lado. Até que ela cai lá dentro - no mundo através do espelho.
"Oh, que divertido vai ser, quando me virem aqui do outro lado do espelho, e não puderem me agarrar!"
O que eu achei do livro:
Primeiramente queria deixar aqui o meu desagrado quanto ao título... custava se ater ao original? Várias versões brasileiras utilizam a adaptação "Alice no País dos Espelhos" para essa obra - para ligá-la ao outro livro no qual Alice é protagonista. Entretanto, prefiro a outra tradução "Através do espelho e o que Alice encontrou por lá" - que é muito mais fiel ao título original.
Enfim, nesse caso específico, o título não torna o livro menos agradável. Aliás, acho que quase nada o tornaria. Lewis Carroll tem uma escrita deliciosa, que de simples não tem nada. Apesar de não utilizar palavras rebuscadas (na maior parte de seu texto), ele as utiliza de forma inusitada: constrói frases que estão gramaticalmente corretas, mas que, ainda assim, não fazem o menos sentido! E isso torna a leitura do livro super agradável! E não é só isso, ele ainda utiliza a ingenuidade de sua protagonista, ainda uma menina de pouco mais de sete anos, para brincar com política, sociedade, psicologia e outros aspectos do ser humano. Realmente ler Carroll é viajar pelas loucuras com as quais convivemos (e nas quais pouco pensamos) diariamente!
Alice é uma personagem mais do que cativante. Apesar da pouca idade, não lhe falta curiosidade, muito menos perspicácia - não há o que tire essa menina do sério!
"Quando emprego uma palavra [...], ela quer dizer exatamente o que eu quero que diga; nem mais nem menos."E para quem curte as versões cinematográficas, fica o aviso: os filmes, em suma maioria, são baseados nos dois livros (Alice no País das Maravilhas e Alice no País dos Espelhos), embora a maior parte seja normalmente do primeiro livro. Ainda assim, não espere encontrar as flores que cantam ou os gêmeos malucos a não ser nesse livro!
E, antes de terminar a resenha, gostaria de ressaltar que adoro a ideia do xadrez nesse livro (enquanto no outro era, primordialmente, jogo de cartas)! Bem que eu gostaria que Lewis tivesse escrito outros tantos livros com Alice - leria-os todos!
"- Não serve de nada fazer isso - disse Alice rindo -; a gente não pode acreditar em coisas impossíveis.Confesso que há clássicos complicados, difíceis, até mesmo que não me agradam muito... Mas Alice não faz parte de nenhum desses grupos. Mesmo que o leia sem um olhar crítico (e já aviso que se fizer isso estará perdendo muita coisa!), conseguirá se encantar com as aventuras dessa menina Alice!
- É porque você não tem bastante prática... Quando eu tinha a sua idade, fazia isso diariamente, durante meia hora. E muitas vezes cheguei a acreditar em nada menos de seis coisas impossíveis, antes do café da manhã."
Nota:
Dificuldade de Leitura: